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Pequenas coisas que você pode fazer pelo seu filho para que a adolescência dele seja tranquila

A forma na qual você educa ele quando criança influencia na adolescência - Getty Images
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Publicado em 12/11/2020, às 15h06 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


Basta falar em adolescência para causar calafrios na maioria dos pais. A fase costuma vir acompanhada de vários estereótipos. “Adolescentes são complicados”. “Eles são difíceis de lidar”, entre tantos outros. Para Kenneth Ginsburg, M.D., pediatra e codiretor do Centro de Comunicação de Pais e Adolescentes do Instituto de Pesquisa do Hospital Infantil da Filadélfia, nos EUA, esse estereótipo é, na verdade, um desserviço a todos. “Se as crianças continuarem a ouvir que vão se transformar em monstros quando chegarem à adolescência, vão pensar que precisam se comportar mal para serem normais”, pontua. “Precisamos mudar nossa visão e pensar sobre a adolescência de uma forma mais positiva e útil”, aconselha ele.

A forma na qual você educa ele quando criança influencia na adolescência (Foto: Getty Images)

Mas nem tudo está perdido! Felizmente, o relacionamento que você tem com seu filho hoje, enquanto ele é pequeno, prepara o terreno para o comportamento dele no futuro. Stephanie Carlson, Ph.D., professora do Instituto de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Minnesota em Minneapolis, aconselha pensar na maternidademais ou menos da mesma forma que pensaria em uma carteira de investimentos.  “Quando você passa tempo com seu filho de 2 anos, está construindo e cultivando os ativos de desenvolvimento que darão o melhor retorno de dez anos aos 12 anos – ou até mesmo em longo prazo, aos 22 anos”, aponta.

Para que você consiga aproveitar melhor a fase atual do seu filho e construir uma boa estrutura para uma adolescência tranquila, veja essas dicas:

1. Crie uma hierarquia de regras

Crianças pequenas geralmente presumem que quando a mãe ou o pai pede para fazer algo, eles devem fazer (mesmo que não queiram). Os adolescentes, no entanto, estão construindo a própria independência, logo, o trabalho deles é questionar e frequentemente rejeitar os pedidos e ideias dos pais. Não há nada de errado nisso, mas existem algumas coisas que são obrigatórias (ou deveriam ser) e ajudam seu filho a ficar na linha e não ultrapassar a barreira do desrespeito. A primeira delas é estabelecer que algumas regras e atividades simplesmente não estão em debate.

Quando seus filhos forem pequenos, explique que questões de saúde e segurança não são negociáveis. Seu filho tem que andar na cadeirinha quando estiver no carro, lavar as mãos e tomar vacinas. Mas outros tópicos devem ser abertos à discussão. Se seu filho quiser usar shorts em vez de calças para ir a festa de aniversário de um familiar, por exemplo, você deve conversar sobre isso. Em vez de exigir que ele coloque as calças, explique sua posição – “a calça é mais social e adequada para o evento” ou “vai fazer frio hoje”, por exemplo. E deixe que ele explique o lado dele – “eu acho o shorts mais bonito”. Isso mostra às crianças que as opiniões dela importam.

Quando se tornam adolescentes, esse sistema se torna ainda mais importante. Isso faz com que eles saibam que, em outros assuntos, você está aberta para ouvi-los. Seu filho quer ter cabelo rosa e você não gostou da ideia? Você poderá expor sua preocupação de maneira confortável. Eles aprenderam que nas conversas com você a voz deles conta e isso é algo que todo adolescente deseja.

2. Saiba que sua opinião importa

Os relatos de outros pais e pressões constantes são tão comuns que é fácil presumir que aconteça o mesmo com seu filho. Mas o Dr. Ginsburg assegura que não é bem assim que as coisas funcionam.  “O que os adolescentes querem mais do que tudo é pelo menos um adulto que acredite neles incondicionalmente, mas os mantenha em padrões elevados”, diz ele. “Eles nos ouvem e se preocupam com o que pensamos e dizemos”, assegura.

Você pode começar a ser o tipo de adulto de que seu futuro adolescente precisa agora. O amor incondicional que você sente pelo seu filho nunca precisa mudar. Quando eles fizerem algo errado à medida que envelhecem, diga a eles que você está aqui para ajudá-los a fazer melhor. A mensagem é: as crianças internalizam o que você diz a eles. Nunca subestime o grande papel que você desempenha na mente deles e como você pode usar isso para o bem.

Crianças pequenas costumam ficar maravilhadas quando começam a fazer amigos e a descobrir mundos além dos pais, mas isso não significa que você foi substituído. Portanto, faça questão de que ele entenda sua opinião. Se um dos colegas de classe do seu filho disser: “Não brincamos com meninas”, diga ao seu filho que você acha que é muito melhor que todos brinquem juntos. Quando as crianças chegam à adolescência, começam a avaliar quais opiniões significam mais para eles, classificando-as em prioridade da mesma forma que os adultos. Se você mostrou ao seu filho que acredita nele e espera que ele enfrente desafios, pode apostar que sua voz estará no topo dessa lista de fontes confiáveis.

