Publicado em 14/04/2021, às 14h57 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
Quando o assunto é corrigir algo de errado que a criança fez, uma coisa é certa: palmada não é uma opção. Um estudo feito pela Universidade de Harvard revelou que bater no seu filho pode afetar o desenvolvimento do cérebro dele. Para essa conclusão, os pesquisadores analisaram os efeitos dos castigos corporais no cérebro de 147 crianças.
A descoberta é impactante: bater em crianças pode ter um efeito negativo no desenvolvimento cerebral delas de maneira semelhante à “formas mais graves de violência e maus-tratos”. Como consequência, isso afeta a capacidade de tomar decisões e assimilar situações.
O estudo mostrou que crianças que levaram palmadas tiveram um maior número de respostas cerebrais em várias regiões do córtex pré-frontal, inclusive nas que fazem parte da “rede de saliência”, que responde aos sinais de um ambiente que tendem a ter consequências como ameaças – e tudo isso afeta o poder de tomar decisões da criança.
Um porta-voz da Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças, localizada no Reino Unido, comentou sobre a pesquisa: “Há evidências claras de que o castigo físico prejudica o bem-estar das crianças e está relacionado a resultados piores na infância e na idade adulta”. “Nós encorajamos os pais a usarem métodos alternativos para ensinar aos filhos a diferença entre o certo e o errado, com uma abordagem positiva dos pais, como estabelecer limites claros e consistentes”, declarou.
O novo estudo de Harvard se baseou em estudos já existentes que mostram como a atividade cerebral de crianças que sofreram abusos reage em resposta a sinais de ameaças. “Sabemos que crianças cujas famílias usam castigos corporais têm maior probabilidade de desenvolver ansiedade, depressão, problemas comportamentais e outros tipos de problemas relacionados à saúde mental, mas muitas pessoas não consideram palmadas como uma forma de violência”, explica a autora do estudo, Katie A. McLaughlin, do Departamento de Psicologia de Harvard.
A ideia do estudo era descobrir também se as palmadas poderiam causar danos em níveis neurobiológicos, ou seja, em como o cérebro está se desenvolvendo. Para realizar essa pesquisa, McLaughlin analisou um outro grande estudo, realizado com crianças de 3 a 11 anos. Para sua própria investigação, ela analisou 147 crianças de 10 e 11 anos que tinham apanhado dos pais, além de excluir as que também haviam sofrido com formas mais graves de violência.
As crianças que participaram do estudo foram analisadas em um aparelho de ressonância magnética enquanto assistiam vídeos de atores fazendo diversos tipos de expressão facial, dentre elas “assustadas” e “neutras”. A máquina capturou as atividades cerebrais que elas davam como resposta para cada tipo de rosto. Essas imagens foram analisadas para determinar se havia um padrão diferente na reação das crianças que apanharam do que a das que não sofreram com castigos corporais.
“Em média, em toda a amostra, rostos assustados provocaram maior ativação do que rostos neutros em muitas regiões do cérebro”, os pesquisadores explicaram em seu artigo, publicado na revista Child Development. “Crianças que foram espancadas demonstraram maior ativação em várias regiões do córtex pré-frontal por medo em relação a rostos neutros do que crianças que nunca foram espancadas”.
Já foi comprovado que punição física está ligada ao desenvolvimento de problemas de comportamento, ansiedade, depressão e dependência do uso de substâncias – mas é a primeira vez que um estudo analisa (e comprova) que bater em crianças afeta também o desenvolvimento neurobiológico do cérebro. “Embora ainda não possamos categorizar a palmada como uma forma de violência, está claro que o cérebro de uma criança reage à elas da mesma maneira que a outras formas mais graves de violência”.
“Esperamos que essa descoberta encoraje famílias a não baterem em seus filhos e que o estudo abra os olhos das pessoas para as consequências negativas que um castigo corporal traz para uma criança de uma maneira que ainda não tinham levado em consideração”, os cientistas comentaram.
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