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Mulher engravida meses antes de tratamento que a deixaria infértil

Mulher adia quimioterapia para viajar com o marido e consegue engravidar antes do tratamento - reprodução Daily Mail
reprodução Daily Mail

Publicado em 14/04/2021, às 12h08 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


Carly Beasley, de 33 anos, decidiu adiar a primeira quimioterapia depois de descobrir um tumor cerebral. O motivo: ela queria viajar pelo mundo com o marido, Kris, de 34, antes de começar o tratamento.  A mulher foi receitada às quimioterapias depois de remover um tumor cerebral incurável de crescimento lento, chamado oligodendroglioma. Poucos meses antes de começar o tratamento, que atrapalharia os sonhos do casal de ter filhos, devido aos efeitos colaterais, Carly acabou engravidando naturalmente.

Mulher adia quimioterapia para viajar com o marido e consegue engravidar antes do tratamento (Foto: reprodução Daily Mail)

A mulher já havia dito que gostaria de ter um bebê antes que o tratamento a impossibilitasse de seguir o sonho. Em entrevista ao portal Daily Mail ela contou que, se o casal tivesse esperado mais alguns meses, eles teriam que se submeter à fertilização in vitro no futuro. O nascimento do bebê está previsto para setembro e, atualmente, a mãe está esperando pelo resultado de alguns exames para ver se a segunda rodada de cirurgias e quimioterapias podem esperar até o nascimento do filho.

“Não consigo colocar em palavras o quanto significa para mim ser capaz de ter meu filho. Estou me sentindo estranhamente honrada por poder conceber de forma natural. Seria questão de meses até eu começar a quimioterapia, o que traria a necessidade de fazermos uma fertilização in vitro. Foi a única chance que eu tive e eu pensei: ‘Se for para acontecer, vai acontecer’. Hoje, me sinto muito sortuda”, disse ela.

O diagnóstico

Carly se casou com Kris em julho de 2017 e apenas dois meses depois da cerimônia, ela sofreu uma terrível convulsão e foi diagnosticada com um tumor cerebral incurável. Ela explicou que acordou no meio da noite e foi ao banheiro, mas não se lembra de nada do que aconteceu enquanto ela teve a convulsão.

Carly descobriu o câncer logo após o casamento (Foto: reprodução Mirror)

“Acordei por volta da 1h30 e senti como se tivesse acabado de ter um pesadelo horrível de tanto medo. Então, decidi me levantar e ir ao banheiro, mas isso é a última coisa que eu me lembro.  Kris me disse que eu voltei para o quarto e bati na estrutura da cama, o que o acordou. Ele pensou que eu estava sonambulando. Então eu gritei bem alto e caí no chão, espumando pela boca e meu corpo tremendo”, contou ela. O marido, que tem treinamento de primeiro socorros, colocou a esposa em posição de recuperação e chamou a emergência, que rapidamente a levou para um hospital mais próximo, onde ela fez alguns exames.

Os exames de sangue não mostraram nenhum problema e Carly foi mandada para casa às 5 da manhã. Como de praxe, os médicos agendaram uma ressonância magnética para tentar entender o que estava acontecendo com ela.  A ressonância magnética revelou, em outubro de 2017, que Carly tinha um grande tumor cerebral.

“Quando eu estava fazendo o exame, apenas senti que algo estava errado. Mesmo assim, foi um choque enorme. Antes da convulsão eu não tinha absolutamente nenhum outro sintoma, me sentia completamente bem” , continuou ela.  O tumor de Carly pressionava a parte do cérebro responsável pela fala, movimento e emoção, o que explicava por que ela acordou com uma sensação de pavor antes da convulsão. Ela foi informada, então, de que teria que passar por uma operação para remover o tumor.

Antes do diagnóstico de Carly, o casal planejava partir em lua de mel para a África do Sul, seguido de um retiro nas Ilhas Maurício em novembro. Os médicos, então, deram à ela a permissão de fazer a viagem, já que a primeira data para a operação seria apenas em janeiro de 2018. O casal, porém, decidiu ir para Dubai em fez de África do Sul, porque estavam preocupados com a possibilidade de Carly ter uma convulsão durante o safári.

“Era exatamente o que precisávamos naquele momento, poder relaxar e descontrair. O tumor e a operação estavam brincando com minha mente, mas eu ainda era capaz de me divertir muito com meu marido e fazer algumas memórias incríveis”, contou ela.

