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Pobreza menstrual: 1 a cada 4 meninas já faltou à aula por não ter acesso a absorventes

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Publicado em 03/05/2021, às 17h17 - Atualizado às 17h42 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco


A menstruaçãoser um processo natural do corpo da mulher, mas o tema ainda é considerado tabu por muita gente. Segundo uma pesquisa feita por Always e Toluna com 1.124 mulheres de 16 a 29 anos em todas as regiões do Brasil, divulgada durante um evento de P&G nesta segunda-feira, 3 de maio, uma a cada quatro meninas já faltou à aula por não terem acesso a absorventes durante o período menstrual. Chamada de pobreza menstrual, a falta de acesso a itens básicos de higiene é uma realidade que impacta a vida de muitas mulheres brasileiras. Em tempos de pandemia, esse problema piorou, afetando ainda mais as mulheres negras e pardas.

A pobreza menstrual é tão grande que muitas recorrem ao uso de miolo de pão, algodão e tecidos, como alternativas para conter o sangramento. De acordo com Juliana Azevedo, diretora da Procter & Gamble Brasil, isso pode impactar em problemas no trato urinário e desenvolvimento total do sistema reprodutor, trazendo efeitos negativos para a saúde.

Essa é a realidade de milhões de meninas e mulheres ao redor do mundo, mas que não deveria ser. No Brasil, higiene é uns dos direitos básicos, assim como água encanada e um banheiro com privacidade. Os impactos da chamada pobreza menstrual não apenas causa efeitos, mas também desdobramentos sérios que prejudicam a equidade de gênero, afetando a sociedade como um todo.

(Foto: Shutterstock)

No mundo inteiro, a pesquisa indica que 1,8 bilhão de mulheres menstruam. Quando a menina tem sua primeira menstruação, uma a cada duas passam por uma crise de confiança, que pode não ser recuperada durante a vida. “É um problema que atua ao longo da vida dessa menina: a falta de dignidade, saúde e confiança”, defende Juliana.

A evasão escolar por causa da menstruação é um problema real

Segundo uma estimativa feita pela Organização Mundial da Saúde (ONU), uma em cada 10 meninas já faltou à escola durante a menstruação. Uma das principais razões é a falta de produtos de higiene, como absorventes. “A pobreza menstrual é um problema que impacta a vida de muitas brasileiras e mulheres no mundo todo, principalmente aquelas com menor poder aquisitivo. Além de ser uma questão séria de saúde, ela afeta a confiançade meninas e causa e evasão escolar. Como parte da solução, precisamos trazer à tona o problema para juntos tentarmos dar um fim a ele”, comenta Laura Vicentini, Vice-Presidente de marketing de cuidados femininos da P&G Brasil.

No Brasil, a situação ainda é pior. A cada uma em quatro meninas que já faltaram à escola por não terem condições de comprar absorventes, 48% tentaram esconder o motivo e outras 45% disseram que o problema impactou negativamente no rendimento escolar. Apesar de ser um produto de primeira necessidade, as mulheres das classes D e E afirmaram não ter recursos financeiros para comprar produtos de higiene no período menstrual em algum momento de suas vidas.

Para as meninas que não possuem acesso a absorventes os reflexos são grandes, impactando na confiança e na criação de um ciclo vicioso quando o assunto é espelhado na educação. Elas ficam para trás em trabalhos escolares, faltam às aulas e deixam de participar de atividades que aumentam suas habilidades e confiança, como a prática de esportes.

A primeira menstruação pode causar a falta de confiança

A existência de um tabu em torno da menstruação só piora e agrava a questão. Entre as mulheres que participaram da pesquisa, 57% afirmaram que a primeira menstruação as deixou menos confiantes. Além disso, esses sentimentos estão fortemente ligados ao desconforto, medo e insegurança.

Quanto à busca por informações, a primeira fonte procurada pela menina é a mãe, mostrando que o tema ainda é um assunto íntimo e privado.  Contudo, mesmo ao longo da vida, essas mulheres citam poucas referências técnicas ou informativas sobre a menstruação.

(Foto: iStock)

“De todos os dados da pesquisa, o que mais chama atenção é como a falta de absorvente abalou a confiança de 51% das mulheres, trazendo vergonha a 37%. Além disso, elas não se sentem confortáveis em falar sobre o assunto nem mesmo com pessoas próximas e ainda se sentem culpadas e inseguras com um fenômeno natural do corpo feminino, que é a menstruação. Elas escondem esses sentimentos, mas, quando perceberem que não estão sozinhas, conseguirão enfrentar juntas esse problema”, conclui Mirian Goldenberg, antropóloga e pesquisadora.


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