Família

Por que as mães amam tanto os filhos? São chatas? Sentem culpa? Respondemos às principais perguntas do Google sobre maternidade

No dicionário, a palavra “mãe” aparece atrelada à qualidade de generosidade e origem de tudo. Não é para menos! - Getty Images
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Publicado em 07/05/2022, às 05h51 - Atualizado em 29/05/2023, às 07h49 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso


Mãe: mulher que deu à luz um ou mais filhos e os cria ou criou; pessoa que protege muito aos outros, generosa, bondosa”. O significado doce do dicionário traz o conceito histórico do que é esse ser que gera vida, doa tempo e se sacrifica pelo bem maior da família – uma imagem que também traz consigo um teor sagrado, quase que imaculado, do que a mulher se torna após descobrir uma gravidez. Uma santa que faz de tudo por todos.

Se manter a criança que existe dentro de nós viva é uma necessidade para nunca deixarmos de ver a vida com olhos mais gentis, também é possível dizer que nunca deixamos, de fato, a fase dos questionamentos para trás. Pelo contrário, ela se intensifica conforme o repertório de vida se expande. Muito além do porquê algo existe, passamos a interrogar o próprio ser responsável pela nossa existência neste mundo. Não porque ingratidão, mas na tentativa de entender a recíproca dessa entrega de mão dupla que muitas vezes parece confusa.

No dicionário, a palavra "mãe" aparece atrelada à qualidade de generosidade e origem de tudo. Não é para menos!
No dicionário, a palavra “mãe” aparece atrelada à qualidade de generosidade e origem de tudo. Não é para menos! (Foto: Getty Images)

Google, pesquisar

Com a frenética das redes sociais, temos ferramentas para entender o comportamento humano analisando o histórico de pesquisa de cada pessoa. Uma busca rápida no Google com os termos “Por que as mães…” gera, em menos de um segundo completo, mais de 300 milhões de respostas. Cada uma apontando, ainda que discretamente, como funcionam os pensamentos, emoções e questões desse usuário.

Segundo informações do Google para a Pais&Filhos, em cinco anos as buscas por “mãe” aumentaram 46% no Brasil. E, ainda que a pauta maternidade esteja ganhando mais visibilidade com o passar do tempo, ainda não há de fato um olhar crítico que o assunto realmente merece – e a necessidade dessa discussão se escancara com o comportamento de pesquisa do brasileiro. Nos últimos 12 meses, os termos mais buscados no Google completando o questionamento “por que a minha mãe…” foram:

  • me odeia
  • não me ama
  • só me critica
  • não me apoia em nada

Quando ampliamos essa busca sem o pronome possessivo, o termo “por que as mães” ganha respostas ainda mais dilacerantes:

  • são chatas
  • se sentem culpadas
  • morrem
  • têm preferência por um filho
  • amam tanto os filhos
  • se cobram e se sentem esgotadas

Não são perguntas fáceis de fazer, tampouco responder. O que leva, afinal, um filho sentir que a mãe o odeia? Ou então, o que leva uma mãe a demonstrar o desafeto? Esse é o lado do prisma analisado por Silvia Lobo, mãe de Adriana, Suzana e Mauricio, psicóloga, psicanalista e autora do livro “Mães Que Fazem Mal”. O que há por trás da definição sublime (e do maior amor do mundo, que realmente existe e é incontestável), muitas vezes, é cansaço e sobrecarga.

Ser mãe hoje em dia em outros tempos é uma função de cuidado, entrega e generosidade. Exige das mulheres muito, demais, quase tudo”, Silvia Lobo começa. A disparidade da divisão de tarefas, a cobrança em exercer o papel materno de maneira impecável, a santificação da mulher e, ao mesmo tempo, o apedrejamento quando ela escolhe fazer ou não fazer algo que vá contra princípios sociais – tudo isso traz consigo uma carga imensa que, quando colocada sobre os ombros das mães, torna tudo muito mais difícil de lidar (mesmo as coisas boas e que podem ser leves, saudáveis, gostosas e felizes).

