Publicado em 21/03/2022, às 09h09 - Atualizado às 11h27 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
Joel de Oliveira Júnior perdeu o filho de 2 anos para o câncer infantil e, desde então, vem trabalhando para ajudar outras famílias que recebem o diagnóstico. Depois que ficou sabendo do câncer do filho, Joel logo percebeu uma falha nos tratamentos oncológicos no Brasil: o acompanhamento dos pacientes. Afinal, tão importante quanto o diagnóstico, é monitorar de perto a rotina dessa criança, para evitar que o quadro piore ou se agrave. E não é sempre que os médicos podem estar com as crianças. Foi justamente pensando nisso que ele decidiu criar um sistema capaz de monitorar evolução de câncer infantil. A ideia foi criar uma tecnologia que continue de olho nos pacientes mesmo quando eles não estão no hospital ou acompanhados de um médico.
A solução tecnológica veio para ajudar a diminuir a taxa de mortalidade de crianças com câncer. Para isso, ele desenvolveu um sistema completo com um dispositivo, aplicativos e painel, que monitoram os sinais vitais da criança a cada 5 minutos, possibilitando que uma ação seja tomada quase que imediatamente ao ser detectada a intercorrência. Com isso, é possível tratá-las mais rapidamente, evitando que o estado da criança se torne mais crítico, aumentando assim a taxa de sucesso nos tratamentos.
Tudo começou depois de um sonho. “Eu estava em busca de maneiras de poder ajudar ao hospital que cuidou do meu filho que faleceu em 2013. O sonho aconteceu há 4 anos (2018). Descrevi o sonho no papel e fui falar com o médico que havia cuidado do meu filho, e ele disse: “Joel se conseguir realizar isso, irá salvar muitas vidas.” Decidi então deixar minha carreira como diretor de uma multinacional americana e junto com um sócio comecei a me dedicar à Luckie Tech”, relembra, em entrevista à Pais&Filhos.
Aos poucos, o sonho foi se materializando e, hoje, o equipamento está em fase de testes. “É um serviço que utiliza uma somatória de tecnologias presentes em um wearable (dispositivo) que capta os sinais vitais de crianças em tratamento de câncer. Esses sinais são enviados a um sistema de nuvem que envia aos pais, aos médicos, enfermeiros e também a um sistema de dashboard (tela) no hospital para monitorar esses pacientes a partir do diagnóstico. Além dos sinais vitais, o dispositivo também informa a localização da criança em tempo real. Isso tudo é importante porque toda pessoa em tratamento de câncer tem uma baixa muito grande de imunidade, deixando-as vulneráveis a qualquer doença. Ao primeiro sinal de alerta – a partir deste acompanhamento constante – é possível agir rápido e acionar a equipe médica, e se a criança tiver que ir ao hospital o fará no menor tempo possível”, explica ele.
Por enquanto, algumas crianças já estão utilizando o equipamento. A empresa, agora, está em contato com hospitais em Belo Horizonte e Fortaleza para tentar aplicar o sistema e realizar um estudo clínico mais aprofundado. O sistema, quando for completamente disponibilizado, não será vendido para as famílias, mas sim para hospitais e redes de saúde.
Além de ajudar no tratamento precoce de algumas doenças e sintomas que podem vir a aparecer e aumentar o conforto e segurança tanto da criança quanto dos pais, Joel aponta que o sistema também conta com benefícios econômicos. “O custo médio de uma criança em tratamento de câncer no Brasil é de R$ 30 mil por mês. De 30 a 60% desse custo são internações de UTI. Quando conseguimos intervir rapidamente no tratamento do paciente antes de se tornar um caso muito mais grave, é possível evitar que o paciente vá pra UTI, com isso conseguimos diminuir os custos gerais do tratamento”, ressalta.
Para ele, tudo diz respeito a ajudar outras famílias, algo que considera tão importante. “Tenho certeza que se meu filho não tivesse partido eu não teria forças para chegar onde chegamos. Eu me desfiz de quase tudo que eu havia construído na vida para fazer a tecnologia usada no dispositivo funcionar, Isso até o momento sem investimentos. Meus outros filhos Victor, de 12 anos, e Arthur, de 8, me dão forças e são alguns dos maiores incentivadores da tecnologia para salvar as crianças com câncer. Eles sabem de cor o que fazemos, isso é realmente espetacular, e estou muito feliz com tudo que estamos conquistando”, finaliza.
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