Família

Dia das mulheres: conheça a história de Heloísa Schurmann, velejadora que educou seus filhos em alto mar

Heloísa Schurmann em alto mar - Heloísa Schurmann arquivo pessoal
Heloísa Schurmann arquivo pessoal

Publicado em 08/03/2020, às 05h06 - Atualizado às 05h26 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


Heloísa Schurmann em alto mar (Foto: Heloísa Schurmann arquivo pessoal)

O dia 8 de março é considerado o Dia Internacional da Mulher desde 1970. A data simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas as dos homens. A história da escolha da data você provavelmente já ouviu: em 8 de março de 1857, 129 operárias morreram carbonizadas em um incêndio ocorrido nas instalações de uma fábrica têxtil na cidade de Nova York.

Desde que a data foi oficializada, a luta das mulheres vêm ganhando cada vez mais força, apesar de ainda ter muito o que avançar. Do ambiente doméstico, as mulheres aos poucos foram conquistando diversos ambientes: o mercado de trabalho, o direito ao voto, o mar… Mar? Pois é, mostrando que nada é impossível, Heloísa Schurmann, mãe do Pierre, do David, do Wilhelm e da Kat, ultrapassou as barreiras terrestres e realizou seu sonho de conhecer o mundo de uma forma nada convencional: através de um barco a vela.

Heloísa partiu para sua primeira expedição há mais de 35 anos com os três filhos, Pierre com 15 anos, David com 10 e Wilhelm com 7. A família – primeira brasileira a dar a volta ao mundo em um veleiro – morou na embarcaçãopor 10 anos. Muita coisa aconteceu ao longo dessa década de história em alto mar, em entrevista exclusiva à PAIS&FILHOS ela conta um pouco sobre como foi educar seus filhos em meio às ondas. 

Após decidirem que queriam velejar pelo mundo, Heloísa e seu marido Vilfredo começaram a pensar em soluções para tornar esse sonho possível. Além de organizar como viabilizar a realização, o casal tinha que se preocupar também com os possíveis problemas que enfrentariam no caminho. Um deles: a educação dos filhos. As crianças estavam no meio do ensino escolar e precisavam estudar de alguma forma.

Foi então que Heloísa, pedagoga, começou a buscar por meios de ensiná-los tudo que precisavam dentro do veleiro. “Depois de muitas pesquisas, encontramos o método de educação por correspondência de uma escola americana com mais de 100 anos de experiência. Os meninos tinham uma rotina de estudos e aulas no veleiro. Cada um tinha um determinado número de redações mensais e muitos trabalhos e pesquisas que complementavam as matérias abordadas pelo método de ensino à distância.”, fala, “As aulas eram no deck ou no salão, se estivéssemos navegando, ou, quando ancorados, podia ser em terra, na praia, no alto de uma montanha, em um museu, na pracinha, no ônibus, no trem... onde alunos e professora se sentiam confortáveis”.

O método de ensino, apesar de não ser muito comum, rendeu muitos frutos para os meninos e orgulhos para o casal. “Os resultados foram ótimos. Pierre foi para a Flórida fazer faculdade aos 18 anos, depois de três anos vivendo a bordo. Quando David decidiu desembarcar e viver na Nova Zelândia, ele ingressou tranquilamente na universidade”, conta.

Depois da primeira embarcação, Heloísa já ansiava pela próxima. Seus filhos, já traçando suas próprias rotas, não a acompanharam nessa segunda expedição. A velejadora, no entanto, não deixou de ensinar a bordo. A aluna da vez: Kat. “Durante nossa primeira volta ao mundo, nosso barco quebrou e tivemos que voltar para a Nova Zelândia para fazer um mastro novo. Lá, conhecemos uma família velejadora: ela brasileira e ele neozelandês. E ela estava grávida de uma menina (Kat) que viria a ser minha filha, uma decisão que partiu dos pais biológicos”.

Kat entrou na família Schurmann quando tinha 3 anos, momento em que a mãe biológica havia morrido de complicações do vírus HIV e o pai também estava numa fase delicada da doença. Por 10 anos, a garota acompanhou a família nas expedições e na vida ancorada nas casas tradicionais. Poucos dias antes de completar 14 anos, no entanto, Kat faleceu devido a complicações do vírus HIV.

A história da garota serviu de inspiração para todos da família. Após sua morte, Heloísa escreveu o livro Pequeno Segredo, contando um pouco sobre a trajetória da garota na família. Anos depois, a história virou o filme Pequeno Segredo, dirigido pelo irmão David Schurmman, que foi eleito para representar o Brasil no Oscar.

Visionária, a história de Heloísa nos rendeu diversas obras literárias. Ela escreveu 4 livros ao longo de sua trajetória no mar: “10 Anos no Mar”, “Um Mundo de Aventuras” ,“Em Busca do Sonho” e “Pequeno Segredo” . Além disso, desenvolveu o programa pedagógico “Educação na Aventura”, do qual participaram mais de 2 milhões de estudantes no Brasil e nos Estados Unidos, é palestrante e defensora do projeto #MaresLimpos, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. 

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