Sempre mantenha uma caixa de dialogo aberta (Foto: Getty Images)

3. Ajude-os a lidar com a ansiedade

A forma na qual você interage com as crianças agora pode realmente dar-lhes ferramentas para lidar com o estresse no futuro. Em um estudo de longo prazo, Kristin A. Buss, Ph.D., chefe do departamento de psicologia da Penn State, mostrou situações novas para crianças de 2 anos, entre elas um show de marionetes e uma aranha de controle remoto. Feito isso, ela captou a reação dessas crianças. Tempos mais tarde, descobriu-se que aqueles que ficaram com medo ao ver essas situações correram mais risco de sofrer com a ansiedade quando adolescente.

Se seu filho está entre aqueles que choraria ou ficaria com medo nessas situações, sua reação natural pode ser afastá-lo desses “perigos”. Mas ser muito protetor, diz o Dr. Buss, pode criar “uma trajetória de mais ansiedade, não menos”, porque seu filho recebe a mensagem de que não consegue enfrentar sozinho. Em vez disso, ajude a acalmá-los, incentivando-os a enfrentar a situação sozinhos. Essas intervenções iniciais podem dar às crianças coragem extra enquanto enfrentam o que o Dr. Buss chama de “o pico de ansiedade da adolescência”. Sejamos sinceros, a sétima série pode não ser o melhor ano da vida de uma criança, mas se eles aprendem a lidar com a ansiedade desde pequenas, têm uma chance melhor de fazer uma transição suave para a adolescência.

4. Incentive uma perspectiva positiva

Os adolescentes podem parecer excessivamente dramáticos, com cada situação tratada como o fim do mundo. Mas as crianças que têm prática em obter uma perspectiva positiva das coisas são melhores em ignorar pequenos problemas. Susan McCartan, mãe de duas filhas em Scottsdale, Arizona, EUA, jogava o que chamava de “alto e baixo” quando as meninas eram pequenas, incentivando cada uma delas a descrever a melhor e a pior parte do dia. Agora que elas têm 16 e 18 anos, McCartan acredita que o exercício as ajudou a se sentirem mais à vontade para falar sobre decepções, mas também reconhecer os aspectos positivos do dia-a-dia.

As crianças reagem bem se você ouvir com atenção quando eles reclamam, reconhecer o problema e ajudá-los a encontrar uma solução. Seu filho de 5 anos quer desenhar um oceano e você só tem um lápis laranja? Você pode simpatizar com a frustração dele, mas depois apontar as boas novas: eles podem desenhar os peixes que nadam no oceano! Se as crianças adquirem o hábito de ver desde cedo os muitos lados de um problema, têm mais chance de lidar com os traumas da adolescência com um pouco de perspectiva.

5. Seja paciente

As crianças constroem novas conexões neurológicas em um ritmo surpreendente, mas a Dra. Carlson aponta que o tempo que leva para um sinal passar por um desses neurônios é dramaticamente mais lento em crianças do que em adultos. Se você quer dar aos seus filhos um senso de autonomia, algo que será crucial na adolescência, você precisa deixá-los seguir seu próprio ritmo, mesmo que pareça extremamente lento para você. “Perceba que as crianças levam muito tempo para processar informações e tente não apressá-los o tempo todo”, ela aconselha. Sim, você está com pressa para entrar no carro, mas é muito importante para seu filho que calce os sapatos com calma antes. Deixe-os fazer isso, mesmo que demore o triplo do tempo.

Fazer isso estimula seu filho a parar e pensar antes de tomar qualquer decisão, o que o ajudará a fugir de encrencas na adolescência, quando córtex pré-frontal, que controla a atividade impulsiva, ainda não está totalmente desenvolvido.

6. Conte histórias

Os padrões de comunicação dentro de uma família são estabelecidos cedo. Se você quiser que seus filhos falem com você quando forem adolescentes, passe muito tempo conversando com eles quando são crianças. Sue Pepin tem cinco filhas; os dois mais novos são adolescentes. Morando em São Francisco quando os três mais velhos estavam na creche ou começando o Ensino Fundamental, ela costumava se deslocar no trânsito por 20 ou 30 minutos e sempre o passava conversando e compartilhando histórias. Na hora de dormir, ela e o marido contavam uma história sobre uma garota imaginária chamada Spizzo, que era corajosa e confiante. A história costumava ser uma recapitulação sutil do dia dos filhos, contando o que Spizzo fazia quando ficava desapontada ou enfrentava um agressor ou mesmo preocupada com a mudança climática.

Pepin sempre notava quando um dos filhos repetia uma das mensagens subliminares que passava pra eles nas histórias – por exemplo, que não há problema em falhar, contanto que você continue tentando. Quando as meninas se tornaram adolescentes, ela percebeu que “seus filhos estão ouvindo e absorvendo o que você diz, mesmo quando você pensa que não”. Quer você tenha um filho pequeno ou um adolescente, é improvável que obtenha uma resposta direta à pergunta “como foi seu dia?”. Mas depois de encontrar novas maneiras de tecer histórias e compartilhar ideias, você será capaz de se conectar com seu filho em qualquer idade.

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