Família

As mães vão dominar o mundo: um pouco do que te espera no 13º Seminário Internacional Pais&Filhos

Nathalia Santos é jornalista e mãe de Davi - Divulgação
Divulgação

Publicado em 02/05/2022, às 12h14 - Atualizado às 12h19 por Redação Pais&Filhos


“Metade do mundo são mulheres. A outra metade, os filhos delas”. Essa frase de Efu Nyaki, terapeuta e professora nos métodos Holísticos, é uma ótima forma de mostrar o impacto das mães no mundo. No dicionário, “mãe” é classificada como “aquela que gerou, deu à luz e criou um ou mais filhos” e “aquela que criou uma ou mais crianças, embora não tenha relação biológica com ela”. Mas, principalmente no mês das Mães, a gente acredita que ser mãe vai muito além disso. Ser mãe é uma ampliação da própria existência, um ato de coragem e de esperança. Ser mãe não é um rótulo, é uma prática diária, um papel construído na relação da rotina. Afinal, cada uma exerce a maternidade da sua forma, com suas individualidades.

Mas existe algo em comum entre todas elas: no meio de tanta pressão, é preciso lembrar cada vez mais que está tudo bem não dar conta. Por isso, no mês das mães e na 13° edição do Seminário Pais&Filhos, que tem como tema “As mães vão dominar o mundo”, vamos reunir especialistas e convidados para trocar experiências e refletir sobre o presente e futuro delas: as protagonistas das suas histórias. Antes de olhar para frente, é preciso enxergar o agora e estender as mãos para cada uma delas. Para ter um gostinho do que te aguarda no dia 25 de maio a partir das 11h, reunimos a história de oito mães, com diferentes perfis, realidades e formatos, para mostrar (e provar!) que toda mulher tem a potência e a força para dominar o mundo – mas precisa ser acolhida e valorizada para isso. É sobre não largar a mão…

Não tem jeito certo

A criação dos filhos é o futuro e ele está nas mãos das mães. É isso que defende Nathalia Santos, mãe de Davi, jornalista, carioca e cega, que tem um canal no YouTube chamado “Como Assim Cega”. “Nós, mães, vamos dominar o mundo através dos nossos filhos, da educação que a gente dá pra eles, do carinho, do ensinar, do respeito, dos bons exemplos, de trazer um convívio diverso com vários mundos, várias pessoas”, pontua. Para a jornalista, as crianças são como esponjas e essa educação precisa ser baseada no exemplo: “Preciso ajudar na construção de comportamentos que eu admiro em um ser humano para que meu filho construa esse mundo futuro”. Nesse sentido, Nathalia reforça a importância de quebrar estigmas, tanto da mãe perfeita e idealizada, quanto de preconceitos de qualquer tipo.

“A deficiência visual nunca foi uma questão para mim, porque eu sempre soube o que quis fazer. Eu sempre quis ser mãe e não queria fazer nada igual a ninguém. Eu sabia que a minha maternidade não seria igual à de ninguém, mas isso nunca foi um ponto negativo, pelo contrário”, diz. Nathalia entende que tem coisas que conseguirá realizar e outras não – e está tudo bem: “Eu crio meu filho mostrando para ele que sou humana e que humanos não têm superpoderes”. Com relação ao olhar dos outros, ela desabafa: “As pessoas, ainda hoje, acham muito incrível e inacreditável eu cuidar do meu filho. Acham que é minha mãe ou esposo que cuidam. Minha maternidade é sempre anulada ou botada em voga por muita gente que não convive com a gente, justamente por essa falsa ideia de que é essencial enxergar para tudo, inclusive para criar uma criança”.

Nathalia Santos é jornalista e mãe de Davi (Foto: Divulgação)

Nathalia sabe da responsabilidade de criar um filho nesse mundo e, portanto, acredita na educação com amor e afeto. Para ela, um dos grandes aprendizados da maternidade foi se sentir bem ao sair do roteiro e não ter controle de tudo. “O que faz o mundo ser bom são as pessoas. Então minha fé é no ser humano que eu estou criando. O que eu estou fazendo com ele e oferecendo de elementos para que ele tire proveito e contribua com um mundo melhor?

