Chegou a hora: vamos falar sobre empreendedorismo materno?
Essa onda chegou para ficar, ter um negócio próprio pode ser a saída em um momento em que tantas portas acabam se fechando
Camila, Juliana, Bárbara, Daniela e Cristina. Mulheres, mães e com um fator em comum: foram expelidas do mercado de trabalho logo após a chegada dos filhos. Entre as (muitas) mudanças que chegam com a maternidade, uma das maiores é a relação com o trabalho. Na maioria dos casos, falta acolhimento, sensibilidade e respeito com as mães que retornam ao trabalho com um novo bebê e uma nova vida. Os números não mentem: segundo a FGV, 48% das mães ficam desempregadas no primeiro ano após o parto.
A gente sabe que não é nada fácil, mas você não está sozinha. E foi pensando nisso tudo que criamos, em parceria com a Brascol, maior atacadista de produtos para bebês e crianças no Brasil, o projeto Nascer de Novo. Sim, é possível dar a volta por cima. Apesar das dificuldades, a vida está cheia de oportunidades e estamos aqui para te dar aquela força que estava faltando.
Nasce uma mãe, nasce uma empreendedora.
“Depois que se torna mãe, a mulher costuma não se sentir mais acolhida no ambiente de trabalho. Os chefes e colegas não sabem lidar com esse novo momento da mulher, que fica ainda mais insegura e com uma sensação de não pertencimento”, explica Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, mãe de Daniela e Evelyn.
Nordestina, com oito irmãos e de origem pobre, Ana Fontes é um dos maiores exemplos da força da mulher. Incentivada pelos pais, ela estudou em uma escola pública, se dedicou e concluiu o curso de Publicidade e Propaganda em uma faculdade particular. Pagava as mensalidades vendendo bolos e tortas. “Eu trabalhava na casa dos meus vizinhos. Limpava, olhava os filhos, fazia de tudo. E não tenho vergonha disso, faz parte da minha história”, lembra.
Hoje, a empreendedora ajuda mulheres de todo país a trilharem o caminho da independência financeira e o empoderamento feminino. “Nós temos uma visão muito mais humana, colaborativa e cuidadosa para o empreendedorismo. Após a maternidade, nos preocupamos ainda mais com quem está à nossa volta”, defende.
Muito além de ser dona do próprio negócio e lucrar com ele, essa é uma ferramenta que dá poder, escolhas, espaço e visibilidade. “Empreender é o caminho para muitas mulheres continuarem ativas e preservarem a autonomia após a maternidade”, defende Carol Sandler, mãe de Beatriz, jornalista e fundadora do Finanças Femininas. Quando ela ganha independência financeira, começa a bancar suas próprias escolhas e ganha poder de decisão.
“Esse é um grande desafio, pois na maioria das vezes trabalhamos em horários não convencionais e isso pode ser bem desgastante. Por isso, precisamos de uma rede de apoio para evitar a sobrecarga”, relata Maribel Albreschtt, empreendedora e mãe de Francisco, Catarina e Antônio. Assim como na maternidade, ter ajuda é fundamental.