Família

Giovanna Ewbank cai no choro ao falar que educação dos filhos será diferente

Além de Zyan, os dois também são pais de Titi e Bless, que foram adotados no Malawi - reprodução Instagram / @gioewbank
reprodução Instagram / @gioewbank

Publicado em 30/09/2020, às 11h19 - Atualizado às 11h22 por Camila Montino, filha de Erinaide e José


Criação antirracista! Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso foram entrevistados pela campeã do BBB20, Thelma Assis, no novo programa exibido no Youtube. Durante o bate-papo, o casal falou sobre a criação dos dois filhos, Titi e Bless, de 7 e 5 anos.

Além de Zyan, os dois também são pais de Titi e Bless, que foram adotados no Malawi (Foto: reprodução Instagram / @gioewbank)

A apresentadora falou sobre como abordar racismo com as crianças. “A gente tem que ser muito forte para deixá-los fortes. Nós, como brancos e fomos crianças brancas, nunca passamos por nada disso. A gente sabe que em algum momento vamos ter esse papo com as crianças. Eles não estão imunes a nada!”, disse Giovanna, que também é mãe de Zyan, de dois meses.

Giovanna se emocionou ao falar da criação dos filhos (Foto: Reprodução / Youtube)

Ela ainda se emocionou ao falar sobre como já abordam o tema de maneira lúdica com os pequenos. “A gente já instrui eles de outra maneira. Temos muitos livros em casa, muitas referências. Isso as prepara de uma maneira mais lúdica, não tão cruel como é na realidade, mas preparando para ter esse papo com eles, o que com o nosso filho Zyan, que é um bebê branco, a gente não vai precisar ter. Isso é uma coisa que nos machuca muito também, a gente saber que vai existir essa diferença na criação de Títi Bless e Zyan”, ressaltou Giovanna.

Bruno ainda ressaltou que a criação dos três será antirracista.”Os três serão criados para serem antirracistas”, acrescentou. Giovanna também disse que Títi e Bless estão mais protegidos por conta da visibilidade do casal. “Eu fico imaginando quantas crianças, que não estão na posição dos nossos filhos, passam com o racismo em todos os momentos da vida. Eles estão em uma posição privilegiada por serem conhecidos, por serem filhos de pessoas públicas e brancas”, afirmou apresentadora.

Confira o vídeo

A mudança é agora!

Para mudar o futuro, devemos começar o quanto antes. Não basta apenas falar e ser contra o racismo. É preciso criar as crianças a partir de uma educação antirracista desde sempre e dentro de casa!

“Todos nós somos preconceituosos”. É com essa reflexão que Paula Batista, jornalista e madrasta de Iara Flor e Sofia Lua, inicia a nossa conversa sobre racismo. Para ela, se trata de uma questão estrutural e cabe a cada um perceber esses comportamentos e começar a mudar de postura. O racismo nunca desapareceu e situações como o caso George Floyd reforçam essa questão. A especialista destaca a importância de falar sobre o assunto, trazer informações e, principalmente, educar as pessoas para que esses comportamentos, de fato, mudem. Mas para a mudança acontecer, ela precisa começar agora e desde as gerações mais novas. 

Hoje, Paula entende que nós temos uma “representação negra”, não “representatividade”. O primeiro trata de colocar o indivíduo em pauta, mas o segundo é dar a voz e espaço para que compartilhe experiências e seja protagonista. É preciso falar. Falar na mídia, mas principalmente fora dela, nas ruas e dentro de casa. Esse período de isolamento social e maior convívio é uma oportunidade para debater o assunto em família. “Comece fazendo seu filho enxergar as pessoas negras”, orienta. É necessária a participação de todos nesse movimento. 

É preciso falar com as crianças 

Ela defende que isso vai muito além de uma questão racial. É sobre respeitar o ser humano. “Aqui em casa é proibido fazer piada de alguém por uma questão estética”, conta. Essa prática não acrescenta em nada e não faz sentido. Diante de tanta diversidade, a solução não é colocar todo mundo na mesma caixa, mas escutar o que todos os grupos têm a dizer. Tudo começa como um exercício diário para então se tornar um hábito. 

O diálogo é fundamental nesse momento (Foto: Getty Images)

Precisamos criar afetividade entre brancos e negros para gerar empatia. E isso começa desde criança”, defende. Para promover o assunto ela e Débora Bastos, publicitária e mãe de José criaram o projeto Criando Crianças Pretas: “O que a gente propõe é uma linguagem prática. Queremos resgatar a criança preta que existe dentro de nós. Hoje falamos sobre racismo sem dor”. Elas enfatizam que a convivência entre brancos e negros precisa ser vista como normal.