A grande virada, na minha opinião, é pensar em que tipo de ser humano eu estou construindo para que esse mundo seja melhor, ao invés de buscar que o mundo seja melhor para o meu filho”, defende. Nathalia considera o ato de ser mãe tão incrível que garante ter intenção de aumentar a família, mas faz questão de dizer que a maternidade é mais uma intersecção dentro de várias que possui: “Eu sou mulher, eu sou negra, sou cega, eu sou mãe… E isso sim é parte do que eu sou. Não consigo dissociar um ou outro pilar na minha vida, porque eles se complementam”.

Autoestima importa

Tatah Fávero é mãe de Dominic, que nasceu com síndrome de Down, e criadora de conteúdo digital desde 2012. Como uma mãe atípica descomplicada, ela acredita que a maternidade não a define. “O Dom veio, sim, para me dar um propósito. Mas eu percebi que meu propósito era muito além: continuar fazendo o que eu faço e mostrar que não é necessário parar a nossa vida diante de uma situação atípica como essa. Eu não posso ficar focada só na maternidade, só falar sobre isso, porque minha vida não é só isso. Eu não sou só a mãe do Dom, eu sou a Thaynná”. Desde menina, ela enxergava na internet uma forma de trocar experiências e, ainda adolescente, criou o blog “Ser menina é ser tudo” para discutir empoderamento feminino.

O nascimento de Dom não mudou a forma de Tatah encarar essa situação, mas veio para somar. Ela, que sempre quis ser mãe, teve a certeza dessa vontade logo que o filho veio ao mundo. O diagnóstico de síndrome de Down mostrou para ela que, apesar dos planos, cada criança é única e tem suas particularidades. Porém, a falta de conhecimento sobre o assunto a surpreendeu. “De repente, eu, que me considerava uma pessoa tão antenada e por dentro de  tudo, vi que não sabia nada. Então pensei que assim como eu, outras pessoas passam por isso”. Foi neste momento em que ela decidiu compartilhar a rotina com Dom nas redes sociais. Com o tempo, Tatah percebeu que seu “objetivo de vida” ia muito além disso: “A Thaynná mulher estava fican- do muito de lado. Estava focando muito na questão da maternidade e me anulando”.

Tatah Fávero é mãe de Dominic e criadora de conteúdo digital (Foto: Divulgação)

A recuperação da autoestima foi um processo para ela – e segue sendo. “É fundamental, como mãe, se colocar também em primeiro lugar. É aquela frase clichê: ‘Mãe feliz, filho feliz’. E eu percebi exatamente isso, que precisava me reconectar com a minha essência justamente para poder ser a melhor pessoa para o Dom e para mim”, conta. Tatah reforça que não há problema algum em querer mudar, porém é necessário entender o motivo por trás dessa mudança e não fazer para atingir um padrão que ninguém obedece realmente. “Eu quero que o dom cresça sabendo das suas limitações, mas sendo muito além disso. Que ele seja livre para ser o que ele quiser”, pontua. A chegada do filho fez Tatah enxergar além de si e abrir os olhos para uma série de questões enraizadas na sociedade.

“Desde que a mulher nasceu, ela é criada para a competição feminina. A gente tem que ser melhor do que a outra. Mas é fundamental desconstruir isso e criar essa corrente em que todas comemoram as conquistas de todas. Tem uma frase que eu gosto e explica isso: ‘Você não tem que competir comigo, porque eu também quero que você ganhe’. Eu deixei de lado o posto de número 1, e no dia em que abandonei esse posto, consegui ser a mãe número 1 pro Dom”. Para ela, ninguém deve ser a mãe perfeita e a resposta para dominar o mundo está justamente na união: “A gente se realiza tanto pelos nossos filhos que eu acredito que só quem ama muito tem essa capacidade de fazer uma mudança tão significativa no mundo. Quanto mais as mães se unirem, mais elas vão dominar o mundo”.

Rompendo padrões

Laura Gama, mãe de Lavinia, que exerce a maternidade lésbica e mostra como o amor é a base de tudo, diz que nasceu desconstruindo estereótipos. Desde menina, já “quebrava as expectativas da mãe” em casa por, como ela diz, “não performar a feminilidade”. O plano de ser mãe sempre esteve presente e foi concretizado. Sua ex-mulher fez uma inseminação artificial e, juntas, tiveram Lavinia. Após, durante toda a sua vida, por não se ver representada, ela decidiu ser esse meio para outras mulheres que se sentem assim.

