Família atrasa transplante de coração para não receber sangue de vacinado contra covid-19
O caso aconteceu em Bolonha na Itália e os médicos esclareceram o que deve ser feito no momento
Resumo da Notícia
- Uma família repercutiu recentemente na Itália
- A família atrasou um transplante de coração para não receber sangue de alguém vacinado contra a covid-19
- O caso foi levado à justiça e os médicos alertaram sobre o que deve ser feito
Um caso de uma família repercutiu por eles decidirem atrasar um transplante de coração de uma criança. O caso aconteceu em Bolonha na Itália e a família não quer que o doador tenha se vacinado contra a covid-19. O fato foi reportado hoje pelo jornal italiano Gazzetta di Modena.
O caso foi parar na justiça local, e os médicos alertam que a situação é muito delicada e urgente. O problema começou na última semana, com os pais da criança dizendo que não queriam que o menino recebesse sangue de pessoas vacinadas e que iria começar uma campanha em grupos “no vax” (contrários à vacinação) para que doadores se apresentassem.
No entanto, o hospital, em parceria com o centro de transfusão de sangue, se nega a esperar todo esse tempo e alerta que todo o processo de doação é muito rígido e específico. Com a negativa do hospital, a família contratou um advogado e o caso foi parar no tribunal.
“É uma história que está andando há muito tempo e é um pedido absurdo ter sangue de não vacinados, sem nenhum embasamento científico”, disse à Ansa o diretor do Centro Nacional de Sangue da Itália, Vincenzo De Angelis. “A escolha do sangue é ligada a critérios de compatibilidade muito precisos, e não a caprichos de alguém. O sangue de pessoas vacinadas contra a covid é idêntico, por exemplo, a daquelas pessoas não imunizadas que contraíram o Sars-CoV-2 e se curaram, desenvolvendo também anticorpos”, afirmou.
Além disso, o especialistas afirmou que a “doação específica é absolutamente desaconselhada por muitíssimos motivos”. “A seleção do doador vem sob uma pressão psicológica e, depois, se escolhe o sangue pela melhor compatibilidade, não por familiaridade ou amizade“, acrescentou.
“Se essas pessoas indicadas vieram doar sangue, são todas bem-vindas porque precisamos de estoque de sangue. As bolsas de sangue para transfusões, porém, pertencem a doadores rigorosamente anônimos”, disse. Atualmente, conforme dados do Ministério da Saúde, mais de 91% da população italiana com mais de 12 anos já tomou ao menos uma dose da vacina, 88,3% já tomaram duas aplicações e 82,5% receberam as três injeções.