Publicado em 19/04/2022, às 16h15 por Gabriela Xavier, filha de Priscila e Ivan
Bebê de um ano morreu no último domingo, 17 de abril, após ser picado por um escorpião em Birigui, interior de São Paulo. A menina, Lara Vitória Carvalho de Oliveira estava na casa da família quando levou a picada. Conforme informações da Organização Social de Saúde da Beneficência Hospitalar de Cesário Lange (OSS BHCLH), a menina chegou ao pronto-socorro em torno das 13h53 e o estado dela era grave. Lara recenou soro antiescorpiônico e após, foi pedida a transferência para a Santa Casa de Araçatuba, porém, a garota não foi encaminhado para o hospital.
Segundo a OSS BHCL, “Houve agravamento do estado clínico da criança e apesar de todos os esforços da equipe médica, infelizmente, não foi possível reverter o quadro de saúde da criança, sendo o óbito registrado às 15h07”.
A tia de Lara falou nas redes sociais sobre o caso, onde a garota recebeu duas doses de soro antiescorpiônico, no entanto, teve duas paradas cardíacas, “Na primeira, conseguiram reverter o quadro, entubaram ela para transferência em Araçatuba, mas não deu tempo. [Ela] teve outra parada cardíaca, infelizmente não resistiu” falou ela.
Ela também disse que a sobrinha teve “um dos melhores atendimentos prestados nos primeiros socorros” e que “não houve negligência nenhuma por parte da equipe”.
A mulher relatou também sobre o cuidado da equipe com a garota, “Muito pelo contrário: só temos a agradecer pelo excelente atendimento pela toda equipe, alguns enfermeiros estão abalados, nem querem trabalhar! É um momento difícil até pra equipe! Agradecemos de coração ao profissionalismo e equipe de atendimento pela humanidade que tiveram com a pequena Lara”.
A Secretaria Municipal de Saude de Birigui disse que o Centro de Controle de Vetores e Zoonoses irá fazer uma busca ativa e manejo ambiental no bairro onde aconteceu a tragédia. O órgão orientou os moradores a evitar materiais inservíveis que possam facilitar o abrigo e proliferação de escorpiões.
“A administração municipal esclarece ainda que realiza frequentemente ações de limpeza e orienta a população sobre os cuidados necessários contra escorpião. No bairro João Crevelaro, este ano, já foram feitas 11 buscas ativas, após notificação de moradores sobre aparecimento ou acidentes causados pelo animal peçonhento”, escreveu a secretaria em nota.
A população deve manter os quintais limpos e evitar acúmulos de materiais como madeira, entulhos ou restos materiais de construção. Mais um recomendação do órgão é manter fechadas as soleiras das portas e janelas. A prefeitura falou sobre o caso e afirmou ter estoque de soro antiescorpiônico se for necessário o atendimento.
Você sabe como proceder se alguém da sua família (ou você mesmo) for picado por um escorpião? Veja as orientações da integrante da Coordenação de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Vivian Ailt Cardoso:
1- Lave o local da picada com água e sabão, depois faça uma compressa com água morna, em seguida, procure imediatamente o centro de saúde mais próximo de sua residência;
2- Se possível, capture o animal para posterior identificação;
3- Não impeça a circulação sanguínea, corte ou perfure ao redor da lesão;
4- Não coloque folhas ou pó de café no local do ferimento.
Quando a pessoa picada chega ao centro de saúde, recebe apenas um medicamento para aliviar sua dor, pois o organismo consegue se livrar da toxina do escorpião naturalmente, segundo Giuseppe. A picada só leva à morte se a pessoa tiver uma reação grave, causada por uma predisposição do corpo, como um problema no pulmão, por exemplo. Além disso, de acordo com o biólogo, idosos e crianças são considerados o maior grupo de risco.
Por isso, cada caso é analisado no serviço de saúde. Se a pessoa tiver reação, recebe um soro antiescorpiônico, que neutraliza as toxinas do veneno circulante no corpo.
Esse soro está disponível na rede pública de saúde. Em São Paulo, caso não exista no centro de saúde mais próximo, a pessoa picada é encaminhada ao Hospital Vital Brazil, localizado dentro do Instituto Butantan, na Avenida Vital Brasil, zona oeste de São Paulo.
Segundo Giuseppe, a espécie mais perigosa nas grandes cidades é o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e que a melhor maneira de evitar a visita desses aracnídeos é manter os lugares limpos e livres de entulhos. No quintal de casa, evite o acúmulo de telhas ou de tijolos, por exemplo. “Se perto da casa tiver algum terreno baldio, peça para que a prefeitura providencie a limpeza do local”, orienta o biólogo.
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