Publicado em 20/07/2020, às 09h47 - Atualizado às 09h58 por Jennifer Detlinger, Editora de digital | Filha de Lucila e Paulo
Nos últimos dias, o termo “imunidade de rebanho” ou “imunidade coletiva” ganhou força nas redes sociais e nas conversas de famílias Brasil afora.
Apesar de muitos nunca terem ouvido a expressão imunidade de rebanho, essa metodologia está presente desde que nascemos. Isso porque as vacinas tentam criar de forma passiva a tal da imunidade coletiva. “Digamos que em uma população, a maioria seja imune a uma determinada doença infecciosa. Assim, ela acaba por proteger indiretamente a minoria que nunca foi exposta à doença”, explica Luana Araújo, infectologista e especialista em saúde pública pela Universidade Johns Hopkins, em entrevista ao jornal Estado de Minas.
Depois que a expressão ficou conhecida, muitas pessoas foram para as redes sociais atribuir a queda de casos em Manaus a uma possível imunidade coletiva. Mas essa ideia foi criticada por especialistas na área da saúde, por não levar em conta que a imunidade de rebanho é um conceito matemático.
Antes de qualquer coisa, precisamos entender o que significa imunidade de rebanho. O conceito foi criado por imunologistas para calcular quantas pessoas precisam estar imunes a um agente infeccioso para não ameaçar outras pessoas vulneráveis.
Ela acontece quando uma certa porcentagem da população é contaminada e, assim, ganha imunidade. Isso ocorre quando uma parcela grande o suficiente da população foi infectada naturalmente e desenvolveu uma defesa contra o vírus. A doença não consegue se espalhar, porque a maioria das pessoas é imune.
Os primeiros estudos mostraram que, para chegar à imunidade coletiva, a proporção de pessoas infectadas pelo novo coronavírus tem que ser ao menos de 60%. Nessa taxa, é considerado que toda a população é exposta da mesma forma ao vírus e se comportam de maneira igual. Mas na prática, sabemos que a contaminação é bem diferente. Existem pessoas que têm mais chances de pegar o vírus, como profissionais de áreas essenciais.
Um estudo publicado na revista Science fez um novo cálculo da taxa para o cenário do coronavírus. Pesquisadores dividiram a população em três grupos etários: idosos, meia idade e jovens. Dentro disso, criaram outra divisão: quem tem mais contato social, quem tem menos contato e quem não tem nenhum contato. Com um modelo matemático criado para se aproximar mais a essa realidade, os pesquisadores mostraram que podemos ter uma imunidade de rebanho com a marca de 43% de infectados.
Um dos maiores estudos já feitos até agora no país para descobrir o tamanho real da pandemia do novo coronavírus concluiu que 3,8% dos brasileiros já foram infectados. Isso significa que muito mais gente teve covid-19 do que mostram as estatísticas oficiais.
Os cientistas do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) fizeram testes para detectar anticorpos contra o coronavírus em 89.397 pessoas de 133 cidades de vários Estados e entrevistas para entender como o vírus afeta diferentes classes sociais e grupos étnicos. O estudo indica que o Brasil está longe de atingir a chamada imunidade de rebanho.
Especialistas mostram que a imunidade de rebanho sem vacina é quase inalcançável. Isso porque algumas pessoas têm exposição maior a situações que favorecem a transmissão do vírus. E a possibilidade de deixar o coronavírus “seguir seu curso natural”, para que as pessoas fiquem doentes e ganhem imunidade pode ter um custo muito alto, principalmente no Brasil: muitas mortes e hospitais lotados.
Segundo o jornal Estado de Minas, o diretor da Organização Pan-americana de Saúde, Marcos Espinal, informou que não há evidências científicas para comprovar a imunidade de rebanho no Brasil. O órgão acredita que somente 14% da população de Manaus têm anticorpos. Em São Paulo, o número é de 3%. Ou seja, estão bem longe dos 70% ou até mesmo dos 43% estimados para se ter imunidade de grupo.
“Se você pegar os 70% que precisam de pegar a imunidade, nós vamos ter que ter 147 milhões, pois são 210 milhões de brasileiros. Como a taxa de letalidade é de 1%, nós teríamos como consequência 1,4 milhão de mortes. Caso fossem os 35%, que também tem sido dito, nós saímos do 1 milhão e vamos acabar 700 mil pessoas”, defende Marcos.
Um dos poucos países a buscar a imunidade de rebanho e a abrir mão de medidas drásticas de isolamento social foi a Suécia. O Reino Unido cogitou seguir essa linha, mas as projeções de que isso levaria a milhares de mortes fizeram o governo recuar.
Até agora, em comparação aos outros países nórdicos, a Suécia teve até sete vezes mais mortes e o declínio econômico foi igual ao de quem fechou comércios e escolas. Mas o número de mortes tem caído no país, o que reacendeu o debate sobre imunidade coletiva.
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