Publicado em 15/12/2015, às 08h57 - Atualizado às 14h39 por Redação Pais&Filhos
Hoje é a grande final do MasterChef Junior! Nós da redação acompanhamos todos os episódios do reality show de culinária e adoramos. Além de as crianças darem um show em trabalho em equipe, carisma e talento, o jurado Erick Jacquin, pai de Edouard, é uma atração à parte. O chef recebeu a equipe da Pais&Filhos em casa para contar sobre os desafios de trabalhar com as crianças. Acompanhe a cobertura ao vivo, a partir das 22h45, em nosso Twitter: @revpaisefilhos.
De olho na alimentação familiar
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Qual a diferença entre as crianças e os adultos no MasterChef?
Erick Jacquin: As crianças sempre gostaram de mim, sou um cara muito aberto. Com certeza, não dá para falar com uma criança igual você fala com um adulto. Na realidade, as crianças do MasterChef Junior são mais adultas que os adultos, são silenciosas e atentas. Isso porque elas vão à escola todos os dias, estão acostumadas a ter um professor. Então nos olham como professores, e não como jurados. Elas respeitam e obedecem. Os adultos não, eles pensam que são tudo, que não devem nada a ninguém. Nossa decisão é como uma nota na prova.
Como é lidar com as crianças sob pressão?
EJ: Eles se respeitam e se ajudam muito, não tem espírito de competidor. Do tipo: esqueci a manteiga, e o outro empresta. Isso é uma coisa que não existe para os adultos, porque eles têm uma consciência de competidor. No MasterChef Junior não rola dinheiro como prêmio, que é o que faz o mundo do adulto e que é o que muda o mundo.
Você se surpreendeu quando sentiu esse espírito de equipe entre elas?
EJ: Eu gosto de criança, sabia que seria desse jeito. São mais inteligentes que os adultos porque são mais puros. Claro, nunca foram magoados. Um “não” é uma tragédia às vezes. Imagina quando falamos “você vai deixar o programa”. É difícil! Já os adultos estão acostumados a receber um “não”, alguns já perderam o emprego, perderam dinheiro. A preocupação das crianças é café da manhã, almoço, jantar, escola, divertimento e vida boa. E tudo controlado pelos pais.
E como é falar o “não”?
EJ: “Não”. Simples assim. Esse é o grande defeito do brasileiro: não sabe falar não. No Brasil o costume é “ah, vou pensar, amanhã te ligo”. Eu falo, minha cultura é de falar. Você já sabe quando vai vir uma resposta negativa, por isso o certo é “desculpa, não vai dar certo”.
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Vocês tiveram uma preparação para lidar com isso antes do MasterChef Junior começar?
EJ: Conversamos com um psicólogo, que falou “você é um homem engraçado, vou te dar um livro de piada para contar para as crianças”. Ele marcou algumas piadas e na hora falei que não ia contar isso para as crianças. Elas iam achar que sou um idiota. Você não pode pensar que as crianças são bebês. Não dá para ficar de joelho e falar “ah tatatata”. Pelo contrário, elas esperam ser tratadas igual aos adultos. Percebo que querem ser julgadas pelo trabalho que mostraram.
Isso é o que mais te impressiona nas crianças?
EJ: A qualidade do trabalho e o silêncio.
Dá para comparar a qualidade do trabalho das crianças com o dos adultos?
EJ: Muito. Você dá um ponto de referência para a criança, ela vai aplicar e o adulto não, o adulto vai falar “O que é isso? Eu sei fazer mais e melhor” e, no final, acaba se enganando. Já as crianças não. Teve um dia que uma participante, a Aisha, fez uma costela de porco com molho barbecue e que ficou muito bom. Uma outra vez, um menino fez um T-bone e sabia explicar por que tinha esse nome. Também estava ótimo. Até lembrou a comida da minha mãe.
Você acha que existe comida diferente para adulto e criança?
