Família

Marcos Piangers e Ana Cardoso desabafam sobre a preocupação de muitos pais: o crescimento dos filhos

A gente adora essa família! - reprodução instagram/ piangers
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Publicado em 09/04/2019, às 09h15 - Atualizado em 16/07/2019, às 10h27 por Isabella Zacharias, Filha de Aldenisa e Carlos


A gente adora essa família! (Foto: reprodução instagram/ piangers)

Ana Cardoso é mãe de Anita e Aurora, jornalista, socióloga e autora dos livros A Mamãe É Rock, Natal, Férias e Outras Histórias e Quando Falta Ar. Dessa vez, ela veio falar sobre o crescimento e autonomia dos filhos.

Dá tempo
As crianças crescem e muitos pais se lamentam horrores. Realmente não dá pra voltar no tempo. Por isso, a recomendação de todos os profissionais envolvidos nessa área – filhos – é curta, esteja perto, participe, eduque. Não coma mosca.

Para as mães, em muitos aspectos, a vida vai ficando bem mais fácil. É preciso admitir. Se com 2 aninhos você não pode piscar porque existe a possibilidade do seu filho se envolver numa encrenca, num acidente ou berrar descontrolado, com 5, por exemplo, raras são as crianças que não deixam os pais dormirem um pouco mais de manhã.

Os progressos aliviam nosso lado, mas nem todos acontecem naturalmente. Nenhuma criança olha para você – aos 3 anos – e fala: eu vou tomar banho sozinho, deixa que eu me seco e, olha só mamãe, já peguei a minha roupa. A autonomia é uma habilidade construída com muita atenção e planejamento. Psicólogos e pediatras explicam que uma criança segura tende a assumir mais responsabilidade sobre a sua rotina.

A magia (é mentira, não tem magia) se dá com a chance de fazer pequenas escolhas. Não se trata de oferecer um menu de opções para os filhos, seja de brincadeira, comida ou o que vestir. Duas ou três opções são suficientes. Crianças acostumadas a pequenas decisões geralmente tornam-se mais independentes.

Se você não pretende fazer o prato do seu filho até os 40 anos (dele!) é bom começar cedo a deixá-lo crescer. Em todos os sentidos, não apenas na fita métrica e na balança. Quanto antes, melhor, mas em se tratando de ‘relações humanas’ não existe tarde demais. Sempre dá tempo de aprender ou ensinar algo.

Conheço um casal maravilhoso em Porto Alegre, a Rose e o Luís Olavo. Eles educaram muito bem suas três filhas. Todas são amorosas com os pais, cuidam de sua própria saúde, são amadas e respeitadas em seus relacionamentos afetivos, estudam ou se formaram nas melhores universidades mesmo tendo estudado sempre em escolas públicas, trabalham e pagam suas contas. Nenhuma chegou aos 30 anos ainda, todas já são independentes e estão bem encaminhadas, como costumava-se falar.

Só a caçula ainda vive com os pais – tem 20 anos – faz 2 faculdades e tem um emprego. Eles certamente se orgulham das filhas e de seu trabalho como pais e educadores. Mas, você realmente acha que eles dão o trabalho como encerrado? Com certeza ainda perdem noites de sono, se preocupam e fazem inferências na vida das meninas.

Nosso trabalho, por melhor que seja, não tem fim. Por isso, quando bater aquela sensação de ‘eles estão crescendo muito rápido’, abrace seus filhos e pode respirar aliviada: tem muito pela frente ainda.

“Nosso trabalho, por melhor que seja, não tem fim”, diz Ana Cardoso (Foto: Reprodução)

Marcos Piangers é pai de Anita e Aurora, jornalista, palestrante e autor dos livros O Papai É Pop 1 e 2. Comprometido com a paternidade presente e amorosa, dessa vez ele veio falar sobre o distanciamento que ocorre quando os filhos crescem.

Trabalho incompleto
Não aconteceu da noite pro dia como diziam que aconteceria, nem está sendo tão complicado como talvez seja nos próximos anos, mas a adolescência da nossa filha chegou. Chegou aos poucos, primeiro com sinais de afastamento, depois com algumas novidades, em geral sobre coisas que ela descobriu que não gostava.

“Sou alérgica a abacaxi”, declarou um dia. “Não gosto de ovo”, definiu depois de ter adorado por 13 anos. E a mais dolorida revelação, neste verão: “não gosto de praia”. Me dói no peito. Domingo o mar estava esmeralda e calmo, um vento soprava da terra moldando ondas perfeitamente verdes, o sol estava brando e vimos peixes e caranguejos e pássaros. Mas estávamos apenas eu e minha filha mais nova.

Minha filha mais velha decidiu ficar lendo no apartamento. “A praia estava incrível”, disse a ela na volta, na esperança de que dissesse “então vamos que agora fiquei com vontade!”. Nada. Disse apenas “que bom” e voltou a ler o segundo volume da série napolitana da Elena Ferrante. Não é um afastamento total, ainda temos abertura para conversar sobre todos os assuntos, mas me dói como uma espécie de “adeus”.

Será que ela vai ficar cada vez mais longe, descobrindo o que gosta e o que odeia? Gostará pra sempre de vitamina de morango com banana ou um dia acordará dispensando nossa marca registrada? Desmarcará nosso encontro no restaurante favorito? Entrarei eu para o rol de elementos que a desagradam?

Me indigna a atitude tranquila da minha esposa frente a este afastamento crescente. Quero que sofra comigo. Quero que diga “Isto é mesmo um horror! Vamos obrigá-la a ser criança pra sempre”, mas ali está ela, tranquila e entendendo bem todas as mudanças que minha filha está passando.

Disse a ela que se não sente muito pelo distanciamento, que pelo menos sinta pelo trabalho incompleto. “Se ela está cada vez mais afastada, pra ser quem ela quer ser, fico me perguntando se está pronta. Se fizemos um bom trabalho como pais. Se demos a ela todas as condições para fazer boas escolhas. Se o trabalho está completo”, disse eu, esperando despertar algum desespero na mãe. “Mas Marcos”, ela me disse, “o trabalho nunca está completo. Ela vai crescer e errar e sofrer e errar de novo. E durante toda a vida vai continuar aprendendo”.

Durante toda a vida ela vai continuar aprendendo. O que gosta, o que detesta, no que acredita, quem ama e quem odeia. Descobrirá sobre os segredos do mundo que nunca contamos a ela. Terá ela mesma que sofrer algumas vezes, aprender a ser melhor. E, um dia, aprenderá com uma dorzinha no coração, que amar é também deixar ir.

MORAL: “Educar é estar aberto a aprender: atividades pra uma vida inteira”

“Durante toda a vida ela vai continuar aprendendo” (Foto: Reprodução)

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