Família

Dia dos Irmãos: a importância da relação e do vínculo que podem durar a vida inteira

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Publicado em 05/09/2020, às 05h00 por Jennifer Detlinger, Editora de digital | Filha de Lucila e Paulo


Eles brigam, quase sempre, mas se amam, quase sempre. O vínculo que une os irmãos é um dos menos estudados, ainda que seja um dos mais expressivos que existem. Até o início dos anos 1990, a maioria dos estudos sobre a família avaliava a estrutura, as relações e as dinâmicas envolvidas nas casas, do ponto de vista dos pais com os filhos. O que acontecia entre os irmãos não parecia tão relevante. Mas, hoje, a relação fraternal tem sido avaliada com lupa, e o resultado é que os irmãos são considerados uma influência às vezes ainda mais importante do que os próprios pais.

(Foto: Reprodução / Getty Images)

Se, na família tradicional, a mãe ocupava o centro do palco como a figura mais importante das dinâmicas, a família contemporânea oferece hoje diversas possibilidades de interação. Irmãos não se divorciam e têm uma presença mais próxima e constante na vida uns dos outros, especialmente na infância, mas também ao longo da adolescência. Um estudo realizado pela Penn University, nos Estados Unidos, aponta que irmãos passarão 33% da vida juntos.

São eles quem ensinam, na prática, a dividir, ainda que às vezes na marra, objetos e afetos, é com os irmãos que se tem contato com a dinâmica complexa de viver em sociedade, onde é necessário fazer concessões, perseverar, lutar por seus direitos, enfim, conviver. Caso contrário, as consequências podem ser desastrosas. Os irmãos não são escolhidos, como os amigos. São as pessoas com quem você divide a casa e os pais, sem ter pedido. Por isso, aprender a negociar com eles é um passo importante.

Eles continuam a exercer um papel parecido com  aquele que sempre exerceram: são os primeiros iguais com quem aprendemos a lidar. Se a relação com os pais é vertical, os pais são os chefes da família, a relação entre irmãos é em tese horizontal: têm os mesmos direitos. “Irmãos podem se tornar cúmplices e se apoiar em situações difíceis. Mas isso depende de como a família se organizou para acomodá-los”, diz a psicanalista Maria Cecilia Pereira da Silva, mãe de João e Maria, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Para ela, a qualidade do vínculo depende dos pais e de sua capacidade de se dividir entre os dois. Ou seja: permitir a criação desse vínculo e apoiar o seu fortalecimento é papel dos pais, sim.

“O nascimento de um irmão para o filho mais velho é um problema, a primeira coisa que ele pensa é que se os pais gostassem tanto dele assim não precisariam ter outro filho. Como o casal lida com isso e como evita dar mais atenção a um do que a outro é o que vai determinar a qualidade do relacionamento entre os irmãos, é o que determina se eles vão criar uma relação de cumplicidade ou não”, explica Maria Cecilia. Cabe aos pais mostrar que cada um tem seu lugar e é esse percurso que permite aos irmãos criar vínculos que podem durar a vida inteira. “Se os irmãos conseguem superar esta primeira etapa do ciúme e da disputa pela atenção dos pais, terão dado um passo para ficar mais fortes em sua relação e também com o resto do mundo”, afirma.

(Foto: iStock)

Novos formatos de família

Com o aumento dos recasamentos, as novas famílias são formadas muitas vezes com filhos dos casamentos anteriores. Também há núcleos em que a figura paterna inexiste (como é o caso de mulheres que optam por inseminação artificial). Também se tornam cada vez mais corriqueiras as famílias em que há dois pais ou duas mães. Ou seja: muita coisa mudou, mas a constante em nos relacionamentos são justamente os irmãos.

Eles continuam a exercer um papel parecido com  aquele que sempre exerceram: são os primeiros iguais com quem aprendemos a lidar. Se a relação com os pais é vertical, os pais são os chefes da família, a relação entre irmãos é em tese horizontal: têm os mesmos direitos.

Os estereótipos relacionados aos filhos também começam a ruir, o filho mais velho nem sempre é o mais mimado nem o caçula, o rebelde e o do meio, o que tem menos atenção. As novas formações rearranjam essas “castas” e um caçula pode encontrar um novo irmão ainda mais novo em uma família recasada. “Todas essas relações ganharam novas complexidades. E, na verdade, o que acontece é que as expectativas e os desejos dos pais podem ser diferentes quando nascem seus filhos. O primeiro é muito festejado, é um sonho que se realizou; o segundo filho encontra um casal mais maduro e mais sábio, que aprendeu a dosar as expectativas”, diz Maria Ângela.

E se na sua casa os irmãos competem e brigam o tempo todo por qualquer besteirinha, saiba que é possível reverter e ajudá-los a ser parceiros a vida toda. A gente preparou uma lista de como realizar essa missão:

  • Crie um “dia do filho único” e faça programas separados com cada um;
  • Permita que façam atividades e tenham interesses diversos: natação pode ser ótima para os mais velho, mas o mais novo pode preferir teatro;
  • Não comparar notas ou desempenho escolar: cada filho deve ser estimulado a melhorar em relação aos seu próprio desempenho, não em relação ao do irmão;
  • Não incite a competição entre eles;
  • Adote uma postura apaziguadora nos conflitos;
  • Garanta que saibam que são igualmente amados;
  • Respeite as diferenças etárias de cada um;
  • Permita que tenham amigos e uma vida particular exclusiva;

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