Publicado em 26/12/2020, às 08h11 - Atualizado às 15h16 por Maria Laura Saraiva, Filha de Laise e Carlos
Era mais um dia normal na vida de Danny Stewart quando ele avistou um bebê abandonado em uma estação de metrô de Nova York. O encontro acabou sendo definitivo: com nenhum parente reivindicando a guarda da criança, a juíza local perguntou se o americano gostaria de adotar o menino. A paternidade não estava nos planos de Danny e do marido, Peter Mercurio, mas a conexão com o garoto foi impossível de ignorar, como conta em entrevista à BBC.
Foi na noite de 28 de agosto de 2000 quando, por volta das 20h, Danny voltava do trabalho e teve a atenção roubada por algo que viu no chão. “Achei que era uma boneca. E comecei a pensar: Por que uma menina deixaria a boneca dela no chão?”, diz o assistente social. Estava subindo as escadas do metrô para sair, e olhei para trás mais uma vez. Foi quando notei as pernas dele se mexendo”, relembra. “Meu coração começou a bater extremamente rápido, desci as escadas correndo. Ele estava sem roupa, enrolado apenas em um suéter escuro, então eu podia ver que era um menino. Ele ainda estava com o cordão umbilical, era um recém-nascido, devia ter um ou dois dias”, afirma.
Danny conta que seu primeiro pensamento foi na mãe do bebê, e se algo teria acontecido com ela. Ao olhar em volta, porém, percebeu que estava sozinho. O assistente acabou ligando para a emergência e usando a última moeda da carteira para ligar ao marido. “Eu encontrei um bebê,e acho que a polícia não acreditou em mim. Então liga para eles, por favor, agora”, pediu no telefone.
Peter, em contrapartida, diz que sentiu todos os cabelos da nuca se arrepiarem ao ouvir que o companheiro tinha encontrado um bebê. “Fiquei confuso no começo, dizia para ele: ‘Vai mais devagar, não estou conseguindo te acompanhar’. Mas aí entendi o que ele estava falando, a urgência na voz dele, e eu só disse: ‘Acho melhor eu ir até aí”, relata.
Naquela mesma noite a criança foi levada para o hospital e Danny nem mesmo conseguiu saber sobre seu estado de saúde. O homem acabou virando uma celebridade local por algumas semanas e deu várias entrevistas sobre o caso. A proposta inesperada surgiu três meses depois.
Apesar da visibilidade do caso, nenhum familiar apareceu para pegar a guarda do bebê. Em novembro a juíza decidiu que a criança seria levada para um abrigo, onde poderia ser adotada. Danny estava presente no momento da decisão, já que estava há meses dando depoimentos à vara.
“E então a próxima coisa que saiu da boca dela foi: ‘Você estaria interessado em adotar esse bebê?”, descreve o americano.
Da pergunta inesperada, uma resposta imediata: “Eu disse: ‘Sim! Mas não acho que seja assim tão fácil'”, declarou Danny, se referindo a toda burocracia do processo de adoção. “A juíza sorriu e afirmou: ‘Mas pode ser’.”
Peter, por outro lado, ficou atordoado com a proposta e a decisão do parceiro. “Não tínhamos dinheiro, não tínhamos espaço, tínhamos um colega dividindo apartamento com a gente, e eu também estava com raiva dele: Como pôde dizer sim sem me consultar antes?”, disse.
“Mas eu não conseguia parar de pensar que aquilo tinha acontecido por uma razão. Eu me sentia conectado, sentia que não era uma oportunidade, mas, sim, um presente. Como poderia recusar esse presente?”, fala Danny.
Com a relação colocada a prova, o casal decidiu fazer uma visita decisiva ao menino. “Não era um lar ideal. Percebemos isso rapidamente. Ele estava cheio de assaduras pelo corpo porque obviamente não estavam trocando sua fralda, estava seriamente infeccionado, num estado lastimável”, descreve o assistente social.
Bastou a visão do bebê e poucos instantes de colo para Peter trocar de ideia. “Foi como se uma onda instantânea de calor tomasse conta de mim, quase imediatamente aquilo parecia a coisa certa a fazer. Eu ainda estava nervoso, com medo e ainda tinha minhas reservas. Mas havia algo reconfortante, de forma que eu disse: Ok, sim, podemos fazer isso”, conta o escritor.
Batizado como Kevin, em homenagem a um irmão já falecido de Peter, o bebê foi oficialmente adotado pelo casal no dia 20 de dezembro, se mudando para casa no dia do Natal. “Quando chegamos em casa do tribunal, eu liguei imediatamente para a minha família e apenas disse: Isso acabou de acontecer no tribunal, o bebê chega na sexta de manhã, temos que buscá-lo na agência de adoção. Me ajudem!”, conta Peter.
As famílias organizaram uma força-tarefa para preparar o enxovalde Kevin. Os nove meses de uma gestação passaram em dois dias para os pais. Assim, na véspera de Natal, Danny e Peter foram buscar o filho – de metrô, claro.
“Minha vida se tornou muito mais rica e completa, mudou minha visão de mundo, minhas perspectivas, não só a nível pessoal, mas profissionalmente… Então não consigo imaginar minha vida de outra forma. Foi uma experiência transformadora para mim em diferentes níveis”, finaliza Danny.
Família
Após polêmicas, Kate Middleton é substituída por outra mulher em evento real
Criança
Mãe do filho de Cristiano Araújo desabafa sobre dificuldade em arcar com as despesas da criança
Bebês
“Ela não vai te perdoar”: mãe coloca nome de vegetal na filha e recebe críticas nas redes sociais
Família
Mãe recebe bilhete bem diferente de vizinha após choro do filho
Criança
Mãe se assusta com aparição misteriosa em foto antiga da filha
Família
Filha de Roberto Justus estreia como modelo aos 3 anos: "Minha estrela"
Família
Téo Teló e Gabi Luthai escolhem nome curto e com forte significado para o primeiro filho
Família
Irmão da princesa Diana fala sobre 'sumiço' de Kate Middleton: 'Me preocupo com a verdade'