Menina de 6 anos recebe documentação específica para autistas no ABC e mãe comemora
São Caetano do Sul implantou uma versão do sistema de emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A documentação é útil para as pessoas com autismo deixarem claro os direitos que têm
Resumo da Notícia
- São Caetano do Sul implantou uma versão do sistema de emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista
- A primeira garota a receber tem 6 anos e diz ser a "primeira presidente autista do brasil"
- A documentação é útil para as pessoas com transtornos deixarem claro os direitos que têm
A cidade de São Caetano do Sul (C do ABC paulista) iniciou o processo da implantação na Secretaria Deficiência ou Mobilidade Reduzida, uma versão do sistema de emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). A ideia surgiu para pessoas com algum transtorno terem maior facilidade no ponto de inclusão social.
A primeira garota que recebeu a CIPTEA em São Caetano do Sul foi Daniela, de 6 anos. A mãe dela, Priscila Kawamura, contou para a revista Veja mais informações sobre essa carteira, além de falar da filha.
Priscila conta que a filha foi diagnosticada com 2 anos e meio, depois de uma avaliação multidisciplinar com psicóloga, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psiquiatra e neurologista. “Ela mostrava sinais desde muito nova, mas ela era pequena para ter algum diagnóstico” conta.
Daniela é gêmea de Érica, que ainda não tem um diagnóstico fechado sobre o autismo. A mãe conta que a família sofreu um baque grande ao descobrir o Espectro Autista da filha. “Perdi meu chão aquela hora. Mas logo em seguida todos nós nos unimos para que ela tivesse um bom desenvolvimento e fosse independente no que pudesse. Ela demorou um pouco para responder as terapias, mas a união familiar e a terapia funcionou muito bem. Por isso digo que diagnóstico não é o fim, é o começo”.
A mãe também contou sobre a documentação. Priscila fala que a CIPTEA é muito importante, pois o transtorno não é uma deficiência visível, e por isso garante alguns direitos como vagas de estacionamento e atendimento preferencial. “Muitas vezes pessoas não entendem um surto de um autista e confundem com birra”.
“Daniela fala que é a primeira presidente autista do Brasil e que tem carteirinha comprovando” disse a mãe ao ser questionada sobre a filha gostar de ter a documentação. “A gente explica que ela só poderá usar o documento em caso de necessidade porque outras pessoas talvez precisem mais de determinados direitos em certo momento do que ela”.
O CIPTEA é muito útil para evitar constrangimentos e deixar claro os direitos da pessoa com o transtorno. Luciano Cintrão, diretor da Valid, que desenvolveu essa solução, disse que em São Caetano do Sul, a procura pela documentação tem sido bastante procurada por alunos da educação infantil e do ensino fundamental.