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Hospital deve pagar pais do bebê que nasceu com sequelas após usarem técnica de parto ultrapassada

Hospital deve pagar pais do bebê que nasceu com sequelas após usarem técnica de parto ultrapassada - Getty Images
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Publicado em 08/06/2022, às 12h58 por Redação Pais&Filhos


Um hospital deve indenizar os pais do bebê que nasceu com sequelas neurológicas irreversíveis em decorrência de má condução na hora do parto. Os profissionais utilizaram a manobra de Kristeller, que é uma técnica utilizada para acelerar o trabalho de parto, em que é realizada pressão externa sobre o útero da mulher.

O caso aconteceu em 2015 e o hospital ficou encarregado de pagar R$ 100 mil a criança e R$ 50 mil a cada um dos pais, a título de danos morais. A empresa ré, Impar Serviços Médicos Hospitalares, também foi condenada ao pagamento de uma pensão vitalícia no valor de um salário mínimo desde o dia do nascimento da criança.

Hospital deve pagar pais do bebê que nasceu com sequelas após usarem técnica de parto ultrapassada
Hospital deve pagar pais do bebê que nasceu com sequelas após usarem técnica de parto ultrapassada (Foto: Getty Images)

De acordo com informações do r7, no processo consta que a mulher foi à Maternidade Brasília depois que a bolsa estourou. Os profissionais teriam tentado parto normal, mas não tiveram sucesso, resolvendo empurrar a barriga da mulher para, só depois, realizar uma cesárea.

A criança nasceu com paralisia cerebral, com antecedente de fator de risco para lesão cerebral no período perinatal, precisando ficar internado por 22 dias. Segundo informações do portal, a mulher afirma que os profissionais fizeram uma má condução na hora do parto.

O portal informou que o hospital recorreu o processo alegando que os profissionais usaram procedimentos adequados, além de acrescentar que mesmo com gravidez normal, é possível causar sofrimento fetal agudo na hora do parto, podendo gerar consequências para o recém-nascido.

Hospital deve pagar pais do bebê que nasceu com sequelas após usarem técnica de parto ultrapassada
Hospital deve pagar pais do bebê que nasceu com sequelas após usarem técnica de parto ultrapassada (Foto: Getty Images)

A 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) analisou o caso e observou que as provas demonstraram que há uma relação entre a manobra de Kristeller e os danos causados ao bebê. Segundo informações do r7, o procedimento foi considerado “obsoleto e ultrapassado, por se tratar de técnica agressiva e que pode causar sérias lesões ao bebê”.

Mas afinal, pode ou não empurrar a barriga no parto?

Durante o trabalho de parto, é fundamental respeitar o tempo do mãe e do bebê. Acelerar o parto com procedimentos como a manobra de Kristeller é uma forma de violência obstétrica e faz parte de uma série de condutas que não devem ser realizadas. “Realização de procedimentos médicos não autorizados pela paciente, violação de privacidade, recusa em administrar analgésicos, violência física, entre outras coisas são atitudes criminosas”, explica a ginecologista e obstetra especialista pela FEBRASGO, Karina Tafner, mãe de Marina.

A manobra de Kristeller é um tipo de violência obstétrica
A manobra de Kristeller é um tipo de violência obstétrica (Foto: Getty Images)

Conversamos com especialistas para entender mais sobre a manobra de Kristeller e esclarecer as principais dúvidas:

O que é a manobra de Kristeller?

A manobra de Kristeller é uma técnica realizada com o objetivo de acelerar o trabalho de parto, em que é realizada pressão externa sobre o útero da mulher – ou seja, a barriga é empurrada pela equipe responsável no trabalho de parto. O procedimento já foi proibido em vários países do mundo e banido pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que a Manobra de Kristeller pode causar?

Esse procedimento não foi banido por organizações de saúde à toa. Ele pode causar sérios danos para mãe e bebê e dependendo da forma que é feito, os danos podem ser ainda mais sérios.  A enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, mãe de Matheus, Bianca e Carolina conta que dentre os principais riscos deste procedimento, estão:

  • Aumento do risco de fraturas de costelas
  • Deslocamento ou inversão uterina
  • Lesões e traumatismos no bebê
  • Possibilidade de ruptura de alguns órgãos, como baço, fígado e útero
  • Aumento do risco de hemorragias
  • Lacerações graves na região que sustenta os órgãos pélvicos

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