Família

Marcos Piangers e Ana Cardoso falam sobre a experiência de ensinar as filhas a andar de bicicleta

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Publicado em 17/05/2019, às 14h28 por Isabella Zacharias, Filha de Aldenisa e Carlos


Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga e autora dos livros A Mamãe É Rock, Natal, Férias e Outras Histórias e Quando Falta Ar. Dessa vez, ela veio falar sobre a experiência de ensinar a filha mais nova, Aurora, a andar de bicicleta.

O empurrãozinho mágico

A Aurora está pedalando sozinha, aos 6 anos. O Marcos ensinou-a durante o verão. Quando não chove, quer ir de bicicleta para a escola. Nos finais de semana, batemos ponto na ciclovia perto de casa. Um novo mundo se abriu para todos nós, que havíamos parado de pedalar há anos porque ela não nos acompanhava, a não ser na cadeirinha da minha bike.

Quem a vê tão livre e desenvolta, quer seguir os seu passos, ou melhor, pedaladas. No último mês, a escola Piangers de emancipação das rodinhas, ensinou equilíbrio sobre duas rodas para as vizinhas do prédio de Curitiba, os primos Heitor e Flora e já temos novas solicitações.

No Carnaval, dois vizinhos da praia se inspiraram na menina de longos cachos que não desce de sua magrelinha. Venceram o medo, convenceram seus pais a ensiná-los e estão todos pedalando confiantes por aí. Liberdade é felicidade. Pequenas autonomias deixam nossos filhos muito mais fortes. Cada atividade que conseguem fazer sozinhos, melhora sua autoestima.

Uma criança feliz e confiante aprende tudo mais rápido, não tem medo do mundo, respeita o próximo porque não o vê como ameaça. Mas, liberdade não é deixar o filho se virar sozinho. É estar ali, prestando atenção no desenvolvimento, nas necessidades e possibilidades de cada criança.

Amanhã nossas filhas estarão adultas. Dificilmente acompanharemos cada conquista, cada tombo. Serão raras as vezes em que nos consultarão para saber como fazer um trabalho, ou uma receita. Não teremos mais que assinar a agenda. Não faremos mais seus olhinhos brilharem ao ensinar-lhes os pequenos truques da vida.

A atenção que lhes damos hoje não é para que reconheçam nossos esforços no futuro. É porque a infância dos nossos filhos é o único momento em que a varinha de fazer mágicas está na nossa mão. Fazer mágica é muito bom.

Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante e autor dos livros O Papai É Pop 1 e 2. Ele comparou sua experiência quando aprendeu a andar de bicicleta e a experiência da filha mais nova.

Velozes e sem rodinhas

Encontrei um senhor no avião. Como vai? Tudo bem. Adoro seus textos, deixa eu te contar uma. Diga. Acho que um dos momentos mais inesquecíveis da minha relação com a minha filha foi quando ela tinha seis, sete anos, e eu a ensinei a andar de bicicleta.

Ele continuou. Eu estava segurando no banquinho, até que soltei. Vi que ela continuou sem mim. Vi que ela estava seguindo pra longe, pra longe de mim. E comecei a chorar. Foi como uma despedida. Minha filha estava ganhando autonomia.

Lembrei dessa história por causa da semana passada, minha própria filha aprendeu a andar de bicicleta sem rodinha. Treinamos algumas vezes na garagem, depois na areia dura da praia. Ela caiu uma, duas vezes. Repetiu o que eu dizia: “Atleta é assim: se machuca e fica mais forte”. Me mostrava os ralados do joelho. “Atleta é assim, né pai?”. É, filha. Pegou confiança para fazer curvas. Não precisa mais de um empurrão meu na hora de começar a pedalar. Pedala sozinha.

É um momento tão cheio de significado. Encontrar o equilíbrio. Andar mais rápido. Não precisar mais de empurrões. Superar os machucados. Ela me disse: “Parece mágica!”. Como assim? “Parece que tem uma força mágica me equilibrando!”. É mágico e cheio de emoção.

Uma amiga me disse: sabe qual a minha maior lembrança do meu pai? Ele me ensinando a andar de bicicleta. Meu medo, ansiedade, o cuidado dele, a felicidade quando consegui. Não tive pai. Por muitos anos eu mesmo não sabia andar de bicicleta. Um amigo me emprestou uma BMX, comecei a pedalar.

Ganhei minha primeira bike já adolescente. Tinha três marchas. Agora todos aqui em casa têm suas próprias magrelas. Esses dias saímos pra passear. Nunca imaginei que estaríamos todos juntos, pedalando em uma manhã de domingo. Brisa no rosto. Sorriso constante. Parece mágica.

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