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Família relata ataques a filho de 3 anos com síndrome de Down: “É preciso combater todo tipo de preconceito”

Pedro é vítima de discriminação na internet - Reprodução / Instagram / @pepozylber
Reprodução / Instagram / @pepozylber

Publicado em 09/01/2022, às 17h11 - Atualizado em 11/01/2022, às 06h58 por Redação Pais&Filhos


“Aprender a colocar-se no lugar do outro, conhecer e respeitar novos pontos de vista e sentimentos e compreender que a diversidade humana é o que nos faz únicos, enriquecendo a nossa existência, são alguns dos muitos aprendizados oferecidos pela coexistência inclusiva – e que todos, desce cedo, deveríamos ter acesso”. É dessa forma que Henri Zylberstajn, pai de Nina, Lipe e Pepo, define a importância da inclusão em uma sociedade ainda cheio de preconceitos com o que é diferente.

Essa definição foi escrita por ele em seu primeiro texto para a coluna “Inclusão é Solução” aqui na Pais&Filhos, que traz informações, diálogos e debates essenciais para que uma sociedade saiba respeitar a diversidade. Uma das provas do preconceito com pessoas com deficiência foi exposta recentemente no perfil de Pepo no Instagram, seu filho caçula que nasceu com síndrome de Down.

Pedro é vítima de discriminação na internet
Pedro é vítima de discriminação na internet (Foto: Reprodução / Instagram / @pepozylber)

Ele e a esposa, Marina Zylberstajn, costumam, todas as semanas, abrir uma caixinha de perguntas nas redes sociais de Pepo para responder dúvidas de pais que têm filhos que também receberam diagnósticos com Síndrome de Down.  Recentemente, uma pessoa perguntou se, em algum momento, o garoto já havia sofrido discriminação. Foi então que o casal, em forma de denúncia, falou sobre ataques que o filho vem recebendo desde o ano passado.

O perfil de Jana Oliveira, que se apresentava em sua conta no Instagram como “mãe”, chamou Pepo de “retardado”, “feioso” e “macaco” em diferentes ocasiões. “Trouxemos o assunto dos stories pro feed pela sua importância, em razão da grande repercussão que estas mensagens discriminatórias geraram e para mostrar que “nem tudo são flores”. “Como lidamos frente a situações de preconceito em relação ao Pepo” é uma das perguntas que mais recebemos. Felizmente este tipo de situação não é tão frequente conosco, mas acontece – e pelas centenas de comentários recebidos, confirmamos que é mais comum do que se imagina. Nossa solidariedade a todos que já sofreram algum tipo de discriminação”, escreveram na legenda do post.

“É difícil tentar entender o que leva uma mãe como a Jana Oliveira a cometer um crime como este (o artigo 88 da Lei Nº 13.146/2015 tipifica como crime a conduta: “Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência”), de forma consciente, intencional e reiterada. A troco do que?”, questionaram.

“Mais do que compreender a índole de pessoas assim, é preciso combater todo tipo de preconceito ou discriminação contra qualquer ser humano, através de educação, informação, conscientização, políticas publicas e medidas mais enérgicas quando necessário. É exatamente isto que o @institutoserendipidade e a nossa Família continuarão fazendo. Vamos juntos! Quanto a nós, estamos bem. Obrigado pelo carinho e apoio de sempre”, concluíram.

Conscientização para todos

Henri afirmou que a mesma pessoa vem ofendendo o filho desde 2020, e falou sobre como tem se sentido em relação ao assunto. “O primeiro sentimento é de indignação”, disse ele, em entrevista à Pais&Filhos. “Como eu e a Marina não enxergamos, nem de perto, o nosso filho Pedro da forma como foi descrito, isso nos blindou para que não nos atingisse e não nos desestabilizasse emocionalmente”, continuou.

Pedro é filho de Henri e Marina
Pedro é filho de Henri e Marina (Foto: Reprodução / Instagram / @pepozylber)

O casal realizou um boletim de ocorrência contra a pessoa que fez os comentários preconceituosos. No entanto, o pai afirmou que o intuito maior da publicação é conscientizar as pessoas a respeito do crime e acredita-se que isso já vem acontecendo após a denúncia pública. A família recebeu diversos comentários de apoio e de pessoas que sofrem o mesmo preconceito com alguém da família.

Henri defende que a inclusão é a maior ferramenta para que esse tipo de crime e preconceito com pessoas com deficiências não aconteçam mais. “É preciso proporcionar ocasiões de convívio com as diferenças principalmente das crianças desde a infância nas escolas. Escolas inclusivas, que não deixam crianças para trás e que respeitam e valorizam a diversidade. As crianças já vão crescer sem nenhum tipo de preconceito, e melhor ainda, convivendo com as diferenças e se beneficiando das vantagens que isso pode trazer”, ressalta.

Instituto Serendipidade

O pai também falou sobre a importância do Instituto Serendipidade, fundado em 2018 para promover o acolhimento de pais cujos filhos receberam o diagnóstico de síndrome de Down e defender a inclusão de pessoas com deficiência intelectual. “Nosso papel é criar conteúdos e campanhas educacionais e de conscientização, reverberando isso de forma positiva e construtiva. Dar uma luz e voz para temas sensíveis e importantes como esses”, afirma.

Pepo sofre discriminação
Família de Pedro (Foto: Reprodução / Instagram / @pepozylber)

“Também temos um programa de acolhimento, especialmente para o momento em que as famílias recebem a notícia do diagnóstico ou quando sofrem com o preconceito. Ele também tem o papel de contribuir para a criação de políticas públicas que tornem a sociedade a sociedade mais justa e mais inclusiva. Então estamos atuando diretamente à frente da educação, esporte, envelhecimento e indiretamente através de parceiro, apoiando iniciativas de profissionalização, arte e cultura”, ressalta Henri.

Discriminação é crime

Sancionada em 2015, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência é destinada para assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania. “A maioria das pessoas não tem informação que essas leis existem”, explica o advogado Marcelo Válio, atuante em direito empresarial humano e direito das pessoas com deficiência, pai de Pietro e Beatriz.

Pepo sofre discriminação
Pepo sofre discriminação (Foto: Reprodução / Instagram / @pepozylber)

Apesar de ser garantida por lei, a liberdade de expressão pode ser questionada a partir do momento em que passa a prejudicar os outros. “Discriminar uma pessoa com deficiência é crime previsto na Lei 13.146/2015 em seu artigo 88. A pena pode ser reclusão de 1 a 3 anos ou multa. A liberdade de expressão não é absoluta, mas sim limitada ao limite do outro. Se você abusa do seu ato lícito, ele se equipara ao ato ilícito”, completa Marcelo.

Apesar de tristes, casos como esse servem para colocar o assunto em pauta e fazer com que os modelos e padrões da sociedade sejam repensados. “A educação da sociedade sobre as vantagens do convívio com as diferenças é o principal caminho”, finaliza Henri.


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