“Quando pensamos em mãe, vem uma figura muito específica na nossa cabeça, mas com certeza não sou eu. Enquanto eu crescia, nunca tive uma referência de mulher que se parece comigo sendo mãe. Então, eu quero mostrar que, sim, eu sou mãe tanto quanto a outra mãe da minha filha, por exemplo”, fala. Nesse contexto, Laura coloca: “Eu acho que muitas mulheres, como eu, devem crescer pensando que não cabem nesse lugar de mãe, ou que para ser mãe precisa gerar um filho – e nem sempre você tem essa vontade. Eu posso caber nessa fala em alguns lugares, tanto da mulher que não performa feminilidade e quer ser mãe, quanto a mãe que não pariu”.

Ela defende que o que a torna mãe é o vínculo criado com a filha e como cultiva essa relação. Separada da ex-mulher, elas fazem questão de dividir igualmente a guarda da filha, prezando pelo melhor para Lavinia e garante que mesmo antes do nascimento da menina, as duas concordaram que nada no processo mudaria o peso de serem duas mães. Mesmo com todos os desafios, Laura garante que ser mãe é a melhor coisa que já fez: “É uma sensação que você só sente vivendo. Filho é um gás para a vida, que está sempre se renovando e te conectando a lugares que antes não enxergava”.

Laura Gama é fotógrafa e mãe de Lavínia (Foto: Divulgação)

Para ela, é uma mudança de dentro para fora e de fora para dentro. “Eu sempre me senti uma pessoa muito sensível e sempre fui muito passiva de abaixar a cabeça para as coisas, caí nesse lugar de LGBTQIA+ de viver com receio. Mas depois que tive a minha filha, encontrei uma força dentro de mim, que ninguém irá passar por cima, de jeito nenhum, muito menos em relação à minha filha”. Ela acrescenta: “Eu me sinto muito mais mulher hoje, após ter me tornado mãe”. Para Laura, o mundo já está dominado pelas mães: “Eu acho que falta apenas o mundo aceitar que a gente existe em muitos lugares”.

Amor que alimenta

Geovanna Tominaga, mãe de Gabriel, jornalista, apresentadora e celebrante de casamentos, participou de programas infantis e afirma que sempre foi apaixonada pelas crianças. “Eu sempre gostei e me senti muito à vontade com esse público. Então quando fiquei mais velha, imaginava como seria ter um filho”, comenta. A relação com os pais foi a grande inspiração de maternidade para a jornalista, que busca aplicar esse aprendizado de parceria com Gabriel: “Eles foram um exemplo para mim do que eu queria para a minha vida. Minha mãe foi um exemplo de mulher, porque ela trabalhava e, quando a gente nasceu, fez um acordo com meu pai de ficar em casa cuidando de nós, porque queria muito”.

Ela conta que viveu um conflito interno para conciliar carreira e maternidade. “Eu pensei: ‘Vou ser mãe, mas também tenho a Geovanna profissional, a Geovanna mulher’. Eu queria muito ser mãe e me planejei para isso, mas também quero ser outras coisas além disso”. Dentro desta realidade, ela encontrou um equilíbrio para não abrir mão de coisas para si.

Geovanna é jornalista, apresentadora, celebrante de casamentos e mãe de Gabriel (Foto: Divulgação)

A maternidade, mesmo tão planejada, trouxe muita transformação e isso se refletiu em todas as áreas da vida dela. “Quando penso nas mães dominarem o mundo vejo dois sentidos. A mulher tem esse dom de fazer várias coisas ao mesmo tempo, mesmo muito cansada. Ela tira forças de algum lugar e eu acho que é isso que o filho faz com a gente. É um amor que alimenta e nutre. Então, temos esse poder de fazer essa engrenagem e transformar o mundo”. Para ela, as mulheres já dominam o mundo: “Se não fosse a gente, não teria ninguém por aí”.

É sempre tempo de mudar

Aline Barbosa, mãe solo de Laura, Vicente, Joaquim e Antônia, professora e entusiasta em comunicação digital, criadora do perfil Mãe Crespa no Instagram, acredita na potência das mães: “As mães fazem a roda do mundo girar. Nós que damos a vida e, acredito que na maioria dos lares, somos as principais criadoras e educadoras dos filhos”, porém defende que ainda há muito a ser conquistado, principalmente em termos de equidade e respeito. “Um mundo dominado pelas mães seria um mundo onde elas não fossem julgadas por serem mães, que elas fossem vistas como uma pessoa normal, e não vestir uma roupa de ‘santa’ e deixar de fazer outras coisas para ser exclusivamente mãe”, diz.