Não existe nada maior que o amor de mãe. O que atrapalha o sentir desse afeto são as cobranças gigantescas da sociedade em relação à elas
Não existe nada maior que o amor de mãe. O que atrapalha o sentir desse afeto são as cobranças gigantescas da sociedade em relação à elas (Foto: Getty Images)

O mito da maternidade

“As mulheres são responsáveis pela preservação da sociedade, pela casa, pela família, pela profissão, em ser bonitas, em ter um ganho [financeiro] que lhes dê autonomia. Responsáveis por engravidar, quer queiram… quer não. Este peso recai sobre as mulheres nas tarefas e limitações que lhes impõem”. Esse é o cenário: cobranças e expectativas saem de todos os lados e caem como uma pedra no colo das mulheres. Diante disso tudo, “como não ficar cansada? Não enraivecer, não ser tida como chata e exigente?”. E também visto todo o sacrifício que se faz, tudo o que se deixa de lado pelos outros, “como não esperar reconhecimento e retribuição?”. O entristecimento causado por isso é, muitas vezes, inevitável.

Outro significado para a palavra “mãe” que encontramos no dicionário é “causa ou origem de algo”. E não é por menos: se metade do mundo é composto por mulheres, e a outra metade só está aqui por causa de uma mulher, qual o sentido em tratar as mães da maneira como a sociedade trata? A desumanização traz consigo a culpa, a insegurança e o julgamento. Um ringue de competição para saber quem está exercendo a maternidade do melhor jeito e da maneira correta, quando na verdade essas são variáveis que dependem totalmente da realidade daquela família, sendo completamente adaptáveis.

Se a maternidade merece ser celebrada, então o ser mãe na sua forma feia, doída e cheia de erros também deve ser
Se a maternidade merece ser celebrada, então o ser mãe na sua forma feia, doída e cheia de erros também deve ser (Foto: Getty Images)

Por que Dia das Mães?

Se a sociedade não enxerga o papel da mãe com a importância que ele realmente tem, o questionamento que fica é simples, mas intrínseco ao que há de mais complexo no que ato de olhar uma mãe e enxergar, além de uma mulher, um ser humano (falho e que jamais será perfeito no que se propõe a fazer): por que ainda é comemorado o Dia das Mães? Faz sentido perante tudo o que vemos, lemos e ouvimos?

“De um modo ou outro, com mais ou menos acerto as mães foram as principais parteiras da vida que todos nós ostentamos. Merecem ser comemoradas!”, explica a psicanalista. Prestes a ser celebrado no próximo domingo, 8 de maio, o Dia das Mães nasceu como forma de manifestação pública de um luto. A idealizadora da data, Anna Jarvis, decidiu homenagear a própria mãe após a morte dela, em 1905. Desde então, o segundo domingo de maio é dedicado a olhar o maternar com carinho – ainda que isso devesse acontecer todos os dias. Afinal, ser mãe é um trabalho de tempo integral que existe todas as horas do dia de uma mulher.

Se a maternidade merece ser celebrada, então o ser mãe na sua forma feia, doída e cheia de erros também deve ser. Muito além da meritocracia, acolher a mulher que vê sua vida transformada completamente pela chegada de um ser é dever não só da família, mas da sociedade. Não se cria um filho sozinho, é preciso uma aldeia para criar uma criança. É preciso um universo inteiro para abraçar o sentimento do mundo que é tornar-se mãe.

Quanto à pergunta feita lá em cima, sobre mães morrerem, uma coisa é fato: nenhuma mãe deveria morrer. Encarar a finitude da vida quando se é filho faz o peito doer mais quando o pensamento de existir em um mundo em que não existem mães, seus colos, suas broncas e olhares que dizem tudo cruza a mente. É consenso universal: se mães não deveriam passar pela perda das crias que trouxeram à vida, ninguém que foi dado à luz deveria vê-la se apagando.


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