Publicado em 10/05/2022, às 05h00 - Atualizado em 06/06/2022, às 09h04 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
Lúpus é uma doença inflamatória, autoimune e crônica. Também chamada de Lúpus Eritematoso Sistêmico, ele possui diferentes níveis de gravidade, atinge vários órgãos e é caracterizado por períodos em que está ativo e outros em que se encontra mais atenuado.
A causa do lúpus ainda é desconhecida, mas o que os especialistas sabem é que fatores genéticos e ambientais podem colaborar para o surgimento da condição. Por ser autoimune, ou seja, por ser decorrente de um desequilíbrio do sistema imunológico com a produção de autoanticorpos, o lúpus não é contagioso. Não existe cura para ele, mas é possível controlá-lo e viver bem com a doença seguindo o tratamento correto, indicado pelo reumatologista.
O lúpus pode afetar vários lugares do corpo e cada um tem uma manifestação clínica diferente. Todos os sintomas acontecem por causa de reações inflamatórias que acometem vários órgãos simultaneamente ou em sequência, um após o outro. Inicialmente, as manifestações são:
Conforme a doença vai avançando no organismo, os sintomas mudam e os pacientes com lúpus passam a apresentar:
Além disso, o lúpus pode ser localizado, também conhecido como Lúpus Cutâneo, e caracteriza-se por manchas avermelhadas na pele, principalmente em áreas que ficam expostas ao sol: face, orelhas, couro cabeludo, colo e braços. Veja outras doenças que causam manchas vermelhas na pele.
Apesar de sua causa ainda ser desconhecida, fatores genéticos, hormonais, ambientais e imunológicos fazem parte do desenvolvimento do lúpus no organismo. Especialistas acreditam que as pessoas que nascem com predisposição de ter essa doença passam a manifestar os primeiros sintomas após interagir com algo que funciona como gatilho, como irradiação solar, infecção viral ou ação de outros microorganismos.
Cerca de 50% dos pacientes que têm lúpus apresentam acometimento renal. Além disso, pessoas com essa doença podem apresentar hipertensão arterial sistêmica, urina com espuma e inchaço nas pernas. Não é comum, mas é possível que haja algum tipo de comprometimento neurológico – desde dor de cabeça até acidente vascular cerebral (AVC).
Após o início dos sintomas de lúpus, o primeiro exame a ser feito é o FAN (fator antinuclear): ele mostra que o paciente produz anticorpos contra seus próprios tecidos e células. Se positivo, o reumatologista passa a investigar outros autoanticorpos específicos, além de avaliar rim, pulmão e coração do paciente.
A maior parte dos pacientes com lúpus são mulheres entre 20 e 45 anos, com a proporção de 10 mulheres para 1 homem. A doença também pode afetar crianças e idosos, mas mantendo a frequência no sexo feminino.
Caso uma pessoa apresente os sintomas da doença e suas atuações no corpo, como lesões na pele, febre, dor nas juntas, emagrecimento, urina com espuma, fraqueza e emagrecimento, é necessário procurar um médico. No caso do lúpus, o especialista que trata essa enfermidade é o reumatologista.
O tratamento depende do tipo de lúpus que o paciente manifestar. É preciso tomar medicamentos que regulem as alterações imunológicas causadas pela doença, como antimaláricos, corticosteroides, imunossupressores sintéticos e imunossupressores biológicos. Além disso, os pacientes devem:
O lúpus é uma doença que compromete vários órgãos e causa muitos danos. Por isso, é extremamente importante diagnosticar a doença o mais precocemente possível. Se o acometimento nos rins não for tratado, por exemplo, é possível que os pacientes tenham insuficiência renal e precisem passar por diálise ou até mesmo transplante.
Sim. É possível engravidar mesmo com lúpus, mas é necessário um planejamento já que a gestação é considerada de alto risco pela possibilidade de apresentar complicações tanto para a mãe como para o bebê. O indicado é que a lúpica engravide quando a doença estiver fora de atividade por, pelo menos, 6 meses. Como é necessário pausar o uso de algumas medicações, é preciso conversar com o reumatologista antes de ter filho para programar o melhor momento.
Fonte: dra. Nafice Araujo, vice-presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia e membro da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia, mãe de Sarah e Maria Clara
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