A maternidade solo, para ela, foi muito desafiadora e de muita doação e conforme a família foi aumentando, a relação com esse papel também se alterou. “Quando eu me tornei mãe pela primeira vez, começou a minha transformação, porque não foi planejada e eu era muito jovem, com 19 anos. Quando eu me tornei mãe pela segunda vez, eu já estava um pouco mais madura e queria muito. Eu consegui sentir a plenitude do que é ser mãe, estava realizada com o meu casal de filhos. Quando me tornei mãe pela terceira vez, aprendi o que era ser forte, porque até então eu não sabia o que era precisar ser forte. Eu comecei a ver a vida com outros olhos, ao mesmo tempo que me tornei mais forte, me tornei mais medrosa. Quando eu me tornei mãe pela quarta vez, foi a cereja do bolo da minha transformação. Eu mudei completamente como mulher e como ser humano. Foi onde eu entendi o que realmente é o papel de uma mãe. Eu mudei completamente o meu maternar. Até então, eu olhava a maternidade com um olhar de como eu fui criada pela minha mãe, sem muita demonstração. Ali, eu entendi o que é respeitar o filho, o que é demonstrar o amor por um filho”.

Aline conta que nunca sonhou em ser mãe, mas que logo mudou de ideia: “Quando me tornei mãe, a cada filho meu que nasceu, percebi que nasci para isso. Não consigo imaginar a minha vida sem ser mãe. Eu aprendi a ser o lar dos meus filhos, para que eles não corram de mim, mas corram para mim”. Criando quatro indivíduos para o mundo, ela também fala sobre a responsabilidade em passar diariamente o que é ser um cidadão de bem, e diz que tem muito receio por conta do racismo: “Eu quero que eles estejam preparados para isso”. Como mulher, a maternidade lhe ensinou a valorizar as pequenas conquistas, afinal, é por meio delas que as mães irão conseguir dominar o mundo. Apesar de toda a troca com os filhos, Aline destaca a necessidade de fazer coisas por si: “A maternidade é minha fortaleza, ela faz parte de mim, mas não é a minha vida”.

Corrente do bem

Thamirys Nunes, mãe de uma criança trans, autora do livro “Minha Criança Trans?” e ativista pelos direitos trans infantojuvenil, comenta: “Ser mãe para mim significa desconstrução, amar mesmo quando dói, mesmo quando não supre nenhuma expectativa”. Por isso, para ela, ser mãe é um exercício diário de amor incondicional. “Ser ativista foi uma necessidade. Porque quando eu identifiquei a condição de gênero da minha filha, eu me encontrei muito abandonada. “Eu me questionava: ‘Que futuro vai ter uma pessoa trans? As estatísticas eram horríveis, mas elas falam do passado e presente, mas o futuro eu posso construir diferente”.

Thamirys é mãe de Agatha e ativista pelos direitos trans infantojuvenil (Foto: Divulgação)

Antes desta experiência, ela não esconde que não dava muita importância para questões ambientais, por exemplo. “Eu vivia em uma bolha muito confortável. Mas quando você vê que não se preocupar com o futuro é um caso de vida ou morte – e caso de vida ou morte da minha filha, porque se a minha filha morrer, a minha maternidade morre junto, eu preciso pensar no futuro do país, sim”, completa. Por isso, Thamirys afirma que a maternidade a ensinou a ser mais generosa e ter uma escuta mais livre consigo e com os outros, permitindo enxergar um mundo mais amplo, plural e diversificado.

“Isso transforma o nosso mundo e o mundo em geral. Porque quando eu faço bem para o meu vizinho, estou transformando o mundo do vizinho, que vai transformar o mundo do vizinho dele. É uma corrente de energia positiva, de generosidade, de escuta empática. E a gente domina o mundo a partir do momento que está disposto a conhecê-lo”, comenta, e opina: “Esse cafuné, esse colo de mãe muda o mundo, porque quem está acolhido é amado e feliz, e a sociedade feliz é uma sociedade mais empática e para cima”. Dessa forma, é fundamental que as mães também estejam felizes e bem consigo mesmas, então Thamirys entende que é fundamental ter pequenos prazeres próprios. E sem culpa! “Eu acredito na potência do amor de mãe”, conclui.

