Pais desabafam sobre dificuldade em aceitar autismo de filho: ‘Ele é quem deveria ser’

Ellen Hunt é mãe de Beckham, de 5 anos, que foi diagnosticado com autismo depois de uma longa batalha de aceitamento dos pais. Por alguns anos, apesar dos sinais que ficavam cada vez mais fortes, pai e mãe tentavam se convencer de que o menino só tinha alguns atrasos, talvez por ‘ser o primeiro filho’, conforme o casal relatou para o portal Love What Matters. Tudo começou quando Beckham tinha 18 meses e Ellen estava usando um aplicativo para bebês.

“Tudo estava maravilhoso [com Beckham] até que verifiquei minhas notificações de um aplicativo que baixei durante a gravidez (…) Abri o aplicativo e encontrei uma mensagem, ‘Viva! Seu bebê tem 18 meses! Estas são as coisas que seu filho deve ser capaz de fazer agora! ‘Conforme eu li a lista de marcos que meu bebê deveria passar, comecei a perceber que meu filho não estava fazendo consistentemente pelo menos metade das coisas que este aplicativo em particular dizia que ele deveria. Essa foi a minha primeira indicação de que algo não estava certo”, relatou a mãe.

A primeira vez que a palavra ‘autista’ foi usada para descrever Beckham foi quando ele tinha dois anos e estava no pediatra. “O médico me pediu para preencher um questionário sobre suas capacidades. Conforme preenchia o papel, comecei a ficar apreensivo, metade das minhas respostas eram ‘não’”, disse a americana. “Ele então mencionou a palavra ‘A’. Autismo não era algo em que eu estava pronta para pensar”, completou ela.

Conforme os meses foram passando e as terapias continuaram, o autismo tornou-se cada vez mais perceptível, mas os pais ainda não queriam acreditar. Principalmente o marido de Ellen, pai de Beckham, insistia que o menino iria aprender todas as habilidades normais de uma criança, tudo no seu tempo. Até que o diagnóstico não pode mais ser adiado.

“Meu marido simplesmente não queria ver. Finalmente, eu não aguentava mais, apenas gritei: ‘Qual é o seu problema!’ Foi quando meu marido se sentou e começou a chorar e disse: ‘Eu só não quero que ninguém o machuque’”, descreveu a mãe.

“Daquele momento em diante, nos tornamos defensores. Enfrentamos nossa realidade e colocamos tudo aos nossos pés, e fomos capazes de aceitar nossas circunstâncias. Somos pessoas espirituais e sabemos que nosso filho foi feito para ser exatamente quem ele é, e nós fomos criados para ser seus pais. Ele é incrível. Ele é quem deveria ser”, afirma Ellen.

O pai de Beckham também desabafou sobre a situação de aceitar a condição do filho e dar o máximo de suporte para a criança. “Nossos dias nem sempre são fáceis. Ainda tenho momentos em que choro, em que me sinto inseguro e incapaz de ser o melhor pai para meu filho. Qualquer pai que esteja passando por uma situação semelhante à nossa, eu ofereço estas palavras. Deixe-se sentir. Não há problema em ficar com medo e não há problema em ficar triste”, aconselhou ele.

Os pais hoje também tem outra filha, a irmã caçula de Beckham. O autismo do filho uniu ainda mais a família, que se enche de esperança para os dias que virão. “Eu costumava ter medo de imaginar seu futuro. Meus pensamentos estavam preenchidos com o que ele iria lutar, mas agora estou tão ansioso para ver como ele mudará o mundo e todas as coisas incríveis que ele fará”, afirma o pai.

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