Publicado em 01/12/2020, às 16h00 - Atualizado em 31/03/2021, às 06h11 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
O termo “dezembrite” até parece brincadeira, mas você sabia que ele existe? Apesar de não ser considerado uma doença, é uma síndrome que você precisa ficar de olho neste final de ano. Nos 31 dias de dezembro a correria e falta de tempo podem desencadear ansiedade, estresse e irritabilidades, afetando a saúde física e mental da família.
A autocobrança por não alcançar metas e desejos, que em muitos casos são inatingíveis, afetam diretamente na confiança e autoestima. Para tirar as principais dúvidas sobre o assunto, conversamos com a psiquiatra Dra. Maria Fernanda Caliani.
“A dezembrite pode tanto prejudicar como piorar os problemas de saúde”, explica a especialista. “Nosso corpo é extremamente sensível ao que a gente vive, então em um momento de ansiedade, angústia e frustração estimula a liberação na nossa corrente sanguínea de hormônios de estresse como, a adrenalina e o cortisol, que podem interferir diretamente em qualquer sistema do corpo, no quadro de qualquer doença”.
No fim de ano, até mesmo o coração pode ser afetado. “Ele aumenta a frequência cardíaca, pressão arterial e isso favorece infartos. Então não é só o estresse de fim de ano que pode prejudicar a nossa saúde, nessa época da ‘dezembrite‘ o estômago também sofre muitos excessos, já que as ceias são cheias de alimentos pesados”.
Nesse período, o principal conselho é descansar e, principalmente, cuidar da saúde. “Precisamos cuidar da alimentação, do sono, praticar atividades físicas, priorizar organização e planejamento, viver o presente e controlar a respiração”.
Por conta de todas as preocupações, “vivemos tão no automático, que não prestamos atenção no que estamos fazendo, falando, comendo. E uma maneira de estar presente é meditar, ter um hobbie, que ajudam a focar e parar de pensar no que deveria ter sido e não foi, e possibilidades do futuro”.
Para lidar com a sensação de frustração, é preciso encarar as situações com outros olhos: “Apesar dela remeter a sensação de fracasso, é importante encarar a frustração como uma possibilidade de crescimento. Então é importante a aceitação de que não vamos ter o controle de tudo e tudo bem! Então diminua o seu nível de cobranças consigo mesmo, foque no que você é capaz de dar conta e tente não se culpar por aquilo que você deixou de fazer”.
O estresse e a ansiedade também pode ser passado para os filhos. A psiquiatra comentar que os pais são como “os pilotos de avião das nossas famílias”. Portanto, é essencial entendermos os nossos pensamentos primeiro, para depois ajudarmos os nossos filhos. “É importante refletirmos sobre o nosso próprio comportamento para corrigir o que está errado e não interfira negativamente no desenvolvimento dos filhos”, conclui.
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