Caso Henry: vídeo mostra últimas imagens do menino com pai antes de tragédia
Registros da câmera de segurança mostram a criança ao lado de Leniel Borel de Almeida. Logo depois, ele foi deixado na casa da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida
Resumo da Notícia
- Câmeras de segurança filmaram Henry Borel ao lado do pai no dia em que foi ao hospital
- A imagem foi registrada 11 horas antes do menino dar entrada no hospital
- No vídeo, a criança aparece dançando e abraçando o pai
Um vídeo da câmera de segurança mostra Henry Borel Medeiros, de 4 anos e 10 meses, 11 horas antes de ir para o hospital. Na gravação, ele aparece em uma recreação de Shopping na Barra da Tijuca junto do pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida.
Nas imagens é possível ver que o menino dança, ri e abraça o pai. Logo depois desse momento, a criança foi levada para o condomínio onde a mãe mora. Em entrevista ao RecordNews, o pai disse que aquele era um dos lugares preferidos do filho.
Por estar alternando momentos de muita alegria e muita tristeza, o menino tinha começado a frequentar uma psicóloga. O início foi em fevereiro e ele chegou a fazer cinco sessões. A mãe justificou a decisão para que tivesse auxílio a ajudar a criança a enfrentar a separação dos pais, que aconteceu em julho de 2020. Confira o vídeo:
Sobre o caso Henry Borel
Henry Borel, segundo o G1, não resistiu na madrugada da segunda-feira, 8 de março, na Barra de Tijuca, Zona Oeste do Rio. A causa ainda está sendo investigada pela Secretaria de Polícia Civil. No dia, o menino estava na casa da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e do padrasto, o vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
No laudo médico é relatado que a criança já deu entrada no hospital sem vida, sendo a causa uma hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente. A criança apresentava:
- Múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
- Infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral posterior da cabeça;
- Edemas no encéfalo;
- Grande quantidade de sangue no abdômen;
- Contusão no rim à direita;
- Trauma com contusão pulmonar;
- Laceração hepática (no fígado);
- Hemorragia retroperitoneal.
O pai, no depoimento, contou que recebeu uma ligação de Monique às 4h30 pedindo que ele fosse até o Hospital Barra D’Or, porque o filho não estava respirando. Ela contou a Leniel que fez respiração boca-a-boca em uma tentativa de reanimar a criança.
As médicas que atenderam o menino no hospital também foram ouvidas pela polícia e as três pediatras garantiram que Henry chegou sem vida ao local. A mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, vereador Doutor Jairinho, também realizaram os depoimentos e houve divergências entre eles.
Para a equipe médica que tentou socorrer o menino, a mãe dele disse que havia acordado após ouvir um barulho no quarto. Ao chegar no local, ela contou ter visto o menino caído no chão. Nesta primeira versão, que consta no Boletim de Atendimento Médico (BAM), eles encontraram o garoto gelado, pálido e sem poder de resposta. O padrasto chegou a pensar que o menino estava em parada cardiorrespiratória e a família foi para o Hospital Barra Dor, na Zona Oeste do Rio.
Já o padrasto contou alguns pontos diferentes. O primeiro ponto de divergência foi em relação ao barulho citado pelo casal na noite em que tudo aconteceu. Durante o relato feito à polícia, nem a mãe nem o padrasto mencionaram terem ouvido um barulho vindo do quarto da criança. Ela afirmou que acordou por volta das 3h30 com o barulho da TV ligada e foi ver o filho — quando o encontrou desacordado. Já o Doutor Jairinho contou que ele e a esposa estavam assistindo a uma série no quarto de hóspedes para não incomodar o sono do enteado e adormeceram. Quando Monique acordou, foi até o quarto do casal e encontrou Henry já caído, com os “olhos revirados e mãos e pés gelados”. Desde a perda do menino, os policiais estão ouvindo testemunhas para tentar desvendar o caso.