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Mulher perdeu filho e após, foi vítima de racismo em bairro nobre de SP: “Tentando me reconstruir”

Eliane foi agredida verbalmente e fisicamente - Reprodução/ Arquivo Pessoal
Reprodução/ Arquivo Pessoal

Publicado em 04/04/2022, às 15h58 - Atualizado em 06/04/2022, às 12h27 por Redação Pais&Filhos


Eliane Aparecida Pereira de Paula, de 42 anos,  sofreu racismo em prédio da região nobre de São Paulo. Em outubro de 2021, a mulher que é cozinheira sofreu um trauma, onde foi agredida verbalmente e fisicamente. Ela esperava um motorista de aplicativo na rua Oscar Freire, em frente ao prédio onde trabalhava, quando uma moradora gritou “negra esquisita” e em seguida, agrediu Eliane com joelhadas e socos.

As imagens só foram divulgadas cinco meses depois, no dia 1 de abril, sexta-feira. No vídeo, a cozinheira fala que avisou a mulher, Patrícia Brito Debatin, que racismo era crime, mas mesmo assim, ela foi para cima de Eliane. A mulher disse que não era só pelo racismo, mas, porque palavras machucam.

“Quando decidi falar com ela, eu não tinha esse sentimento de dizer ‘chega’, eu queria dizer que eu não poderia passar por aquilo. Perdi meu filho recentemente e só queria evitar mais aquela dor. Eu não tinha condições” falou a cozinheira em entrevista a Universa.

A mulher perdeu um filho de 22 anos no dia 29 de dezembro de 2020, em um acidente de trânsito. O garoto estava em uma moto, quando um motorista embriagado, atingiu o jovem. Após a morte dele, tentei voltar a me reconstruir. Todos dias, eu acordo pelos meus outros dois filhos. Tenho um propósito de vida, todos os dias junto forças para estar de pé, junto muitas energias para fazer os pratos que faço com amor. Então, eu não tinha condições para lidar com mais aquilo” continuou Elaine.

Eliane foi agredida verbalmente e fisicamente
Eliane foi agredida verbalmente e fisicamente (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

A agressão só chegou ao fim, após o zelador do condomínio interferir. “Quando ela vê que chegaram muitas pessoas, tentar contornar a situação. Fala que não fez nada e me pede desculpas. Mas naquele momento, eu já não conseguia mais ouvir a voz dela, era como se fossem facadas e eu pedi para ela sair dali” relatou. Eliane abriu um boletim de ocorrência e seguiu para fazer exame de corpo de delito.

Ela contou que tem traumas até hoje. A cozinheira só entra nos prédios acompanhada pelos clientes e não se sente a vontade de andar sozinha pelo condomínio. “Sinto muita dificuldade. Eu ainda estava tentando me reconstruir de outro trauma”, disse ela sobre o outro trauma que teve, a perda do filho de 22 anos.

Após 2 dias do crime, Eliane pediu as imagens da câmera de segurança do local, mas elas só poderiam ser concedidas para moradores ou com um pedido judicial. No dia 17 de novembro,  Theodoro Balducci, o advogado, entregou no condomínio uma notificação extrajudicial. As imagens foram recebidas no último dia 23.

Na quinta-feira, 31 de março, o advogado recorreu com uma representação criminal por lesão corporal, que tem pena de três meses a um ano, e também de injúria racial, com três meses de sentença. No dia 1 de abril, a polícia abriu um inquérito para investigar as agressões.

“Espero que o Judiciário faça um trabalho bem feito para que a sociedade seja educada. Palavras não convencem, mas exemplos, sim. Que o judiciário venha dar exemplo, independentemente do posicionamento financeiro das pessoas envolvidas. Quero receber um tratamento igual e digno” disse Elaine após continuidade do caso.

Por fim, ela falou sobre o diálogo como forma de educação. “Ninguém nasce racista, as pessoas nascem em uma cultura racista e têm esse tipo de comportamento. Mas o bem é maioria. Acredito na transformação das pessoas”.

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