Médica escreve relato de arrepiar sobre mortes de crianças por Covid-19: “Vi mais uma luz se apagar”
Marina Paixão de Madrid Whyte utilizou as redes sociais para desabafar sobre as 3 crianças não vacinadas que foram a óbito por conta do vírus. Segundo a prefeitura de Belo Horizonte, apenas 33% desta faixa etária recebeu a primeira dose da vacina
Resumo da Notícia
- Uma pediatra utilizou as redes sociais para lamentar a morte de 3 crianças
- Elas não receberam a vacina contra a Covid-19
- A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que 90 mil crianças já poderiam ter se imunizado em Belo Horizonte
Nesta última terça-feira, 01 de fevereiro, a pediatria Marina Paixão de Madrid Whyte, de 27 anos de idade, viu três crianças não vacinadas morrerem com suspeita de Covid-19 no Hospital Infantil João Paulo II, localizado em Belo Horizonte. Atuando há cerca de 40 dias no CTI (centro de tratamento e terapia intensiva) contra o vírus, a médica compartilhou através das redes sociais um desabafo de arrepiar sobre as perdas que acompanhou de perto. As informações são do portal de notícias R7.
“Hoje eu vi mais uma luz se apagar. A cada criança que eu vejo partir meu coração embrulha. Não encontro outra forma de explicar.
Perdemos 3 crianças no CTI na última semana com COVID. Ultimamente aprendi a buscar luz, a abençoar a passagem, a entender que deixar ir faz parte. Mas não fica fácil. E mais que nunca sinto a impotência de num momento tão frágil de pandemia estarmos discutindo bobagens.”, começou Marina Paixão de Madrid Whyte. Para ver este conteúdo, clique aqui.
“Sim, bobagens. Não importa o que seu amigo falou no WhatsApp, ou o médico X falou sobre riscos hipotéticos e sensacionalistas sobre vacinas. Sempre vacinamos. Nossa mortalidade infantil caiu absurdamente com o calendário vacinal. Não tem desculpa para falta de informação; se você encontra a informação exagerada e sem contexto você consegue encontrar informação de qualidade também.”
“Ainda que nos falte um ministério da saúde isento de opiniões políticas, o sus resiste. A saúde pública fundamentada em médicos e outros profissionais de saúde comprometidos e baseados em evidências, resiste. Eu preciso acreditar que a luz que vejo apagar na minha frente, está iluminando algum outro lugar. Que daqui a pouco vamos enxergar melhor, enxergar o outro, fazer escolhas melhores.”, finalizou.
De acordo com a prefeitura de Belo Horizonte apenas 33% das crianças foram beneficiadas com a campanha de imunização infantil para receber a primeira dose. Em contra partida, um levantamento parcial da Secretaria Municipal de Saúde afirmou que 90 mil pessoas dessa faixa etária já poderiam ter se imunizado na capital.