Família

Fernando Rocha fala sobre paternidade e diagnóstico de depressão: “Sou o exemplo vivo para os meus filhos das lutas que travo, ganho e perco”

Fernando com os filhos - Reprodução / Instagram
Reprodução / Instagram

Publicado em 23/11/2019, às 06h23 por Andressa Simonini, Editora-executiva | Filha de Branca Helena e Igor


Pensa num cara que se joga na vida. O jornalista Fernando Rocha, pai de Pedro, 25 anos, e Rafael, 21 anos, mostrou em rede nacional de TV que se quiser dançar sem saber, você pode. Se quiser eliminar peso, também vai lá e arrebenta. E no desafio de ser pai, a experiência também conta pouco, mas o amor prevalece 100% das vezes. O papo com Fernando começa aqui, e no 8º Seminário Pais&Filhos, dia 3 de de dezembro,  a gente fecha com chave de ouro. Assunto não falta!

Pais&Filhos: Você sempre quis ser pai? Era um desejo antigo?

Fernando Rocha: Não. Foi uma consequência natural do casamento. Eu casei muito cedo, com 23 anos. No início dos anos 1990, a vida acontecia muito cedo. Hoje as pessoas casam mais tarde, as mulheres também têm filhos mais tarde com as novas possibilidades de congelamento de óvulos.

P&F: Quando deu o estalo que você e sua esposa queriam ter filhos? Foi planejado?

FR: Eu não sirvo muito de exemplo, cada história é uma. Eu estou no meu terceiro relacionamento. Era casado com a mãe dos meus filhos, a Iara, em Belo Horizonte. Eu fui pai com 25 anos. Praticamente um menino. Não tinha planejamento quando o Pedro nasceu.

P&F: E tem diferença entre planejar e não?

FR: Ah, o primeiro foi algo assim: “Poxa vida, meu Deus do céu. Eu vou ser pai!”. Eu não tinha a menor ideia do que aquilo significava e nenhum manual de instruções, ninguém me explicou nada. O tema do próximo seminário da Pais&Filhos mostra bem isso, “pedir ajuda”. Nessa época nem celular existia para pedir ajuda, a gente alugava o telefone fixo. A vida era completamente diferente. O meu primeiro pedido de ajuda foi “socorro, eu vou ser pai”. Depois desse vieram muitos outros (risos).

P&F: Mas depois tudo dá certo!

FR: É claro que dá! Tanto que depois, com o Rafa, foi superplanejado e entendido. A Iara é atriz e emendou uma peça na outra no segundo nascimento. E tudo bem!

P&F: Ser pai jovem é bom? 

FR: O que acho muito bacana é que enquanto meus amigos são pais ensinando o filho a andar de bicicleta, eu estou tomando uma cerveja com os meus. Estou em uma etapa mais elevada. Estou conversando com os meus filhos, batendo papo, porque eu já fiz tudo isso. Tudo tem o seu tempo e agora eu estou colhendo esses frutos. Eles são meus companheiros.

P&F: Como você descreve a relação com eles?

FR: De amigo! É claro que tem momentos que preciso diferenciar entre amizade e ser pai. Às vezes tenho que parar para pensar e entender qual é o limite, tem horas que eles buscam ajuda do pai. O meu coração mistura tudo.

P&F: Pai é pai! 

FR: Às vezes, o pai precisa ser severo, colocar limite para trazer segurança. Nem sempre o papel é tão cordial como um amigo, tão bacana, permissivo, aberto e agradável de conversar como os amigos são. Mas é necessário, pontual, fundamental. Quem tem que perceber isso sou eu, quem tem que selecionar o momento de ser pai ou amigo sou eu.

P&F: O Pedro segue seus passos no jornalismo! 

FR: Sim, principalmente no jornalismo esportivo que foi onde eu comecei. Eu me encho de orgulho! Porque não é tão simples, ele conseguiu um estágio, conseguiu entrar na emissora (Globo) e é muito difícil conseguir entrar e ficar lá dentro.

P&F: Vocês trocam bastante experiência em jornalismo?

FR: Sempre. Ele é muito pontual com as coisas que ele busca. A gente sempre conversa sobre trabalho, ele me conta o que ele fez de determinado jeito e pergunta o que eu faria. A minha atual mulher, Julia Bandeira, é jornalista da TV Globo e também fala sobre o assunto com ele. O jornalismo é um assunto recorrente aqui em casa.

P&F: Jornalismo esportivo era seu sonho e o mesmo do Pedro?

