Mulher procura por irmã e mãe soterradas na tragédia em Petrópolis: “Vontade de desenterrar com minhas mãos”
As chuvas da última terça-feira deixaram uma centena de mortos e pelo menos 35 desaparecidos
Resumo da Notícia
- Sofia Sorgini conversou com a mãe e a irmã minutos antes da tragédia em Petrópolis
- As chuvas deixaram mais de 100 pessoas mortas e pelo menos 35 desaparecidas
- Os bombeiros retomam as atividades hoje
Sofia Sorgini, 26, conversou com a mãe e a irmã alguns minutos depois de serem soterradas na lama, após as grandes chuvas em Petrópolis na última terça-feira. A consultora percebeu que Maria Bernadete Sorgini, de 61 anos, e Olga Sorgini Cortesi, de 27 não estavam mais respondendo as mensagens.
A casa da família foi soterrada pela enxurrada de lama. Nesta quinta-feira, bombeiros retomam buscas por vítimas, o total de mortes passa de 100. “Conversei com minha irmã às 18h22, justamente sobre a chuva. Às 18h33 a Olga disse que estava tudo bem, mas tinha entrado um pouco de água na cozinha. Às 18h44 eu mandei outra mensagem e ela já não me respondeu mais”, disse Sofia ao jornal O Globo.
A casa da família ficava na Rua Jacinto Rabelo, na Vila Felipe. O imóvel foi devastado pelo temporal. Sofia conseguiu falar apenas com tios que moravam em outras residências situadas no mesmo terreno. Os parentes foram encarregados de informar que a casa de Sofia tinha sido destruída pela força da enxurrada. Os bombeiros estiveram na casa da família na última quarta-feira, porém sem sucesso de encontrar a mãe e a irmã da mulher.
“A vontade do meu coração é ir para lá desenterrar com minhas próprias mãos, mas sei que não vou conseguir isso. Os bombeiros são mais capacitados para isso, então o melhor que faço é ficar aqui [em São Paulo] e tentar ajudar como eu posso”, finalizou Sofia.
Sofia compartilhou as informações de sua mãe e irmã em um perfil de Instagram criado para ajudar nas buscas por informações das vítimas, o “Desaparecidos Petrópolis” (@desaparecidospetropolis). A página, criada na tarde desta quarta-feira, já tem mais de 6,8 mil seguidores e se apresenta como um perfil voluntário dedicado a divulgar referências para contato de pessoas desaparecidas nas chuvas. De acordo com o Ministério Público do Rio, já foram cadastradas 35 pessoas desaparecidas em razão dos deslizamentos na região.