Publicado em 29/03/2021, às 12h13 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
Uma mãe de Chicago, nos EUA, contou em entrevista a um jornal local que foi denunciada ao Departamento de Serviços para Crianças e Família, ou DCFS, por se atrasar 7 minutos para buscar o filho na escola. JaNay Dodson, que é professora do ensino médio em uma outra escola, está questionando a política aplicada pela escola e alega que ela ficou “humilhada” e acha que a escola foi longe demais com a denúncia.
De acordo com ela, o problema começou no dia 2 de março, quando o filho, que frequenta a Inter-American Magnet School no bairro de Lakeview, em Chicago, deveria pegar um ônibus da escola para casa. Em vez disso, ele ainda estava lá às 16h30 – bem depois do final do horário escolar. Como Dodson explicou mais tarde, houve um pequeno acidente, mas não foi culpa dela.
“Eu esperava que ele estivesse no ônibus escolar”, ela compartilhou. “Ele se inscreveu para o transporte. Houve alguns problemas com algumas das rotas sendo canceladas”, completou. Dodson, que é professora de ciências do ensino médio, tentou corrigir o problema imediatamente, mas não foi fácil porque ela mesma ainda estava no trabalho. “Tentei entrar em contato com a escola para descobrir o que estava acontecendo”, disse ela. “Assim que percebi que não estava conseguindo entrar em contato com ninguém na escola, liguei para meu irmão para buscar meu filho”, contou.
O irmão dela chegou à escola para buscar o menino às 16h37 da tarde. E, segundo todos os relatos, eles pensaram que todo o assunto havia sido resolvido. “Então Braylin sai da escola às 16h … e meu irmão chegou lá às 16h37, e ele estava em casa às 17h”, Dodson disse mais tarde. “E esse foi o fim – foi o que pensei”, completou. Mas ela estava enganada.
No dia seguinte, Dodson recebeu um e-mail da diretora da escola, Daniela Bylaitis. Ela disse à mãe que tinha “empatia pelos desafios de equilibrar trabalho e responsabilidades familiares“, mas que “todos os funcionários da escola são obrigados a reportar tudo que estava acontecendo e devem seguir os protocolos e orientações do CPS”.
Por fim, Dodson disse que foi informada de que ela precisava chegar na hora certa e que eles não tinham “equipe para monitorar as crianças depois da escola e que o DCFS seria chamado”. Foi aí que a mãe descobriu que a diretora da escola já havia feito uma denuncia. O que Dodson não sabia era que a política do departamento afirma que se uma criança for pega a qualquer momento após as 16h30, a escola deve notificar as autoridades.
Dois dias depois, as coisas pioraram. Braylin foi subitamente retirado da classe por um investigador do DCFS, que lhe fez várias perguntas. Pouco tempo depois, outra pessoa da agência apareceu para inspecionar a casa de Dodson e obter informações de contato de pessoas que poderiam “garantir a paternidade dela”, como ela mesma explicou.
Dodson contou que ficou incrédula com tudo que estava acontecendo, pois não acreditava que a maternidade dela estava sendo questionada devido ao que ela considerava ser um simples mal-entendido. Afinal, não se tratava de uma mãe simplesmente deixando seu filho na escola por horas a fio. Também não houve nenhuma outra questão que teria levantado algumas bandeiras vermelhas sobre a vida familiar do menino.
A denúncia ainda está sendo analisada pelas autoridades. “As políticas que o distrito tem em vigor têm como objetivo manter os alunos supervisionados e seguros”, diz uma declaração do DFCS à WGN News. “Dito isso, estamos cientes das circunstâncias do incidente e estamos em processo de revisão”, completou.
Desde então, a mãe obteve o apoio de muitos membros da comunidade, incluindo outros pais cujos filhos frequentam a mesma escola. Eles até lançaram uma petição para mudar a política. “Estou me perguntando quanto tempo isso vai demorar para acabar. Bem como qual será o impacto a longo prazo”, completou a mãe.
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