Família

“Dois Irmãos”: visitamos os Estúdios Pixar para conhecer os bastidores da nova animação e te contamos (quase) tudo!

Essa é uma das cenas mais emocionantes! Ian coloca sua magia à prova, além da confiança no irmão, Barley. Nós fomos desafiados a atravessar a ponte também, mas com realidade aumentada e logo avisamos: se você tem medo de altura, prepare-se! - Divulgação / Pixar
Divulgação / Pixar

Publicado em 03/03/2020, às 08h03 - Atualizado em 04/03/2020, às 14h11 por Marina Paschoal, filha de Selma e Antonio Jorge


Essa é uma das cenas mais emocionantes! Ian coloca sua magia à prova, além da confiança no irmão, Barley. Nós fomos desafiados a atravessar a ponte também, mas com realidade aumentada e logo avisamos: se você tem medo de altura, prepare-se!(Foto: Divulgação / Pixar)

Mais do que um filme sobre magia, ‘Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica’, novidade da Pixar que chega aos cinemas em março de 2020, é uma história sobre a força dos laços familiares – mesmo com aqueles que já partiram. A Pais&Filhos foi convidada para visitar os estúdios da Pixar em São Francisco, na Califórnia, e conversar com a equipe que produziu a animação.

Para começar, já adiantamos que esse é daqueles filmes que diverte e ensina às crianças ao mesmo tempo que faz com que nós, adultos, precisemos manter um lencinho do lado. E isso porque a animação foi inspirada na vida pessoal do diretor, Dan Scanlon. “Levamos como base a minha relação com meu irmão e nossa conexão com nosso pai, que faleceu quando eu tinha cerca de um ano. Ele sempre foi um mistério para nós, até um parente nos mandar uma gravação em que ele dizia duas palavras: ‘oi’ e ‘tchau’. Apenas duas palavras, mas que para nós foi mágico. E esse foi o ponto de partida”, ele explica.

Ian não teve a oportunidade de conhecer o pai e vive sonhando com a presença dele vendo fotos antigas e ouvindo gravações dele (Foto: Divulgação / Pixar)

Tudo é possível

“Todos nós já perdemos alguém, e se pudéssemos passar pelo menos mais um dia com essa pessoa, seria muito emocionante”, Dan acredita. Pensando nisso, eles entenderam que se quisessem contar algo parecido, teriam que colocar a história em um mundo que isso fosse possível – ou seja, com magia.

Assim nasceu a família de elfos Lightfoot – e todos os outros personagens que foram criados. “Nós chegávamos a nos encontrar três vezes por semana para pensar neles. Foram muitas pesquisas sobre fantasia para conseguir criar os nossos próprios e fiéis personagens, sem a semelhança com algo já existente”, conta Noah Klocek, designer de produção e responsável por dar o toque único ao visual do filme.

Apesar dos traços fantásticos, todos os seres do filme têm expressões humanas e vivem como vivemos hoje em dia – com carros, tecnologia e internet –, mas com um toque especial. “Você reconhece o mundo, mas ele tem referências de magia”, observa Noah. Eles procuraram criar um lugar entre o natural e o fantástico, em que 30% é fantasia e 70% é parecido com o que conhecemos. “É um filme moderno de fantasia suburbana – um novo gênero da Pixar”, brinca a produtora Kori Rae.

“Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica” é a nova animação da Pixar (Foto: Divulgação / Pixar)

Mas ainda existe magia por aí?

Barley e Ian, os personagens principais, são irmãos e perderam o pai – Ian, o caçula, antes mesmo de nascer. Ele é introvertido e inseguro, enquanto o irmão mais velho é o contrário: aventureiro e desajeitado. A magia fez parte do mundo em que eles vivem, mas com o tempo e a chegada da tecnologia, foi se perdendo, ficou no passado e serviu de inspiração para jogos de fantasia – que é a grande paixão de Barley. Quando Ian completa 16 anos, eles recebem um presente deixado pelo pai: uma carta com um feitiço misterioso que pode trazê-lo de volta por um dia. Mas o tal feitiço não corre como o planejado e os meninos só conseguem trazer as pernas do pai (que são bem vivas e deu um trabalhão para a equipe, que usou simuladores para dar movimentos naturais às pernas sem tronco).

E esse momento do encontro entre eles é muito emocionante. Mesmo com um personagem de apenas pernas, os cineastas conseguiram transmitir muita emoção na forma de reconhecimento e comunicação entre eles, apenas com o toque dos pés. Depois disso, eles partem para a aventura de descobrir se ainda existe magia no mundo e na tentativa de conseguir trazer o restante do corpo do pai – tudo em apenas 24 horas! E para essa jornada, eles contam com a ajuda de Guinevere, a van (e fiel companheira) do irmão mais velho.

Barley e sua fiel companheira, a van Guinevere (Foto: Divulgação / Pixar)

Só juntos é possível

Apesar de Barley dominar a teoria da magia, é Ian quem tem o dom de fazê-la acontecer – e isso promete testar o relacionamento deles. “Os irmãos vão perceber que eles precisam um do outro”, entrega Kori.

E uma das cenas mais marcantes é a da ponte levadiça (aquelas que se levantam e abaixam). Os meninos estão em um penhasco e a ponte, lá do outro lado. Ian é colocado à prova e precisa realizar seu maior feitiço para atravessar um abismo, com nada além da sua própria fé sob seus pés. “Ele precisa enfrentar seus medos, ter coragem e confiar em seu irmão como nunca antes”, a produtora conta.