EJ: Não existe comida de criança, existe comida de bebê e comida. Quando eu era moleque, com 13 anos, tinha jantar em casa ou almoço de família e sempre faziam a mesa das crianças separada dos adultos. Acho isso a pior coisa do mundo. As crianças devem sentar com os adultos. Juntos. Aqui em casa, quando a gente faz um almoço ou jantar, as crianças sentam com a gente na mesma mesa e come igual.
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Qual a importância para as crianças de se envolver na cozinha?
EJ: O fundamental para mudar essa sociedade brasileira é a forma de se alimentar, o Brasil está
em uma fase muito ruim da alimentação. Todo mundo come lanche e bebe refrigerante. A obesidade está crescendo muito neste país. Então acredito que esse programa é muito importante, mostra que todo mundo pode cozinhar, não tem idade para criar, para fazer. Dá para comer muita coisa além de sanduíche, arroz e feijão, o Brasil tem muito produto, muito legume, muita fruta, muita salada, muito sabor e “temperô”.
E você, Jacquin, quando começou a cozinhar? Quando percebeu que faria isso para o resto da vida?
EJ: Eu nunca imaginei fazer outra coisa e me arrependi por isso, parece que eu não escolhi minha profissão, parece que a profissão que me escolheu. Eu poderia ter sido um policial ou deputado. Mas sempre soube que seria cozinheiro. Minha mãe é quem pode falar, eu brincava com as panelas dela. Morávamos em uma casa que tinha uma escada enorme, minha mãe fazia bolo e colocava para esfriar ali, então eu pegava as minhas panelas e colocava junto com as dela.
Sua mãe influenciou para você seguir esse caminho então?
EJ: Não, ninguém. Acho que foi o cheiro da comida. Tenho mais lembranças de cheiro do que da comida na boca. Eu voltava da escola de bicicleta e esperava pelo almoço.
Fizemos também um vídeo superlegal com ele em nosso canal no YouTube, a Pais&Filhos TV, veja abaixo:
Qual prato você mais gosta de fazer?
EJ: Ah, não tenho um preferido.
Você acha que cozinhar é um gesto de carinho para o outro?
EJ: Eu vou te falar mais que isso. Cantar. Todo mundo canta, não precisa ser cantor profissional, cantar é uma felicidade. Uma pessoa vai à missa e canta na igreja, qualquer religião canta e come. Outra coisa, você vai namorar, leva a namorada em um bar, sempre tem um cantor e comida. Você vai casar, tem música e comida. Você vai fazer aniversário tem comida e música. O que existe de mais próximo da comida e da gastronomia são os cantores. Essas duas coisas acompanham a vida de todo mundo. Tudo o que acontece na sua vida vai ter alguém cantando e comendo para comemorar. Afinal, não existe comemoração sem música e sem comida.
Qual a mensagem que você deixa para nossos leitores da revista?
EJ: Os pais deveriam ser mais naturais. Sentar à mesa e educar os filhos a comer. Tem duas coisas na vida que são essenciais: uma cama boa e um sapato bom. Porque quando você não está com sapato, você está na cama. Com a mesa é igual. Grande parte da nossa vida passamos sentados à mesa, então postura é importante. Faz parte da educação. Não só vestibular, não só diploma. Só depende dos pais ensinar os filhos a respeitarem a comida, não jogar fora. Os pais não são os donos dos filhos, eles devem escolher o que querem fazer e o que querem ser. Não pode forçar, mas sim dar dica e ajudar.
Para a Pais&Filhos, família é tudo. E para você?
EJ: Família não é tudo. precisa de muito mais coisa para ser feliz. antigamente, quando eu era moleque, não tinha televisão, não tinha videogame, então procurava felicidade era na rua, com amigos, com vizinhos.uma felicidade diferente. Hoje as famílias são fechadas, algumas são egoístas. Para mim família é uma mesa cheia, com pais e filhos.
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