Publicado em 06/05/2021, às 09h44 por Luiza Fernandes, filha de Neila e Mauro
Laura Simões, de 20 anos, é recepcionista de um hotel em Maceió, Alagoas, e atualmente é a primeira pessoa a tirar CNH com Síndrome de Down no Brasil. A história viralizou na internet através de um tweet feio pelo irmão dela, e Laura contou em entrevista ao portal Universa que decidiu correr atrás desse sonho para adquirir mais independência:
“Fiz o mesmo processo que qualquer outra pessoa. Cheguei lá como a Laura, não como uma menina que tem Síndrome de Down”, relata. “Fui reprovada na primeira vez, tanto na prova teórica quanto na prática, mas passei na segunda tentativa. Nunca achei que não fosse conseguir, sempre estive confiante”. De acordo com o Movimento Down, Laura é a primeira pessoa com Síndrome de Down a tirar CNH – outra jovem com a condição chegou a fazer as aulas de direção, mas não chegou a formalizar a documentação.
Sobre dirigir, Laura conta que foi muito importante para a própria independência e que adora sentir o vento no rosto e ouvir música: “Minha carteira demorou a chegar. Ficamos ansiosos. Assim que peguei, fui dirigir para o trabalho. Como sou principiante, a regra de casa é andar com papai do lado. A gente brinca de que o Código de Trânsito Brasileiro é a nossa Bíblia. É muito massa!”, brinca.
Em depoimento escrito à mão também ao portal Universa, Laura conta que, mesmo em meio a um difícil contexto de pandemia, 2020 foi um ano de muitas conquistas para ela e para a família: “Nesta pandemia tive a oportunidade de iniciar meu processo de habilitação. Meus pais sondaram e souberam que era viável isso com aulas online. Isso facilitou minha concentração. Fiz autoescola com aulas regulares e mais algumas aulas extra. Na véspera da prova, fiz algumas aulas extras também. Apesar do ano difícil para todos, eu e minha família tivemos essa conquista”.
A conquista de Laura é um exemplo para jovens na mesma condição que ela, e um exemplo de superação do preconceito e das dificuldades. Sobre isso, a jovem também escreveu: “Nós todos, da diversidade, abraçamos este merecimento. Nossa, foi como se um trem atravessasse minha vida, todo mundo curioso. Recebi muitas mensagens lindas. Obrigada por todas! Porém, isso está longe de ser uma proeza: a capacidade de dirigir é consequência das habilidades do dia a dia. Venho adquirindo isso passo a passo. Não é magia, embora para mim esteja sendo um momento mágico”.
A jovem conta que a dificuldade, mesmo sendo parte constante da vida dela desde muito nova, nunca foi empecilho para que conseguisse o que queria: “O que posso dizer é que a vida segue tão depressa que não dá para parar para pensar, lamentar ou perder tempo com este cromossomo [da Síndrome Down] no meio do caminho. Vou conhecendo este danado e me dele esquivando como posso“, desabafa.
“Tudo vem com esforço extra, com demora e parece que não chega. Têm coisas, eu sei, que ficaram para trás — pelo menos nas coisas comuns, eu estou me virando bem. No trabalho, me surpreendo fazendo coisas que antes não fazia sozinha, como cursos e outras tarefas que podem parecer simples para outras pessoas, mas que têm muito valor para mim. Sigo devagar e sempre!”, ainda complementa.
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