Publicado em 16/05/2019, às 14h57 por Isabella Zacharias, Filha de Aldenisa e Carlos
Ana Paula Petry é psicóloga e mãe de Pietro, de 6 anos, e Laura, de 4. Foi por conta da ausência da mãe na sua criação que ela decidiu ajudar mulheres a lidarem com a maternidade de uma maneira real e mais leve. Confira a história dela.
Eu tinha 6 anos quando meus pais se separaram, lembro como se fosse ontem. Na disputa pela guarda ficamos, eu e minhas irmãs, com minha mãe. Mas, pouco tempo depois passamos a morar com meu pai, que foi quem nos criou, já que minha mãe não estava em condições emocionais de cuidar de nós.
As pessoas não entendiam como eu morava com meu pai e não com minha mãe, sempre fui muito questionada sobre isso. Meus avós paternos tiveram papel fundamental na minha criação, me ensinaram muito sobre amar e ser amada.
E se tem algo que minha avó sempre diz é: “Não sabemos por que você precisa passar por isso hoje, mas um dia vamos entender e você poderá ajudar outras pessoas com essa vivência”. Que grande lição aprendi com ela! Foram anos ouvindo coisas como: “que tipo de mãe faz isso? Deixar os filhos para o pai criar?”, de uma sociedade completamente machista e que culpa a mãe por tudo e qualquer coisa.
Até que um dia, engravidei. Meu primeiro filho nasceu e aí sim comecei a entender de verdade o que minha mãe fez. A maternidade me trouxe tantos momentos maravilhosos e outros desesperadores, que rapidamente consegui compreender por que minha mãe tomou aquela decisão.
Hoje olho para trás e vejo que ela fez o melhor que poderia ter feito por nós. Afinal, se não estava em condições de cuidar, nada mais justo do que permitir que outras pessoas fizessem.
Hoje sou psicóloga e trabalho quase que exclusivamente com parentalidade. A minha missão é ajudar mães a vivenciar a maternidade de forma leve, alegre e tranquila. Afinal, ser mãe é o máximo, mas nem tudo são rosas não é mesmo?
Gosto muito de falar das dores e delícias da maternidade, pois quando falamos só das coisas boas, as pessoas criam uma expectativa que de longe, não é alcançada, e aí sim, muitos problemas surgem! Talvez se naquela época minha mãe tivesse passado por acompanhamento psicoterápico as coisas poderiam ser diferentes atualmente.
Mas já que não dá pra mexer no passado, meu objetivo é trazer saúde emocional para as mulheres de hoje, para que consigam levar suas vidas com menos culpa, mais assertividade e autoconhecimento. Tento fazer com que elas entendam suas limitações e seus potenciais. Afinal, não existe mãe perfeita.
Hoje sim, posso dizer que a frase da minha vó faz todo sentido, mais do que nunca. A minha dor se transformou em um grande amor, uma missão de vida, e claro, uma luta diária para a minha própria forma de maternar.
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