Família

“Minha filha chegou esses dias com a história de um monstro chamado Beleléu”, diz Piangers

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Publicado em 01/10/2017, às 07h49 por Redação Pais&Filhos


Marcos Piangers e Ana Cardoso, pais de Anita e Aurora, todos os meses batem cartão na nossa revista com sua coluna “Ela diz, ele diz”. A história da vez é sobre organização. De pontos de vista diferentes, pai e mãe enxergam a rotina da família, mas sempre com muita diversão e amor.
ELA
Cada coisa no seu lugar. No mês passado me inspirei pesado na matéria sobre organização da casa. Confesso: eu sou bem bagunceira. Mesmo sendo virginiana não tenho o dom da ordem. Mas, com a minha P&F em mãos, decidi encarar territórios pouco explorados aqui em casa: os armários.
Juntei um monte de caixas pequenas e médias e cortei-as para ficarem com a mesma altura. Comecei pelo nosso banheiro. Primeiro separei os produtos por famílias: algodão, limpeza, dentes, remédios e barba. Vocês não imaginam como o Marcos ganha produtos para barba. Não preciso comprar xampu, creme nem óleo de argan pelos próximos dez anos.
Encontrei umas traças bem gordas no fundo de uma das gavetonas. Foi tenso. Eliminei vencidos e também tirei as nécessaires da gaveta. Tinha várias com escova de dente, pasta, fio dental, uma amostra de xampu, uma de creme e uma de hidratante facial. Adivinha quantas vezes eu utilizei esse kit “vou viajar agora e não tenho tempo de pensar no que levar”? Zero, lógico.
A caixa de escova de dente, pasta, fio dental e enxaguatório ficou abarrotada. Eu não fazia ideia do número de escovas nessa casa. O Marcos é aquele tipo de pessoa que vai ao mercado e compra queijo ralado e escova de dente. Sempre. Esquece o pão e o leite, mas queijo e escova…
Dentro das caixas setorizadas, tudo fez sentido. Me encantei com os produtos de praia e piscina. Que saudades do calor. Muitos protetores, gel de babosa, hidratante infantil. Tem coisa melhor que essa memória do verão?
No banheiro das meninas, foi moleza. Tinha bem menos coisa no armário, e ele tem cinco gavetinhas. Antes, havia de tudo em cada uma delas, depois ficou assim: 1. escovas e pentes de cabelo; 2. elásticos, tic-tacs, grampos e coques falsos (a Anita ama); 3. secador e chapinha (que ninguém usa); 4. toucas plásticas para não molhar o cabelo; 5. amostras de xampu e condicionador (que eu monto kits e dou para moradores de rua).
No quarto das meninas, foi bem complicado. Como criança gosta de acumular tralha! Cada papelzinho tem toda uma história, pastas com trabalhinhos, tampinhas de garrafas, pedaços de pulseira de elástico, botões, lápis, canetinhas, bonequinhos minúsculos. Joguei fora um quilo de papel amassado, uns 30 sacos plásticos, a sujeira dos apontadores de lápis, uns brinquedos quebrados e outros itens que não posso escrever aqui para não me complicar com elas.
Hoje de manhã, a missão final foi o quarto da Anita. Pensa numa menina artista, que pinta, recorta, costura e guarda coisas. Muitas coisas. No criado-mudo ao lado da cama encontrei uma caixa com relíquias da última escola. Fiquei emocionada. Ali estavam um caderno de matemática cheio de adesivos e continhas, um caderno pequeno com as músicas e suas partituras e cartões que a professora de inglês trouxe pra ela da Califórnia no terceiro ano. E a flauta, sua grande companheira no início da vida escolar. Tão amada pelas crianças e tão odiada pelos pais. Haja tímpano. Fotos das turmas de todos os anos e um chaveirinho do Harry Potter completavam a coleção “nostalgia da infância” da minha pré-adolescente.
ELE
Minha filha apareceu esses dias com essa história, de um monstro chamado Beleléu. Aprendeu na escola. O Beleléu é um monstro que rouba os brinquedos das crianças caso elas não arrumem as coisas depois de brincar. Imagino que esse era o objetivo, e funcionou espetacularmente: minha filha não deixa mais nada espalhado na sala. Nenhum jogo de tabuleiro no chão do quarto. Nenhum baralho da Frozen espalhado embaixo do sofá. Nenhuma peça de Lego posicionada estrategicamente pra eu pisar quando estou descalço. É um upgrade considerável na nossa batalha diária de fazer a menina arrumar suas coisas.
Pensei até em inventar um monstro que pega crianças que não tomam banho. Preciso de um monstro que roube a língua de quem não come todo o arroz com feijão. Por favor, um monstro que deixa careca a criança que chora e dá vexame no meio do shopping!
Pena que não vai servir. Porque é mentira. Quer dizer, acho que é mentira. Nunca se sabe. Mas até onde eu sei, ela vai ter que arrumar os brinquedos porque é a coisa certa a ser feita. Não por causa do Beleléu. E eu vou ter que convencê-la a tomar banho e a comer e a dormir e a se comportar. Dá mais trabalho, mas é verdade.
Quero que ela acredite em mim pra sempre. Quando eu disser que ela precisa me dar a mão pra atravessar a rua. Ou que brócolis faz bem, apesar do gosto. E vacina, apesar da dor. E que tenha cuidado com assaltantes.
O mundo já está cheio de monstros.
Evidentemente, tenho alguns deslizes. Digo, às vezes, que ela é a menina mais linda do mundo. Não conheço todas as meninas do mundo, mas acredito nessa mentira. Eventualmente digo que ela é muito inteligente, que é incrível que ela conte até dez aos 3 anos de idade. Não tenho certeza, mas falo mesmo assim.
Minto que, se ela comer toda a janta, vai ficar forte imediatamente. Ela, então, mostra os bracinhos firmes depois de cada colherada. Digo que meu beijo tem o poder de tirar a dor de qualquer machucado. E ela acredita. E realmente funciona. Então, tenho certeza de que é tudo verdade. Se for pra acreditar em uma lenda, que seja essa.  

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