O filme começou a ser produzido em 2016 e contou com sugestões de diferentes áreas da equipe. “Costumamos dizer que ele é colaborativo, porque todos nós pudemos trazer novas ideias”, conta Louise Smythe, que é Story Artis e ajuda a dar continuidade ao enredo da história. Por isso, é muito fácil se identificar com aos personagens, o que Dan não teria conseguido sem a ajuda de sua equipe. “É muito lindo ver que as pessoas se reconhecem nessa relação. É gratificante!”, finaliza.

Pais&Filhos na área! A Marina Paschoal, nossa editora, toda feliz ao lado do abajur e da bola de borracha, símbolos da Pixar (Foto: Pais&Filhos / Marina Paschoal)
Pelos corredores do Estúdio Pixar, os protótipos dos personagens estão expostos para quem quiser ver! (Foto: Divulgação / Pixar)
Durante a nossa visita aos estúdios da Pixar e bate-papo com os cineastas, descobrimos várias etapas da construção da arte final. Nos corredores da empresa, tudo enquadrado com muito orgulho! (Foto: Divulgação / Pixar)
Olha só quem estava lá também: a Guinevere! (Foto: Pais&Filhos / Marina Paschoal)
  • QUEM É QUEM NA HISTÓRIA

Te apresentamos os principais personagens do filme ­sem spoilers, claro!

(Foto: Divulgação / Pixar)

IAN LIGHTFOOT

É doce e determinado, mas inseguro. Ele é o único com o dom da magia, então terá que assumir riscos e confiar em si mesmo.

(Foto: Divulgação / Pixar)

BARLEY LIGHTFOOT

Irmão de Ian, ama magia e mergulha nos jogos de fantasia. Desajeitado e bem-humorado, te fará dar boas risadas!

(Foto: Divulgação / Pixar)

GUINEVERE

Foi construída por Barley e é mais do que uma van – é a sua fiel escudeira.

  • BATE-PAPO COM A LINHA DE FRENTE
(Foto: Divulgação / Pixar)

Batemos um papo exclusivo com Dan Scalon, diretor e grande inspiração para o filme, e Kori Rae, produtora, que abriram o coração para falar sobre família

Pais&Filhos: Vocês estão na Pixar há quanto tempo?

KR: Eu estudei para ser professora, mas a vida tomou outro rumo e eu comecei aqui em 1993 – quando ainda fazíamos comerciais. Entrei para a equipe do primeiro Toy Story e depois disso nunca mais saí dos filmes.

DS: Entrei em 2001, no primeiro Carros. Depois fiz parte de Toy Story 3, e da série de Monstros S.A.

P&F: Dan, foi muito corajoso compartilhar sua própria história para o filme. Como foi para você?

DS: Eu não tinha pensado ainda, mas o ambiente de trabalho aqui não te dá receio de contar sobre a vida pessoal – isso foi superfácil! Foi um trabalho maior olhar profundamente para mim mesmo e entender o que pessoalmente me assustava em tudo isso, e as outras pessoas do time me ajudaram a enfrentar tudo isso.

P&F: Qual é a mensagem do filme para as famílias?

DS: A grande lição está no final da animação, então não vou dar spoilers (risos). Mas esse filme é sobre família e levanta a questão do que você faria se tivesse um dia com alguém que já perdeu – é uma reflexão pra vida.

KR: Acho que essa relação entre irmãos é interessante e complicada – e fica aí a reflexão. Mesmo quando você acha que conhece alguém, sempre tem partes que você não faz ideia. Espero que as pessoas pensem nisso, se questionem e procurem conhecer seus parentes mais profundamente.

P&F: Ao falar sobre família, no que vocês pensam?

DS: Acho que família significa muitas coisas – são as pessoas que a gente ama, que temos na nossa vida e que escolhemos para isso. Penso em dar e receber apoio. Acho essa uma maneira linda de viver a vida!

KR: As pessoas de uma família são diferentes, mas têm algo que as une e unifica. A definição de família é muito abrangente, mas todas são muito importantes.

  • ENTREVISTA NANCY KATO
(Foto: Divulgação / Pixar)

Brasileira, animadora na Pixar há 20 anos, e líder da equipe responsável por animar ‘Dois Irmãos’

Pais&Filhos: Quanto tempo levou para fazer a animação?

NK: Cerca de um ano. A animação é a maior equipe da Pixar – precisamos de muita gente para fazer um filme!

P&F: E o que você mais gostou nele?

NK: Me apaixonei desde o começo. A história é muito emocionante. Qualquer pessoa que tem essa sensibilidade pela família vai se emocionar. A mensagem de estar sempre unidos e dar suporte é o que mais gosto.

P&F: Você se relacionou pessoalmente com ele?

NK: Sim, mas por causa do meu marido. Ele tem dois filhos e é louco por eles, além de ter perdido o pai muito cedo. Então eu acho que a história vai mexer com ele.

P&F: Como é a sua relação com seus enteados?

NK: Eles eram bem crianças quando nos conhecemos e eu já trabalhava na Pixar – então foi meio caminho andado, eles me achavam muito legal (risos). Mas sempre considerei eles como algo muito bom na minha vida.

P&F: E como é sua relação com seus irmãos?

NK: Muito boa! Nos damos muito bem e somos bem unidos. Fazemos tudo um pelo outro!

P&F: É como a relação de Barley e Ian!

NK: Sim! Apesar de no filme eles ainda estarem construindo essa relação, a gente vê que eles têm esse laço da família muito forte. Eles estão ali um pelo outro e têm um objetivo comum.

P&F: Pra você, família é tudo?

NK: Pra mim, família é a coisa mais importante do mundo. É um amor incondicional. É difícil ficar longe, a saudade aperta. Mas volto todo ano para o Brasil e tento ficar com eles o máximo que posso!

Confira os trailers abaixo:

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