Publicado em 16/07/2015, às 09h10 - Atualizado em 25/07/2015, às 09h06 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice
A alimentação é a primeira grande fonte de estímulo que as crianças recebem desde que nascem. É por meio dela que nossos filhos têm o primeiro contato com o nosso amor, por meio da amamentação. Mas não é só de nutrientes que a alimentação abastece nossos filhos. A pediatra com ênfase em puericultura Márcia Cuminale, mãe de Mariana, afirma que a experiência emocional e cognitiva por meio da alimentação é muito grande. “A alimentação é a busca da criança pelo conhecimento. É pela boca que ela tem o contato com esse conhecimento”, afirma a especialista.
Para escolher o que dar para nossos filhos, a regra de ouro não falha: alimentação balanceada é fundamental e nada pode ser deixado de fora. A cada fase, você pode introduzir alimentos novos para as crianças e entre o sexto e o sétimo mês, a criança já tem uma alimentação estabelecida. “Nas refeições, todos os pratos precisam ser coloridos. Proteínas, vitaminas e carboidratos são essenciais”, diz a pediatra.
TESTE: Será que seu filho se alimenta bem?
Porque o ferro é importante para o bebê
Márcia Cuminale afirma que no primeiro ano de vida tem necessidade de 100 calorias para cada quilo. Ou seja, se seu filho tem 10 quilos com 1 ano de idade, deve comer 1000 calorias por dia. “Sempre peço para as mães não darem suco. É melhor dar a fruta inteira, porque o suco não tem fibras”.
Em volta da mesa
Hoje em dia é muito difícil que as famílias consigam se reunir em todas as refeições para comerem juntos, contar como foi o dia e se concentrar nesse momento. Mas não podemos abrir mão de tentar reunir todo mundo. “Sentar a mesa com a família é fundamental. Ninguém aprende nada se não tem no que se espelhar”, afirma Márcia. Antes mesmo de entender completamente o significado de se reunir com a família, o bebê já pode ser incluído na dinâmica da família, ainda que seja no carrinho ao lado da mesa. E nada de televisão ou tablet por perto, assim esse momento se torna mais prazeroso e mais tranquilo.
Para comer de tudo, o melhor é não fazer da hora da refeição uma batalha. “Em torno de 90% das crianças se tornarão seletivas entre um ano e meio e dois anos de idade e a primeira seleção à em relação ao alimento verde”, explica a pediatra, que deixa bem claro o quanto o hábito é importante nesse caso.
Mas e se a criança não come? Existe uma opção: você pode mudar o jeito com que apresenta o alimento para seu filho, sem forçar nada. “Mude a apresentação da comida e não faça barganhas”. Também é importante evitar ao máximo até os dois anos de idade os produtos industrializados, porque eles normalmente têm muito sal ou muito açúcar. “Não precisa existir a comida elaborada, o importante é trazer a cultura dos alimentos coloridos”, diz Márcia Cuminale.
Não é só nutrição
A alimentação não faz bem só para a nutrição do corpo. Ela envolve desde o despertar do interesse pelo alimento até o prazer de comer. Por isso, de acordo com a pediatra, desenvolve várias habilidades que a gente nem imagina: a postura, a oralidade e até o lado psicoemocional. “As crianças também precisam de contato. A alimentação proporciona isso, mas o contato com os pais, o olho no olho, também é muito importante”, diz Márcia.
Engatinhar na grama, mexer na areia, mexer na terra, ouvir música, tocar diferentes coisas, ver ambientes e coisas diferentes, tudo isso é importante para nossos filhos. Mas atenção! Estímulo familiar não pode ser substituído pela tecnologia. “Depois dos 20 dias de vida, quando a criança procura o olhar dos pais, ela precisa receber de volta alguma resposta. Uma conversa, um carinho, um pouco de atenção”.
Nada disso significa superestimular as crianças. “Estimular é dar informação. Apressamos quando damos muitas informações e não deixamos as crianças digerirem. Querer apressar é não respeitar o tempo da criança”. O importante é respeitar cada fase dos nossos filhos para que eles desenvolvam todo seu potencial.
A Dra Márcia Cuminale fala mais sobre o assunto aqui:
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