Em janeiro de 2018, Carly fez a primeira cirurgia no Hospital Southmead de Bristol, onde 90% do tumor foi removido em uma operação exaustiva de 14 horas. “Eu estava assustada antes de entrar, mas estava determinada a me livrar do tumor. Meu cirurgião disse que foi uma das cirurgias cerebrais mais longas que ele já realizou. Assim que me abriram e começaram a operar, perceberam que o tumor ia muito mais longe do que pensavam. Ele se estendia até atrás da minha orelha esquerda e, como não era uma massa sólida, era muito mais difícil de operar”, explicou a mãe. Os médicos removeram o máximo que puderem, mas pararam após 14 horas de cirurgia por medo de causar danos permanentes ao cérebro de Carly.

Nos primeiros dias após a cirurgia, Carly não conseguiu falar nada e, conforme começou a recuperar a fala, passou a confundir algumas palavras. Apesar disso, ela conseguiu se recuperar rapidamente após a operação. Os médicos, enquanto isso, fizeram alguns exames com o tumor e descobrira, que se tratava de um caso raro, chamado oligodendroglioma. De acordo com o Cancer Research UK, cerca de 3 em cada 100 tumores cerebrais diagnosticados na Inglaterra entre 2006 e 2010 eram oligodendrogliomas.

Foi então que, em março de 2018, os médicos deram a Carly a triste notícia de que ela poderia ter apenas mais 14 anos de vida, mesmo com os tratamentos e esforços da equipe. “Os tratamentos ajudarão a interromper o crescimento do tumor e destruir todas as células duvidosas que não possam ser removidas – mas, em última análise, é incurável e pode começar a crescer mais rapidamente ou se espalhar a qualquer momento. Só tenho três opções de tratamento disponíveis – mais cirurgia, radioterapia e quimioterapia. E, como a radioterapia é tão intensa no cérebro, só poderei tomar uma dose forte dela, mesmo que o tumor fique mais agressivo no futuro”, continuou ela, explicando.

Apesar do cenário complicado, Carly contou que está tentando se manter otimista. “Estou tentando me concentrar nos aspectos positivos e o cuidado que recebi durante todo o tempo tem sido incrível”, completou. A mãe disse que pretende viver a vida ‘ao máximo’ enquanto ainda se sente bem. Por isso, ela e o marido decidiram viajar por aí. Os dois já visitaram Barbados, Maldivas e Sri Lanka no tempo em que os médicos a liberaram do tratamento.

A gestação

Em janeiro de 2020, o casal finalmente conseguiu realizar o sonho de lua de mel de visitar a África do Sul. Em agosto do mesmo ano, no entanto, o mundo precisou entrar em isolamento social, devido à pandemia de covid-19, e os médicos também a alertaram, dizendo que era a hora de começar o tratamento.

Mulher engravida meses antes de tratamento que a deixaria infértil (Fotos: reprodução Daily Mail)

Carly passou por outra operação e foi informada de que ela precisaria de radioterapia e quimioterapia após a cirurgia, o que a deixaria incapaz de engravidar naturalmente – então ela precisaria colher os óvulos e fazer um tratamento de fertilização in vitro para engravidar.

Ela e o marido estavam tentando engravidar desde que casaram, mas ainda não tinham conseguido. “Durante todo o processo, os médicos me perguntaram se eu queria começar uma família. Quando fui diagnosticado pela primeira vez, eu sabia que sim, mas simplesmente não me sentia pronta imediatamente e não queria me apressar. Estávamos tentando ter um bebê no ano passado, mas não tinha acontecido – então, em novembro, decidi ir em frente com a cirurgia. Não queria esperar mais e, se fosse para ter um filho naturalmente, isso aconteceria”, disse ela.

No ano novo de 2020 para 2021, o casal descobriu que estavam a espera do primeiro filho. “Foi a melhor maneira de começar 2021. Quando vi o resultado do teste de gravidez, fiquei muito feliz e radiante – não parecia muito real”, disse ela, emocionada.

Os médicos disseram que era possível operá-la, apesar da gravidez, mas Carly está esperando por uma ressonância magnética que fará em julho para ver se a cirurgia pode esperar até a data prevista para o parto do filho, marcado para 4 de setembro. Atualmente a mãe e o bebê estão bem e à espera dos próximos passos.


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