Enfermeira deixa bilhetes cheios de esperança para pacientes internados com covid-19
Priscila Garcia Gimenez encontrou nos pequenos detalhes uma maneira de trazer positividade para quem mais precisa neste momento. A partir de mensagens, ela anima o dia de pacientes e também de colegas de trabalho
Resumo da Notícia
- Priscila Garcia Gimenez escreve bilhetes com mensagens positivas e cheias de esperança para colegas de trabalho e pacientes
- A enfermeira contou que isso tem feito muita diferença no tratamento
- Apesar do momento delicado, Priscila busca alegrar quem mais está precisando
Priscila Garcia Gimenez, de 37 anos, decidiu trazer esperança para pacientes que estão lutando contra a covid-19. Ela, que é enfermeira do Hospital de Base de São José do Rio Preto, em São Paulo, começou a escrever bilhetes que fizeram toda a diferença na recuperação de muitas pessoas!
“Precisaram de uma enfermeira clínica e me prontifiquei. Quando adentrei ao setor de Covid-19, vi que a situação e comecei a pensar no que poderia fazer para ajudar. Todo mundo está com medo”, contou Priscila em entrevista ao G1.Tentando manter a positividade, a enfermeira viu uma oportunidade de deixar o dia de pacientes e colegas de trabalho melhor.
Com um bloco de papel e caneta no bolso, a enfermeira escrevia os bilhetes enquanto visitava os pacientes. “Entreguei para a primeira pessoa e senti uma energia muito positiva. Parece que ela só tinha aquilo para receber. É uma fragilidade tão grande que ultrapassa qualquer nível social e financeiro. A pessoa se apega aos mínimos detalhes para superar a doença”.
Com mais de um ano de pandemia, ela contou ainda que já perdeu muitos colegas de trabalho e pacientes, e que fazer isso é uma forma também de deixar o dia a dia menos complicado. “Escrevo e também coloco à beira leito. Muitas vezes, os pacientes estavam ruim e não viam eu colocar, mas quando acordavam, olhavam o recado e se sentiam bem”.
Além dos pacientes, Priscila também já entregou bilhetes para colegas de trabalho que estavam tristes. “Sou enfermeira responsável, mas não faço nada sozinha. Já me deparei com profissionais chorando e dei bilhetes. Depois vieram me agradecer, dizendo que estavam muito mal no dia e pensando em desistir. Meu coração é cheio de coisas boas para todos que precisam em um momento difícil”, explica
Mesmo com todas as dificuldades, a enfermeira procura sempre ser positiva e fazer o melhor trabalho possível. “Precisei me adaptar, mas enfrentei com cabeça erguida. Tento dar o meu melhor em um ambiente com muito sofrimento e tristeza. Tive meus pais internados com covid-19. Eles ficaram dez dias no hospital. Ainda continuo acreditar no lado bom em tudo isso, porque realmente existe. Falo que o Hospital de Base é uma referência, mas não só em saúde. É diferenciado”, conclui.