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Mãe, negra e empreendedora, Luana Génot luta contra o racismo: “Quero deixar um legado para minha filha”

Luana é empreendedora e coordenadora do Instituto Identidade Brasil - reprodução / Facebook
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Publicado em 12/02/2019, às 16h39 - Atualizado em 26/02/2019, às 16h06 por Rhaisa Trombini, Edileyne e Geraldo


Luana é empreendedora e coordenadora do Instituto Identidade Brasil (Foto: reprodução / Facebook)

Antes de engravidar, Luana Genot queria se encontrar. A empresária é mãe de Alice, de 10 meses, mas antes de se aventurar na maternidade, ela foi descobrir a si mesma e ao mundo. Mulher negra e periférica, do Rio de Janeiro, desde cedo conheceu o racismo. Ela saiu da escola onde estudava aos 9 anos por zombarem de seu cabelo e, quando começou na carreira de modelo, não conseguia muitos trabalhos por seu cabelo não ser “normal” e a pele ser muito escura.

Em 2012, a vida de Luana tomou um novo rumo quando embarcou pelo Ciência sem Fronteiras para os USA com objetivo de estudar a representatividade negra da mídia. Além disso, a carioca aproveitou para ser voluntária na campanha do ex-presidente Obama. Em 2014 participou da Conferência Mundial da Juventude da ONU, no Sri Lanka.

Depois do intercâmbio, Luana começou a trabalhar em uma empresa de cosméticos, mas não se sentia envolvida na causa. Não estava feliz. Então, em 2016 usou a bolsa que recebia do mestrado para criar o Instituto Identidade Brasil, empresa que pretende acelerar a igualdade racial no país! “Quando me conectei com o meu propósito comecei a planejar”, conta.

Seu foco agora era o crescimento do instituto e o planejamento do futuro, incluindo a gravidez. A família da carioca tinha receio do caminho que Luana decidiu trilhar. Para eles, não era comum que uma mulher quisesse engravidar sem um emprego fixo. Mas ela conta que era mais importante ter um propósito para deixar de legado para os filhos do que dinheiro.

Luana empresaria, esposa e mãe (Foto: Reprodução site Instituto Identidade Brasil)

O Instituto Identidade Brasil começou a ganhar forças, empresas começaram a pedir palestras e consultorias e o projeto ficou gigante! Quando Luana percebeu que ela poderia pagar seus funcionários e que poderia ter total independência para criar a filha com o que ganhava, decidiu que era a hora de engravidar. “Quando vi que meu projeto estava crescendo, percebi que deveria criar aqueles dois filhos juntos”, relembra. Com isso, planejou a gestação para depois que acabasse o mestrado, no meio de 2017!

O marido de Luana, Louis, é um grande aliado na história. Enquanto a esposa estava fazendo intercâmbio, ele apoiou todas as decisões dela e está sempre presente no Instituto para o que precisar. “Ele é branco, mas não existe assunto tabu dentro de casa. Nós discutimos isso na mesa, é uma discussão naturalizada.”

A gravidez

“Foi o melhor período que eu passei na vida”, comenta. Durante a gravidez, Luana não parou detrabalhar até o último minuto! Ela pegava pontes aéreas constantes, pulava todas as filas e comia muito. “Era a melhor desculpa possível, não me questionavam, eu comia um pote de Nutella inteiro em uma noite”.

Na véspera do parto, ela estava trabalhando e não disse para a gente que não seria problema ter o bebê dentro do escritório. “Era parte de mim. Já não queria ficar no hospital comendo papinha, queria passar um e-mail”.

Luana teve um parto normal de 14 horas sem anestesia. Como a mulher organizada que é, fez uma grande pesquisa antes do parto, conversou com doulas, queria entender o que seria a dor. “É uma dor que eu acredito que fortalece como mulher, foi muito importante ter sentido”.

Luana é mãe de Alice! (Foto: reprodução / Facebook )

Sobre o futuro

“O racismo perpassa estruturas sociais”, explica Luana falando sobre a dificuldade que é encontrar referências negras para a filha. Na biblioteca, não há livros de príncipes e princesas negros, apenas de escravos. Não existe boneca negra. Por conta disso, ela procura desconstruir as ideias da filha desde cedo. “Procuro apontar os personagens negros na TV, por exemplo, e mesmo que Alice talvez não entenda, é importante mostrar”.

A empresária fica feliz da filha passar um tempo no Instituto, pois ela “vê gente negra trabalhando, em posições de liderança, de diferentes áreas e setores”. E é isso que Luana quer para o futuro. “Não quero que em 50 anos a gente ainda precise falar sobre racismo. Espero que tenham mulheres negras no mercado e acesso básico a informações”.

Além disso, Luana espera para a filha o que toda mães espera para um filho: que ela possaser o que quiser. Mas “sempre atenta aos que estão ao seu redor. A pior coisa que pode fazer é se isolar em uma bolha, precisa se atentar ao outro e entender que somos parte de um universo. Precisamos nos importar com o próximo”.

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