Um passo de cada vez

Dani Bombini, mãe de Clara, Beatriz e Francisco, o SuperChico, diagnosticado com síndrome de Down, advogada e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/Bauru, também se transformou a partir da maternidade: “É automático”. Ela afirma que ser mãe trouxe um sentimento de plenitude e a chegada do Chico foi um plus: “Ele veio com várias surpresas. Apesar da gestação tranquila até a 28ª semana, meu líquido amniótico secou. O Chico nasceu com cardiopatia, veio com comorbidades, problema renal grave, tem 10% dos rins funcionando. Então eu tive que aprender a lidar com emoção o tempo inteiro, porque era notícia não muito boa o tempo inteiro”.

Dani Bombini é advogada e mãe de Clara, Beatriz e Francisco (Foto: Divulgação)

Nesse processo, Dani destaca o autoconhecimento que teve. “Eu me questionava: ‘Como estou aguentando tudo isso?’, porque eram notícias fortes, que tirariam qualquer pessoa do eixo, no entanto, eu acabava dando força para outras pessoas, inclusive controlar os médicos. Isso tudo me surpreendeu, eu conheci uma Dani que não conhecia”, afirma. Para ela, ser mãe de Clara trouxe a realização de um sonho, da Beatriz um pouco mais de estresse por conta do cansaço e a de Chico provou que nem todos os problemas que antes julgava que eram problemas de fato eram. “A gente começa a prestar mais atenção em coisas realmente importantes. Antes, eu era uma pessoa ansiosa e depois da vinda do Chico, tive que pisar o pé no freio e viver um minuto de cada vez. Não adianta nada essa ansiedade, a gente tem que viver aquele momento feliz”, diz.

O nascimento de Chico, sem dúvidas, aumentou o universo de Dani, que virou ativista na causa de pessoas com deficiência, e ela se sente orgulhosa pela forma como consegue levar a vida, enxergando o lado positivo: “Não adianta ser derrotista. Há sempre dois lados e a gente pode enxergar o outro lado, porque isso, inclusive, nos conforta”. A mãe do SuperChico ainda opina que toda mãe deveria se sentir “super”, por dar conta de tanta coisa.

Fazendo acontecer

“As mães vão dominar o mundo ao dominar a política”. É dessa forma que Marina Helou, mãe de Martin e Lara, e deputada estadual em São Paulo, enxerga a importância de que as mães ocupem todas as esferas de uma sociedade. Para ela, a presença de mulheres e mães na política é urgente. “As políticas não são pensadas por e para as mães. Meu primeiro filho nasceu prematuro, de 35 semanas. Passei pelo parto, que foi uma coisa muito forte na minha vida. Depois, ele ficou na UTI e eu estava sentindo aquela força. Eu pensava: ‘Se todas as mulheres que têm filhos passaram por isso, as mulheres são muito incríveis’. Temos muita força no maternar e ainda que a gente tenha que fazer uma luta para que o cuidado das crianças não seja responsabilidade das mulheres unicamente, a sociedade tem muito a se transformar. Temos uma visão da mulher romantizada, com pouco suporte e apoio e todo o peso das costas fica na gente”, conta.

Para ela, ter um filho é um ato de fé e traz diferentes perspectivas ao enxergar o mundo. “A maternidade representa grande parte de quem eu sou e de como vejo o mundo. E isso é bem profundo no sentido de entender a posição, as relações políticas e sociais a partir de um olhar da maternidade. Ser mãe é acreditar que as coisas vão dar certo e que as escolhas que você faz enquanto mãe transformam o seu filho para melhor, e por consequência, transformam o mundo”, defende. Enxergar o filho como o futuro do mundo também nos faz questionar sobre o presente: que mundo é esse que as mães vão dominar? Marina acredita que a palavra-chave é o acolhimento dessas mães desde sempre. Para isso, desenvolveu políticas públicas dentro das pautas de Primeira Infância, Meio Ambiente e Sustentabilidade, e Mais Mulheres na Política.

Marina Helou é mãe de Martin e Lara e deputada do estado de São Paulo (Foto: Divulgação)

Durante seu primeiro ano de mandato, ela ficou grávida de Lara e sofreu com julgamentos externos. “Todos eles falavam: ‘Nossa, você não vai conseguir se reeleger porque você já está grávida no primeiro ano, você não vai conseguir fazer o trabalho. As pessoas não vão votar em você’. Só que junto comigo, quatro deputados viraram pais no mesmo mês em que a minha filha nasceu, e isso nem era falado. Depois, começamos a trabalhar online e eu entrava em reuniões amamentando a minha filha. Uma vez, um deputado ficou aliviado em me ver com a Lara, porque ele estava sozinho com o filho em casa. Dessa forma, começamos a naturalizar a vida e o cuidado com as crianças.

