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Desabafo: “Aos colegas de trabalho que chamaram minha licença-maternidade de férias”

Reprodução/Facebook
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Publicado em 09/05/2018, às 15h55 por Redação Pais&Filhos


A gente ama quem fala a verdade! Foi o que a norte-americana Carrie O’Maley Voliva fez. Mãe de dois meninos, ela escreveu um desabafo sobre as dificuldades e julgamentos que enfrentou ao voltar ao trabalhoapós a licença-maternidade. Em depoimento ao site PopSugar, Carrie também publicou sobre a falta de compreensão dos colegas de trabalho e da pressão de lidar com a maternidade.

“Queridos colegas de trabalho,

Muito obrigada por cobrir meus horários nas últimas 12 semanas. Eu sei que não tem sido fácil. Você teve que renunciar às pausas porque não havia mais ninguém para ficar no balcão de atendimento ao cliente. Você trabalhou em noites extras e mais finais de semana porque havia uma pessoa a menos para cobrir esses turnos. Eu enxergo e realmente reconheço isso.

Mas eu sei o que você está pensando – “Já é hora de você voltar, né?”. Quando voltei da minha última licença maternidade, alguém perguntou por que eu estava marcando minhas férias já que tinha acabado de “ter longas férias”. E embora não há nada no mundo que eu preferiria estar fazendo durante os últimos três meses da minha vida do que cuidar do meu novo bebê o tempo todo, há uma boa razão para as babás serem pagas. Porque cuidar de crianças é trabalho. Trabalho duro.

Sim, eu te enviei aquelas fotos fofas do meu filho aconchegado em meu peito enquanto estava deitada em um travesseiro confortável. Também passei horas vasculhando lojas de departamento com ele dormindo no carrinho. E, sim, eu consegui fazer muitas tarefas de casa que estavam abandonadas há muito tempo, como organizar armários e limpar os banheiros.

Mas o que você não viu é que eu não pude dormir à noite durante o primeiro mês, porque se eu colocasse meu bebê no colo, ele imediatamente começava a chorar e eu não conseguia dormir com ele em meus braços. E quando eu digo que passamos horas vagando pelos corredores das lojas, é porque eu estava com tanto sono que nem percebi que já tinham se passado duas horas, e tudo o que eu consegui colocar no carrinho foi um pedaço de pão e um pacote de fraldas, até meus seios formigaram e eu perceber que era hora de amamentar (de novo).

Você não viu as 48 horas que passei no hospital com meu filho de 6 semanas, que estava recebendo soro e oxigênio porque tinha vírus sincicial respiratório (VSR) e pneumonia. Você não viu a semana que eu passei antes de sua hospitalização, checando sua temperatura a cada hora e observando cuidadosamente seu peito subir e descer para ter certeza que ele não parasse de respirar.

Você não viu as muitas vezes que visitamos o médico para verificar seu peso, porque ele não pôde ser amamentado normalmente e eu tive que interromper várias vezes seu sono tranquilo para fazê-lo comer. Você não viu o tempão que eu passei com meu filho mais velho, dizendo que eu ainda o amo, apesar de precisar dar muito mais atenção para seu novo irmão. Você não me viu ficando preocupada sobre como seria a alimentação do meu filho na creche, afinal, como eu poderia bombear leite o suficiente ou esperar que o cuidador o alimentasse de hora em hora? Você não me viu quebrando a cabeça para descobrir como iríamos conseguir pagar um extra de 1200 dólares por mês para manter ele na creche.

Embora eu saiba que você não vê a hora que eu volte ao trabalho para aliviar sua carga, peço que seja gentil comigo, porque eu tenho um peso muito maior nos ombros do que quando eu saí. Saiba que quando eu faço uma pausa a cada duas horas e levo mais tempo do que os comuns 15 minutos, não é porque eu estou jogando no Facebook ou fofocando com amigos no telefone. Em vez disso, estou sentada no frio e apertado banheiro, tentando desesperadamente relaxar para conseguir bombear uma quantidade suficiente de leite para o meu bebê ser alimentado no dia seguinte.

Saiba que, quando saio correndo às 17h30, não é porque estou tentando fugir do trabalho. Também não é porque eu sinto tanta saudade do meu bebê que não posso ficar outro minuto longe dele (embora eu realmente sinta).

Mas sim porque eu preciso buscar meu filho antes das 18:00 para não ter que pagar multas por atraso, nem fazer com que o cuidador da creche fique atrasado para buscar seu próprio filho, e evitar que meu filho seja expulso da creche por causa das muitas vezes que sua mãe estava atrasada para buscá-lo.

Estas últimas 12 semanas foram alegres e emocionantes, e eu experimentei alguns dos melhores momentos da minha vida. Mas eles também têm sido desafiadores, estressantes e cheios de insônia. E o trabalho de ser mãe tem sido diferente de tudo que eu faço no escritório ou já fiz na vida. Então talvez eu demore um pouco para voltar ao “normal”.

Mas eu te prometo que estarei à sua disposição por 40 horas por semana (tirando minhas três pausas por dia para bombear o leite) se você puder ou pelo menos tentar entender o meu lado enquanto me adapto à minha nova vida. Eu também prometo fazer o mesmo por você e nunca ter invejar suas próprias “férias”.

Atenciosamente,

Uma mãe tentando descobrir tudo”

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