FR: Era sim. Eu e a mãe dele fazíamos teatro juntos. Pedro ficava na coxia, frequentava nossos ensaios. Ele pegou o embalo de quando eu trabalhava de final de semana com rádio, ia ao estádio comigo enquanto eu trabalhava. Então para ele, trabalhar no final de semana era a coisa mais normal que existia e ainda é porque continuou sendo repórter esportivo.

P&F: No seu livro Na Medida do Possível (ou quase) você fala sobre conquistar… 

FR: Falo sobre três coisas que estão no inconsciente coletivo e são pilares. No meu caso, o emagrecimento é uma das coisas, por exemplo, que permeava essa conquista do sonho. Junto, tinha a vontade de correr e dançar. Eu pensava: “Poxa, quem dera se eu pudesse dançar”. E dancei na Dança dos Famosos. Mas é tudo na medida do possível, da sua realidade. O método que fiz para reduzir peso, Ravenna, fala que se você gerencia a maneira como se relaciona com a comida e com seu peso, você gerencia seus receios, medos e sua própria máquina, que é o corpo. Tem gente que gerencia uma empresa milionária, mas não consegue cuidar do próprio corpo. E isso acontece porque a medida do possível daquela pessoa está sobrecarregada. Enfim, a mensagem é que metas impossíveis não funcionam, você tem que entender seus limites.

P&F: Como você passa isso para os seus filhos?

FR: Com os meus próprios exemplos: frustrações, vitórias, lutas que eu travo, ganho e perco. Eu sou um exemplo vivo do que eu faço e consigo fazer.

P&F: Isso que você está falando é criar habilidade emocional. Saber sentir e reconhecer a verdade…

FR: Exatamente! Inteligência emocional é uma forma de sobreviver no mundo atual. Você pode ser bom em tudo, se tiver inteligência emocional para suportar o mundo de hoje.

P&F: Até para tentar driblar uma depressão, que cada vez é mais presente nas crianças. Você já passou por isso?

FR: Sim, é isso mesmo. Farei uma palestra exatamente sobre isso contando minha história pessoal. As pessoas acham que uma pessoa que ri, conta piada, é expansiva, não pode ter depressão, mas é claro que pode.

P&F: Como foi para sua família receber o diagnóstico?

FR: Acho que o diagnóstico de depressãoé igual ao de enxaqueca ou uma doença que você recebe e precisa de um tratamento. Não é como um exame de colesterol, que quantifica tudo. Para a minha família não foi um problema. Eu tomo os remédios e sigo o tratamento, nenhuma preocupação.

Fernando com os filhos (Foto: Reprodução / Instagram)

P&F: Família é tudo mesmo. E como é a sua mãe?

FR: Ela é muito ativa, é o contraponto de todas as dietas e é uma deliciosa sabotadora como toda mãe mineira. É um absurdo. Ela fala: “Olha, tem dobradinha, costela, quiabo com angu. O que você quer?”. Ela não está me perguntando, quer dizer que está tudo feito e apenas elencando o que irei comer. E ai de mim se eu não comer!

P&F: O que ela mais te ensinou na vida?

FR: Acho que a alegria. Tanto ela, quanto meu pai na verdade. Apesar de ter uma marca de tristeza muito grande na família, perdi um irmão quando eu era bem novo. Eu tinha oito anos quando ele faleceu de câncer, mas mesmo assim a alegria da nossa família prevaleceu o tempo todo. Nos completamos.

P&F: E isso você segue com seus filhos também!

FR: Sim, claro. Tem essa coisa positiva de saber que isso é uma luz que você pode ter na vida, que isso faz bem, que te leva para cima e te impulsiona. Luz só traz coisa boa, pensamentos bons, pessoas boas e ações positivas. Faz a roda girar. Pensar negativo só te leva para baixo.

P&F: Seus filhos estão na fase “autolimpantes”, seguindo a vida. Mas você tem vontade de ser pai de novo?

FR: Imagina (risos), eu não tenho não, já dei como encerrada a minha participação nessa fase, nessa minha passagem já está consumada minha missão como pai. Missão cumprida.

P&F: Que venham os netos então?

FR: E que eu tenha bons ossos para cuidar deles! (Risos).

P&F: O que você deseja para o futuro dos seus filhos?

FR: Que façam boas escolhas. Pedro é jornalista e Rafa, advogado. Dá para resumir em duas frases: “A vida é feita de escolhas”, e “a vida é todo dia”. Quero que tenham lucidez, serenidade, tranquilidade, alegria e sorte.

P&F: Para você, família é tudo?

FR: Família é continuidade, certeza da continuidade. É você olhar e ter certeza de que você está continuando, caminhando, seguindo adiante, que a luz está seguindo.

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