Publicado em 16/01/2021, às 09h12 - Atualizado às 09h18 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
Uma mulher brasileira que trabalha como garçonete em Orlando, nos Estados Unidos, foi chamada de “heroína” por parte da população local depois de impedir que um menino de 11 anos continuasse sofrendo agressões em casa.
A família havia ido ao restaurante brasileiro Mrs. Potato, em que a mulher, Flaviane Carvalho, trabalha no dia do réveillon. Na mesa estavam o menino, a mãe, o padrasto e a irmã mais nova.
Durante uma entrevista coletiva divulgada pela polícia na última quinta-feira (14), a brasileira notou primeiramente um “grande arranhão” entre as sobrancelhas da criança. Na sequência, também identificou um “hematoma do lado do olho”.
Outra atitude do menino chamou a atenção da garçonete, pois enquanto toda a família comia, o prato dele estava vazio. Mesmo ao questionar os pais e ouvir que o garoto faria a refeição em casa naquela noite, se manteve alerta.
“Eu também sou mãe e isso foi muito estranho para mim, porque você não nega comida para uma criança”, pontuou. Ao duvidar que a criança poderia estar sofrendo abusos, decidiu ir em um ambiente em que apenas ele conseguia vê-la, ninguém mais da família, e mostrou algumas placas.
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“Eu escrevi uma placa perguntando se ele estava bem. E ele acenou com a cabeça que não. Alguns minutos depois, escrevi outra placa perguntando se ele precisa de ajuda. E então que ele fez que sim com a cabeça”, relembrou.
Foi então que acionou a polícia. O padrasto, Timothy Wilson II, foi preso no mesmo dia, apesar das negações de agressão infantil. Já a mãe do garoto, Kristen Swann, foi detida no dia 6 de janeiro, depois de assumir que tinha conhecimento dos abusos.
Após investigações, o caso foi considerado tortura por conta dos abusos que a criança sofreu. “Ele [o menino] disse que tiras foram amarradas em torno de seus tornozelos e pescoço, e ele foi pendurado de cabeça para baixo em uma porta. Ele disse que apanhou com uma vassoura de madeira e foi algemado e amarrado a uma grande carreta móvel. Ele também disse que não comia regularmente como punição”, relatou o delegado Orlando Rolón.
Por conta das acusações de abuso infantil agravado e negligência infantil, segundo o código penal da Flórida, o padrasto pode pegar prisão perpétua. A mãe pode receber até 30 anos de prisão. Por prever consequências piores caso a polícia não tivesse sido acionada, a própria equipe a considerou uma heroína.
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