Publicado em 30/09/2020, às 13h44 - Atualizado às 13h55 por Maria Laura Saraiva, Filha de Laise e Carlos
“O que Deus me tirou, Ele mesmo me devolveu. Tudo que perdi, ganhei de volta”, conta Nivea Maria da Costa, de 43 anos, que vive em Manaus, no Amazonas. A recepcionista sofreu 3 abortos seguidos antes de engravidar de trigêmeas – uma concepção natural, sem passar por qualquer tratamento. Antes disso, ela já havia sofrido outras duas interrupções, que também foram sucedidas por duas gestações saudáveis. Em uma sequência de lutos e alegrias, a mãe conta em entrevista à Pais&Filhos como foi a experiência.
Quando Nivea conheceu o companheiro, Victor Parente de Castro, aos 37 anos, os dois sabiam que queriam construir uma família, principalmente ele, que ainda não era pai. Ela, que já era mãe de um adolescente de 15 anos, fruto de um antigo relacionamento, também tinha a vontade de engravidar novamente. “Fiz todos os exames e ele também, não tínhamos problemas nenhum e partimos para as tentativas”, conta ela. Seis meses depois o teste deu positivo, mas a gestação não foi para frente. Era o segundo aborto da vida da recepcionista, mas exatamente como a primeira vez, meses depois ela estava grávida novamente e dessa vez deu à a luz Amanda.
Em 2019, quando Nivea completava 42 anos, o casal resolveu que era hora de ter mais um filho. “A Amanda era a única criança da família e eu não queria que ela fosse criada como neta e filha única. Como vi que foi tudo tranquilo [na gestação], comecei a tentar de novo”, explica a amazonense. A idade era motivo de preocupação para a mãe, que conta que estava “correndo contra o tempo” na época. Já em janeiro, a menstruação estava atrasada e os primeiros sintomas apareceram. “Tive uma gravidez química – tinha os hormônios, o resultado deu positivo, tudo igual, mas não tinha embrião. Aquilo pra mim já foi um aborto, porque eu estava tentando e estava ansiosa pra isso. Foi muito frustrante”, diz.
Em abril, Nivea engravidou novamente. A gestação evoluiu e o casal já tinha contado para os amigos e familiares que a família iria crescer novamente. “Estava super feliz”, conta ela. Durante o ultrassom de 9 semanas, porém, os pais ficaram sem chão: o coração do bebê não estava mais batendo. “Meu mundo caiu ali, foi uma perda muito grande, eu já tinha planos, já sabia a data do parto, já pensava nele com a minha filha, pensava em tudo”, conta a mãe. “Ainda passei uma semana em casa na esperança do coração voltar a bater, não queria acreditar que era outro aborto”, diz.
As tentativas continuaram nos meses seguintes e em junho o teste deu positivo novamente. “Esse eu não contei para ninguém, decidi que só contaria para o meu marido e para a minha família quando a gestação evoluísse”, confessa Nivea. E assim ela foi sozinha realizar os primeiros exames. Já no ultrassom, 15 dias depois do resultado, a médica do local disse que o embrião não tinha conseguido se colar e que a menstruação viria normalmente. “Fui para casa, vi quando desceu o saquinho gestacional na menstruação. No próximo mês eu já estava com medo de tentar”, desabafa a mãe.
Depois do terceiro aborto, Nivea resolveu que era hora de parar o processo e começou a correr atrás de métodos contraceptivos, como o DIU. Antes, ela conta que participava de um grupo com outras mulheres que tentavam engravidar, e chegou a avisar por lá que tinha desistido do sonho depois das últimas perdas. “As meninas me apoiaram, disseram que os três abortos poderiam ser um aviso”, conta. “Eu pensei que não queria mais passar por aquilo, minha mãe também me aconselhou a começar a evitar”, explica ela, que começou a se dedicar mais ao trabalho e, aos poucos, ia “esquecendo” o sonho da nova maternidade.
Esqueceu tanto que acabou se descuidando, conta, parou de correr atrás dos contraceptivos e seguiu “a vida normal”. Mas quando chegou em novembro, a menstruação se adiantou, o que fez Nivea desconfiar. “Meu ciclo era certinho, achei estranho. No outro dia de manhã fui no banheiro e vi que não tinha mais sinal da menstruação, fiquei com medo. Contei o que tinha acontecido para a minha colega de trabalho, disse que achava que era a menopausa. Mas para desencargo de consciência resolvi comprar um teste e fiz, deu negativo”, diz a mãe. Mas o escape de sangue não foi o único sinal – logo a recepcionista começou a se sentir enjoada pelas manhãs. “Não contei nem para meu marido e nem para a minha mãe. Fiquei super preocupada e fui marcar uma consulta”, relata.
Na clínica, com os enjoos e a menstruação atrasada, Nivea repetiu o teste e dessa vez estava lá: grávida! Com o quarto positivo do ano, a mãe só conseguiu sentir medo, não acreditava que dessa vez o sonho se realizaria. “Já pensei que teria que passar por um aborto de novo. Vim pra casa, fiquei nervosa, mas não contei para ninguém também. Passou outra semana e os enjoos continuaram e aí voltei para fazer o ultrassom”, conta. No novo exame, outro susto – a médica não conseguiu detectar o embrião, só o saco gestacional. Uma semana depois, aí sim, Nivea foi considerada oficialmente grávida pela equipe médica da clínica.
No exame onde o embrião foi detectado, a emoção tomou conta da mãe. “E aí eu com aquele medo no coração batendo forte, até chorei, fiquei pensando que dessa vez daria certo”, explica. Ela conta que o médico mostrou o pontinho que seria o filho e até deu para ouvir o coração batendo baixinho, mas quando foi olhar de perto as imagens do ultrassom, viu que também tinham outras duas bolinhas perto do bebê. Nivea, que estava acostumada a ver os exames das outras gestantes do grupo que participava, ficou receosa. “Meu pensamento quando vi aquilo era que tinha dado algo errado e que eu teria que interromper a gravidez, pensei que era uma anomalia, um monte de coisa”, relata. Mas a pergunta que o médico fez afundou todos os medos: “Tem caso de trigêmeos na sua família?”.
“Ele disse assim: ‘a senhora está grávida de trigêmeas’. Mostrou as três lá. Quando vi aquilo eu pirei, fiquei sem reação. Eu vim para casa e minha mãe estava aqui, cheguei contando que estava grávida. Ela disse que isso já sabia e queria saber a novidade. Eu falei ‘agora se deite para ouvir’ e disse que eram trigêmeos. Contei para o meu marido e ele ficou com muito medo da gente não dar conta, porque está desempregado. Mas o único medo que eu tinha era perder de novo. No trabalho todo mundo me deu a maior força, me deram muita energia positiva”, conta a mãe de cinco.
Depois de tantos obstáculos e perdas, todas igualmente recompensadas, a mãe deu à luz no dia 28 de junho deste ano, com 34 semanas de gestação. Helena, Sofia e Victória vieram ao mundo saudáveis e foram recebidas com muito amor pela família. Mesmo prematuras, as irmãs não tiveram problemas com a recuperação e logo estavam em casa. “Eu ouvi de muita gente que não daria certo por causa da minha idade, mas dentro de mim tinha uma força maior. E tá aí”, conta Nivea.
“A minha história de vida é linda. E a mensagem que eu tenho pra quem tenta é: se você tem um sonho, vai atrás, não desista. Eu tinha essa esperança que Deus preencheria as minhas perdas e tudo que eu perdi, meus 3 filhos, Deus me deu de volta. Eu consegui minhas trigêmeas e elas são uma benção”, finaliza.
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