Essa transformação precisa acontecer. Não podemos excluir as mães de nenhum lugar para que elas ocupem realmente todos os papéis. “Ao trazer as mães para a política, colocamos elas como prioridade. A sociedade deixa as crianças e as mulheres por último em todas as decisões que tem”, diz. Marina acredita que as mães já dominam o mundo, mas ainda falta muito para que elas tenham essa percepção. “As mães vão se unir para que sejam valorizadas nessa questão. O mundo só existe por conta das mães. Todas as pessoas têm uma mãe no mundo e uma mãe que foi sobrecarregada para que a gente pudesse existir. A partir do momento que valorizamos isso e encontramos o potencial dessa transformação, temos o potencial de valorizar a criação desses filhos e de criar uma nova sociedade”, define.

13º Seminário Internacional Pais&Filhos

Agora, depois de ler essas histórias, não restam dúvidas de que as mães vão dominar o mundo. Imagina então poder participar de uma conversa com algumas destas e outras mulheres que não estão aqui sobre esse assunto. É justamente isso que vamos trazer com o 13º Seminário Internacional Pais&Filhos – As mães vão dominar o mundo, iluminando a importância dessas mulheres para o presente e futuro da sociedade. Afinal, existem cerca de 2 bilhões de mães ao redor do mundo. Isso significa que um quarto da população mundial foi responsável pela vida de uma outra pessoa. Só o fato de colocar um filho no mundo já carrega uma enorme responsabilidade, que vem embalada junto com os medos, culpas e aflições da maternidade.

A gente reforça que um filho é responsabilidade do pai e da mãe, mas a distância profunda na criação ativa na maior parte das casas das famílias brasileiras ainda está longe de acabar. Por isso, a mãe responde diariamente pelas ações delas no mundo. Ao tentar fazer tudo “perfeito”, vão existir situações de acertos e de muitos erros. Temos que estender as mãos a essas mulheres. Não largar de jeito nenhum. É sobre se meter, sim, na vida dos outros e agarrar a ideia de que toda família é nossa. Os pais também são fundamentais nessa conversa.

Se entendermos que o planeta depende de um ambiente cuidadoso com a criação dos filhos, tudo seria bem mais leve. E é isso que a gente busca. Mas sem ser levianos. A grande chave é mostrar caminhos que podem ser fáceis de enxergar, mas muitas vezes dolorosos de falar. Todo mundo vem de uma mãe. O que a gente fizer hoje reflete nesse mundo daqui alguns anos. Criar filhos do mundo e para o mundo é uma das tarefas mais desafiadoras que qualquer ser humano pode ter. Exige empenho, afeto, cuidado, presença… E basta olhar ao redor para perceber: você, mãe, está fazendo um ótimo trabalho.

Quanto mais nos unirmos, mais nos fortalecemos. Mais do que nunca, no mês das mães, precisamos falar sobre elas, que encontram sua própria forma de maternar – como Nathalia Santos, que sabem do poder que têm – como Tatah Fávero, que sabem que podem ser tudo o que quiser – como Geovanna Tominaga, que fazem a roda do mundo girar – como Aline Barbosa, que são os próprios exemplos – como Laura Gama, que se desconstroem e se reconstroem – como Thamirys Nunes, que encontram forças para ser porto seguro de outras pessoas – como Dani Bombini, que estão agindo hoje para transformar o presente e futuro desta nova geração.

E olha que vem muito mais por aí! Essa conversa é apenas o início. Com muito orgulho, apresentamos em parceria com Nestlé Nanlac, o 13º Seminário Internacional Pais&Filhos – As mães vão dominar o mundo, que acontece no dia 25 de maio, a partir das 11h, direto da Unibes Cultural, em São Paulo. Com formato 100% digital e transmissão gratuita pelo Facebook e YouTube da Pais&Filhos, o evento contará com muito conteúdo e troca de experiências, por meio de palestras com especialistas, mesa-redonda, sorteios, ativações de marcas e mais. No Instagram, você também poderá acompanhar entradas pontuais e bastidores do evento, com teasers e flashes, além de matérias no site atualizadas em tempo real para ver e rever as conversas com os participantes. Já marca na agenda e fique ligada nas nossas redes sociais para mais informações.


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