Publicado em 23/11/2021, às 06h41 - Atualizado às 09h50 por Redação Pais&Filhos
A Nasa criou uma missão teste especial, que visa criar uma defesa para um possível ataque de asteroides no futuro. Os testes irão mostrar como seria o dano causado, e quais medidas podemos tomar como defesa. A missão DART, ou Missão de Teste de Redirecionamento de Asteroide Binário (tradução do inglês), será lançada pela Agência Espacial Americana nesta quarta-feira.
A sonda da agência espacial, prevista para partir às 2h21 da madrugada da Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia, Estados Unidos, começará uma viagem a bordo do foguete Falcon 9 da SpaceX até um sistema binário: o alvo é a lua Dimorphos, que orbita o asteroide Didymos.
Segundo o professor de astronomia, Thiago Signorini Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao G1, o destino escolhido é apenas uma “questão de conveniência”. “É um asteroide que fica relativamente próximo à Terra. Como o objetivo da missão é, em particular, testar a possibilidade de efetivamente desviar a órbita de um asteroide, é importante poder acompanhar a órbita posterior. Se fosse um asteroide muito distante, seria difícil fazer este acompanhamento”, explica.
Felizmente essa missão teste não terá riscos para nós, pois são dois corpos diferentes: o maior, com o tamanho mais ou menos de um prédio de 100 andares, e o menor, de 40 andares. Segundo Gonçalves, o tamanho da Dimorphos é até comum para asteroides encontrados no nosso Sistema Solar, mas, ao mesmo tempo, poderia causar um grande estrago se realmente estivesse em rota com a Terra.
“É uma oportunidade boa de conseguir acompanhar o efeito de um objeto que seria efetivamente o alvo de uma missão caso isso fosse realmente necessário, se a gente tivesse que desviar um asteroide”, disse. Segundo os especialistas na Nasa não existe chance de colisão com a Terra, porém essa ação poderá criar a primeira chuva de meteoros feita pelo homem.
“A colisão deve gerar uma cratera de aproximadamente 10 metros nesse segundo componente do sistema binário, no asteroide menor, e esse material vai ser levantado. É possível que isso gere uma nova chuva de meteoros que poderá ser vista da Terra”, explicou o astrônomo.
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