Família

Mulher faz relato após ser sequestrada e vendida a outra família: “Disseram que eu estava morta”

Reprodução / The Sun
Reprodução / The Sun

Publicado em 13/12/2020, às 14h27 - Atualizado às 14h27 por Camila Montino, filha de Erinaide e José


Faz pouco mais de um ano que Belle Barbu, 26, de Utah, descobriu que foi levada da Romênia quando ainda era bebê e vendida para uma família americana. Ela então decidiu compartilhar a história para conscientizar mais pessoas sobre os riscos.

(Foto: Reprodução / The Sun)

Belle disse que nos EUA ela percebeu que não se parecia com os pais e quanto tinha oito anos e eles explicaram que adotaram ela quando bebê. “Foi um choque enorme. Disseram que meu sobrenome era Barbu e que nasci na Romênia, filho de pais que não me queriam. Confusa e envergonhada, mantive isso em segredo de todos, mas a dor nunca foi embora”, relatou ao The Sun.

Conforme os anos se passaram ela conta que nunca deixou de procurar pela família, até que encontrou um grupo no Facebook e decidiu arriscar. ” Então, em julho de 2019, encontrei um grupo no Facebook ajudando romenos adotivos a encontrar as próprias famílias. Muito nervosa, postei minha idade e meu sobrenome e fiquei surpresa ao receber algumas respostas quase imediatamente”, disse.

Entrando em contato com a família

Belle conta que recebeu ajuda da administradora do grupo na época. “Sarah , a mulher que comandava o grupo, reconheceu meu raro nome de família e, apenas 48 horas depois, entrou em contato com meu irmão Moise, de 20 anos, nas redes sociais. Sarah traduziu mensagens entre nós e logo descobri que tinha mais dois irmãos – uma irmã, Simona, de 33 anos, e um irmão, Florian, 29 anos”, relembra.

Após saber a identidade dos irmãos, ela conta que os pais moravam agora perto de Roma. “Então soube que minha mãe biológica Margari e meu pai Zambila moravam agora perto de Roma. Era tanta informação, tão rápido, que fez minha cabeça girar”, disse.

“Depois de três semanas falando via Sarah, finalmente recebi um telefonema com minha família. Quando minha mãe atendeu, por meio de um tradutor, comecei a chorar e logo todos começaram a chorar”, conta Belle, ao falar sobre a primeira vez que falou com a mãe biológica por telefone.

‘Meus pais achavam que eu estava morta’

Ela então soube o motivo da adoção e que na verdade a mãe nunca soube que ela estava viva. “Quando nasci, em outubro de 1994, os médicos disseram que eu estava doente, mas não especificaram o quê, e fiquei internada enquanto eles voltavam para casa. Poucos dias depois, quando eles voltaram, disseram que eu havia morrido. Devastados, meus pais desabaram”, afirma Belle.

A mulher conta que os pais era muito pobres na época. “Quando eles saíram, uma enfermeira correu atrás deles para lhes contar a verdade – que eu tinha sido levada e vendida. Meus pais usaram o que restava de dinheiro para comprar gasolina e foram a todos os orfanatos que puderam para tentar me encontrar. Mas o dinheiro acabou e, após um ano, eles não tinham a quem recorrer”, disse.

Belle lembra que ficou muito chocada com tantas informações. “Enquanto processava o que tinha acontecido, mal conseguia respirar – a dor dos meus pais era inimaginável. Quando contei aos meus amigos, eles ficaram completamente chocados, pois sempre fui tão calada sobre minha vida particular”, conta.

Agora, ela não tem mais contato com os pais adotivos. “Meu relacionamento com meus pais adotivos se desfez quando me matriculei na Brigham Young University em Idaho para estudar saúde pública em 2013, e estamos completamente separados desde então”, disse.

Teste de DNA e o primeiro encontro com a família

(Foto: Reprodução / The Sun)

Ela então encontrou uma ONG, que a ajudou a encontrar a família biológica. “Passei a aprender mais sobre o tráfico de crianças com uma instituição de caridade chamada Operation Underground Railroad. Eles me disseram que recém-nascidos valem milhoes de libras para gangues de traficantes, que falsificam certidões de nascimento e vendem bebês para agências de adoção para serem acolhidos por pais adotivos”, disse.

A instituição de caridade providenciou testes de DNA e comprovou que ela realmente pertencia a família de Margari, que encontrou no Facebook. E em novembro do ano passado ela viajou para Roma. “Quando entrei no pátio e caí nos braços de minha mãe, foi a sensação mais eufórica. Eu sabia que estava em casa. Por meio do tradutor, minha mãe me disse que nunca parou de torcer para me ver novamente. Naquela noite, chorei por horas e passei quatro dias abraçando meu pai e segurando a mão de minha mãe. O amor deles por mim era tão forte, e eu senti uma grande ligação com eles”, relembra.

Belle teve que voltar para a faculdade e agora não pode visitar os pais. “Devido a pandemia da Covid e os fundos limitados ainda não consegui fazer outra viagem à Itália, mas quero fazer isso assim que puder”, disse.

Agora, ela ajuda outras pessoas que estão na mesma situação que ela. “Posso nunca saber exatamente o que aconteceu comigo quando era bebê, mas estou me concentrando nas coisas que posso fazer. Agora trabalho com organizações como a Operation Underground Railroad, falando sobre minha experiência. Digo a todos que ouvem minha história que você pode ajudar sobreviventes do tráfico humano doando para instituições de caridade e acreditando nas histórias”, finaliza.


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