Motorista que salvou passageiros de ônibus chora ao lembrar de criança que foi levada pela enxurrada
Carlos Alberto Nascimento fez um vídeo para lamentar o ocorrido e se emociona ao lembrar da cena do menino sendo arrastado
Resumo da Notícia
- Motoristas dos ônibus levados por enxurrada, choram ao lembrar do ocorrido
- Carlos Nascimento se emociona ao lembrar de menino sendo empurrado
- O caso aconteceu na última terça-feira, 15 de fevereiro
Carlos Alberto Nascimento, um dos motoristas que ajudou os passageiros que estavam em ônibus arrastados pela enxurrada em Petrópolis, se emociona ao lembrar do momento durante entrevista ao g1.
Enquanto relatava o momento em vídeo, ele chorou ao lembrar do menino que foi levado pela lama, na última terça-feira, 15 de fevereiro. “Eu só queria salvar todo mundo. Só isso”, desabafou ele.
“Eu não sei quem é o pai daquele menino, que eu não consegui pegar, mas ele pode tá certo que a dor que ele tá sentindo, eu estou sentindo, eu também tenho filho! Só quero que Deus conforte muito, muito ele, porque aquela criança era tudo que eu queria ter segurado, e não consegui”, disse ele.
“O rio ainda estava sob controle, sem jogar água na pista. Estávamos seguindo itinerário para o bairro, porém, alguns metros à frente, após a UPA, veio uma onda em direção aos coletivos. Como recomendado, paramos os ônibus na pista, para deixar a água baixar e seguir viagem. Com o impacto da queda, a força da água balançou o ônibus, fazendo com que os veículos começassem a ser arrastados”, acrescentou Carlos.
Quando o veículo já estava em estado de alerta, eles conseguiram agir rápido para ajudar as outras pessoas. “Lançaram cordas em nossa direção, que foram amarradas nos ônibus e em portões, colunas e poste da via, sendo possível começar a fazer o resgate dos passageiros, com a ajuda das pessoas do condomínio, a quem somos extremamente gratos”, disseram.
Uma das vítimas é a estudante de fisioterapia, Yasmin, de 20 anos, única filha de Kátia e considerada pela família como uma ‘menina aplicada, alegre’.
“Gestação, nascimento, primeiro banho, os 15 anos, agora estava estudando, era carinhosa, meiga sorridente, muito feliz, muito família. É um doce de menina, acolhedora, nossa princesa”, lamentou uma das tias de Yasmin, Kátia Ramos. Uma outra tia que estava presente no enterro da jovem também fez um desabafo ao portal do G1.
“É por isso que a gente fala, aproveite enquanto você tem seu familiar, enquanto você está perto, porque a morte infelizmente chega em um estalar de dedos. Ela era filha única para ter noção como a mãe dela está. “, contou Silvia Ramos. O Corpo de Bombeiros confirmou mais de 100 mortes na tragédia.