Não é só hoje, mas todos os dias 

Daniela Generoso, professora, mãe de Pedro e Daniel, também acredita que a conversa é o melhor caminho. Mas vai além, propondo que não basta falar, é preciso fazer. “A partir do momento em que a criança vê você fazendo diferença (de cor ou qualquer outro aspecto) entre as pessoas, ela irá reproduzir isso, mesmo que seu discurso seja contrário”, pontua. É importante entender que as crianças são o que vivem e a representação social é fundamental para mudar a realidade. 

A identificação também é um ponto chave para reforçar a representatividade. Segundo Daniela, é necessário primeiro a autoaceitação para que depois consigam aceitar o outro. Além de falar e fazer, tem outra questão essencial: escutar o que a criança tem a dizer. Assim, o seu filho irá conversar se algo acontecer com ele e vocês poderão continuar a levantar o assunto em casa para mudar a realidade lá fora. “A partir do momento em que a criança que sofreu racismo for empoderada de si, ela sabe o seu papel dentro da sociedade e fica mais fácil de coibir esse tipo de atitude”, justifica. 

Como criar crianças livres de racismo

Para Kiusam de Oliveira, Doutora em Educação, filha de Erdi e “mãe das crianças do mundo”, um ponto fundamental de entender é que as crianças não chegam como um livro em branco em que os adultos irão preencher. Elas têm opiniões e precisam ser escutadas. “Pensar dessa forma, é como colocar ela em uma caixa com tampa e ensinar que ou você está dentro ou fora. Os adultos enxergam a criança como um ‘vir a ser’, mas ela já ‘é’”, conta. Para a pedagoga, a criança aprende sobre racismo na socialização secundária, ou seja, fora de casa, quando tem contato com o mundo.

“Nessas trocas, olhares e falas, nós nos constituímos”, defende. Por isso, é fundamental inserir o assunto mesmo antes dela dar esse passo. Assim, ela não apenas aprenderá a partir do discurso adulto, como também ensinará com o seu ponto de vista. De acordo com ela, a visão do adulto precisa ser de problematizar e não naturalizar, mas buscando entender o princípio daquele pensamento. Confira alguns conselhos para criar os filhos livres de racismo de acordo com Kiusam:

  • Ofereça condição para que a criança experimente diferentes sensações, visões e ideais, de forma intergeracional, entendendo que os mais novos aprendem com tudo e todos sempre.
  • Possibilite outra forma de brincar e agir que não binária (como por exemplo: menina usa rosa e menino azul; ou que algo é bonito ou feio/certo ou errado). É preciso ir além.
  • Encare a criança como agente no mundo, que traz seus saberes e conhecimentos. Por isso é tão fundamental pararmos para ouvi-las. 
  • Disponibilize literatura de colo focada na diversidade, fazendo com que a criança tenha contato com o múltiplo através de livros com diferentes formatos, personagens e conteúdo. 
  • Em relação à criança negra, propicie que tenha contato com a literatura negro-brasileira, que traz e trata de questões focadas nas reproduções racistas, mas também dando possíveis soluções.
  • Ouça e observe mais o seu filho para entender as subjetividades que ele têm. Não é apenas através da fala que o ser humano se comunica.
  • Promova experiências focadas em trocas culturais diversas. Inclua a criança nesse meio para que a diversidade seja apresentada como possibilidade e não forma de segregação.   
  • Busque informações e se atualize sobre as questões do Brasil e do mundo. Parar e ouvir o outro é fundamental para entender formas de pensar e ver uma determinada questão. 
  • Se a criança apresentar uma narrativa que aponte diferença como demérito, pare tudo para estabelecer um diálogo, sempre na horizontal, com o objetivo de entender a origem daquele pensamento
Falar sobre diversidade deve ser uma prática, afinal essa é a realidade do mundo (Foto: Getty Images)

“O impacto das práticas racistas, de não ser compreendido é extremamente perverso e danoso, prejudicial para qualquer infância”, afirma. Para ela, as práticas de exclusão geram uma ruptura psíquica em que muitas crianças perdem a autoestima, demorando muito tempo para recuperá-las. Dessa forma, é interessante que os pais valorizem a diferença e tratem com carinho essas questões. “Eu acredito na possibilidade de um mundo sem racismo, por isso estou desde os meus 14 anos lutando pela causa. O combate ao racismo é uma luta para todos”, finaliza. 


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