Publicado em 18/04/2020, às 13h51 - Atualizado às 13h53 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo
O medicamento remdesivir, usado até então contra o ebola, está entre os mais estudados para combater os sintomas causados pelo novo coronavírus, assim como a cloroquina.
Desta vez, um estudo feito pela Universidade de Chicago, divulgado pelo site médico Stat, indica que o remdesivir ajuda na recuperação de pacientes que desenvolveram a doença covid-19.
Segundo o site, o tratamento acelera a recuperação da febre e de sintomas respiratórios, o que fez com as pessoas que participaram do estudo fossem liberadas do hospital em menos de uma semana.
“A melhor notícia é que a maioria dos nossos pacientes já recebeu alta, o que é ótimo. Apenas dois pacientes morreram. A maioria dos nossos pacientes é grave e sai em seis dias, o que indica que a duração da terapia não precisa ser de dez dias. Temos muito poucos que duraram dez dias, talvez três”, disse Kathleen Mullane, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Chicago que supervisiona os estudos de remdesivir.
No entanto, a Universidade de Chicago ressalta que as descobertas do estudo, feito com 125 pessoas, não são definitivas e não devem ser adotadas para tirar conclusões.
Uma das principais limitações do estudo é que não houve um grupo de controle — o efeito do medicamento não foi comparado com o de um segundo grupo que tomou um placebo. O medicamento também já foi usado para combater a mers, síndrome respiratória aguda grave do Oriente Médio, um vírus que é parte dos coronavírus.
Direito sobre o medicamento
Gilead Sciences, empresa de biofarmacologia baseada na Califórnia, tem direitos exclusivos sobre o medicamento remdesivir e pode reivindicar exclusividade de produção e marketing com base nas patentes que possui em mais de 70 países. Em uma carta aberta, mais de 150 organizações sociais e ativistas do mundo todo pedem, desde o fim do mês de março, que a empresa abra mão de reivindicar os direitos sobre o medicamento.
A iniciativa é da fundação Médicos Sem Fronteiras. Segundo a carta , o monopólio coloca em risco a acessibilidade ao tratamento da covid-19 para milhões de pessoas em todo o mundo.
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