Família

Relato de Pai: “Paternidade é muito mais do que ser pai”

Thiago e Miguel (Arquivo Pessoal)
Thiago e Miguel (Arquivo Pessoal)

Publicado em 10/08/2019, às 15h00 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h27 por Thiago Azanha, Pai de Miguel


Thiago e Miguel (Arquivo Pessoal)

Se tornar pai é diferente de assumir a paternidade. Eu optei pela paternidade em sua plenitude a partir do momento em que descobri que minha esposa estava grávida, gestando meu filho. E não foi uma gestação simples. Diagnosticada com colo curto, sem a chance de realizar a cirurgia de cerclagem, a Marina precisou ficar em repouso durante 6 meses intercalando com visitas a hospitais para exames e, na reta final, uma longa e cansativa internação. O risco de perder aquele feto/bebê nos uniu ainda mais e o Miguel passou a ser o filho mais desejado, protegido e amado do mundo.

Curti cada segundo da gestação, tive longas conversas com o bebê, senti as acrobacias e os famosos chutes na barriga da mãe. Além de me sentir pai, já estava vivendo a paternidade e, ao mesmo tempo, dando todo o suporte e carinho para minha esposa naqueles meses que mesclaram ansiedade, alegria e apreensão com o risco de um parto prematuro. Como todo pai que assume a paternidade desde o início, a acompanhei na realização de todos os exames, ultrassons semanais, procedimentos, medicação, internação… Estava lá com ela e meu filho.

Às 7h03 do dia 3 de novembro de 2018, Miguel nasceu (um pouco prematuro) de 36 semanas, pesando 2.850kg e medindo 46cm. Um bebê saudável – saldo positivo após toda a apreensão vivida na gestação. Três dias após o nascimento a enfermeira nos acompanhou até a saída da maternidade e nos entregou o bebê no colo. “E agora? O que fazemos com esse pacotinho?” – foi a pergunta feita de forma silenciosa em minha cabeça. Mesmo com todas as informações lidas em dezenas de livros sobre bebês, nenhuma resposta pronta veio à mente naquele momento. Caramba, agora era pra valer: nós 3!

O homem também amamenta!

Thiago Azanha e Miguel (Arquivo Pessoal)

Obviamente que nós, homens, não produzimos leite. Mas somos capazes, sim, de alimentar o bebê! Como o Miguel nasceu algumas semanas antes do previsto, ele não tinha tanta força para sugar todo o leite no peito da mãe. E a fórmula indicada pelo médico pediatra serviu para nos conectar ainda mais. Usando um copinho com a mistura da água e fórmula, sonda e meu dedo, ele complementava a alimentação de 3 em 3 horas. E isso incluía as madrugadas, claro. Levantava junto com minha esposa, fazíamos a troca da fralda, ficávamos jogando conversa fora durante parte da amamentação, dava o complemento e o colocava para arrotar. De quebra, nestes 15 ou 20 minutos durante a espera pelo arroto (e regurgito algumas vezes), conseguia colocar em dia as séries da Netflix!

E não estou sozinho nesta empreitada! Segundo uma recente pesquisa da Philips Avent, 77,93% dos parceiros gostariam de estar envolvidos no processo da amamentação. Já  88,69% das mães brasileiras acreditam que são necessárias mais informações sobre como os parceiros podem apoiá-las nesse período de amamentação para tornar essa fase mais fácil.

“O papel do pai mudou nas últimas décadas”, explica o Prof. Abou-Dakn, médico-chefe de Ginecologia no hospital St. Joseph, em Berlim, e especialista no tema relação pai-bebê. “Os homens estão agora muito mais dispostos em participar do processo de criação das crianças. Eles não estão apenas mais presentes em partos, mas também estão assumindo várias tarefas no cuidado com os bebês. Isso inclui apoiar o processo de amamentação, que é ótimo para a relação pai-bebê e tem benefícios duradouros que o bebê vai levar para a vida toda.”

A vida do casal

Thiago, Marina e Miguel (Arquivo Pessoal)

O bebê é o centro das atenções do casal, não tem como competir. Vivemos em função daquele pequeno ser que necessita de atenção, tempo e amor (e a fralda sempre limpa, na prática). Como já disse o colunista da Pais&FilhosMarcos Piangers, não tenha filhos se não tiver tempo! Passado até mesmo o período do puerpério, a energia para o romance à noite dá lugar às preciosas horas de sono quando o bebê tira o cochilo. E, mesmo com o passar dos meses, o casal precisa conversar bastante para reencontrar o caminho da vida a dois, mesmo sabendo que agora somos em três, quatro, cinco…

A vida que se tinha antes acabou. Agora é uma questão de adaptação à nova vida, aliando as demandas da paternidade/maternidade com as do casal em si. Ter paciência com tudo e ser persistente é fundamental neste período.

E o trabalho, como fica?

Após o nascimento do Miguel, consegui ficar exatos 45 dias em casa, somando a licença-paternidade de 5 dias (!!!), folgas e férias. É um período crucial de adaptação dos pais com o bebê e do bebê com os pais. E não é fácil. É cansativo, exaustivo, chega-se ao limite. O dia passa a ser vivido em 24 horas úteis, com horas escassas de sono.

A cabeça se atrapalha, palavras simples são esquecidas (pensei que estava desenvolvendo um mal de Alzheimer precoce), as tarefas domésticas precisam ser executadas em silêncio para não atrapalhar o sono do bebê (ao melhor estilo do filme Um Lugar Silencioso, com a presença do choro ao invés de monstros) e, o mais importante: a mãe precisa estar bem alimentada, hidratada, descansada e amada.

A paternidade não engloba somente o bebê, mas o cuidado com a esposa, a casa e com você mesmo! Não custa NADA higienizar a mamadeira (lavar e colocar para ferver após cada uso), checar a quantidade de fraldas/pomada/sabonete, preparar uns lanchinhos, almoço e jantar, lavar e passar as roupas da família, arrumar a casa, fazer as compras no mercado e na farmácia (o verdadeiro novo supermercado dos pais, acredite). E não me venha dizer que isto tudo é trabalho da mulher! Estamos em 2019 e a mãe do seu filho acabou de viver a experiência mais intensa, dolorida e extrema da vida.

Após a “quarentena” em casa com o bebê, é chegado o momento de retornar ao trabalho. É muito difícil se desligar por algumas horas do seu filho, com quem você já teve tempo de criar um laço inexplicável.

Mas você continua sendo pai e vivendo a paternidade, mesmo fora de casa, assumindo as responsabilidades que já tinha antes da chegada do bebê. Mas aqui neste ponto vale a máxima de ter qualidade no tempo com o filho. Além da paternidade, precisamos fazer bem feito o trabalho, com foco e dedicação, mas saber desligar para poder viver um tempo qualitativo com o bebê.

Uma pesquisa realizada pela Catho com mais de 1,6 mil pais constatou que 97% gostariam de ser mais presentes e ter mais tempo com a família. Eu pretendo fazer parte destes 3% que curtem a paternidade perto do filho!

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