Publicado em 10/02/2022, às 15h00 - Atualizado às 15h01 por Redação Pais&Filhos
Nesta quarta-feira, 10 de fevereiro, a agência France Presse informou a morte de Luc Montagnier, cientista francês de 89 anos que ganhou em 2008 o prêmio Nobel de medicina por descobrir o HIV, conhecido como o vírus da AIDS.
De acordo com a imprensa, Luc Montagnier faleceu em 8 de fevereiro, no hospital norte-americano de Neuilly-sur-Seine, durante “presença de seus filhos”. Até o momento, não há informações sobre as circunstâncias e causa da morte.
Ao longo dos anos, Luc Montagnier foi alvo de críticas por parte de outros cientistas por defender teorias conspiratórias e antivacinas. Em 2021, por exemplo, o francês afirmou que os imunizantes contra a Covid-19 eram os verdadeiros responsáveis por criar novas variantes do coronavírus.
Em contrapartida aos pensamentos do cientista que descobriu a AIDS, a nova vacina contra o HIV começou a ser testada em humanos nos Estados Unidos, na última semana de janeiro. As empresas de biotecnologia americana responsável são a ‘Moderna’ e a ‘International Aids Vaccine Initiative’. O imunizante usa a tecnologia de RNA mensageiro, a mesma utilizada contra Covid-19.
A primeira fase será feita nos Estados Unidos em 56 adultos saudáveis sem HIV. Os cientistas ficaram esperançosos com a tecnologia de RNA mensageiro, e agora finalmente estão próximos da cura para a doença que matou milhões de pessoas. O objetivo da vacina em teste é estimular a produção de um determinado tipo de anticorpo (bnAb), capaz de atuar contra as inúmeras variantes circulantes do HIV, o vírus causador da Aids.
A vacina visa educar as células B, que fazem parte do nosso sistema imunológico, a produzir esses anticorpos. Para isso, o ensaio testará a injeção de um antígeno inicial, ou seja, uma substância capaz de induzir uma resposta imune, e um antígeno de reforço injetado posteriormente. Eles serão injetados via tecnologia de RNA mensageiro.
“A produção de bnAbs é amplamente considerada um alvo da vacinação contra o HIV, e este é um primeiro passo nesse processo”, disse o comunicado. “Serão necessários outros antígenos para guiar o sistema imunológico no caminho certo, mas essa combinação de aplicação e reforço pode ser o primeiro componente-chave de um potencial esquema de vacina contra o HIV”, disse David Diemert, cientista principal do estudo em um dos quatro centros onde é realizado, a George Washington University.
“Dada a velocidade com que as vacinas de RNA mensageiro podem ser produzidas, esta plataforma oferece uma abordagem mais flexível e responsiva para testar e projetar uma vacina”, destacou o comunicado. “A busca por uma vacina contra o HIV é longa e difícil, e ter novas ferramentas em termos de antígenos e plataforma pode ser a chave para um rápido progresso”, disse Mark Feinberg, diretor da IAVI.
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