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Sexto sentido: intuição de mãe existe, sim! Saiba como identificá-la e quando confiar nela

Intuição materna! Saiba o porque você deve confiar nela - reprodução / Getty Images
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Publicado em 04/03/2021, às 09h53 - Atualizado às 11h51 por Camila Montino, filha de Erinaide e José


Quando o filho de 13 anos de Kimberly Gervais pediu para ir de bicicleta à praia com os amigos, seu instinto inicial foi dizer não. Embora muitas crianças no bairro de Little Silver, no litorâneo estado de New Jersey, tenham feito a caminhada, foi uma viagem de 8 km e o tráfego estava louco devido às praias lotadas. Depois do filho implorar muito, e de ver que as outras crianças iam para o passeio, Kimberly foi contra a vozinha em sua cabeça e deixou o filho ir – mas com a condição de que ele teria que usar o capacete, algo que ela percebeu que cada vez mais crianças mais velhas não faziam.

Intuição materna! Saiba o porque você deve confiar nela (Foto: reprodução / Getty Images)

Trinta minutos depois, ela recebeu a ligação: seu filho havia sofrido uma queda, um pequeno acidente. “Ele está bem, apesar do susto – alguns machucados, mas vivo”, diz Kimberly. Ela também conta de ter se arrependido de não ter dado ouvidos a seu instinto ou à intuição de mãee que nunca mais vai deixar isso acontecer. “Isso me fez sentir que não vou deixar meus filhos, ou outros pais, me pressionarem a fazer algo que me pareça errado, ou que eu não sinta segurança”.

Já Clare T., uma mãe de dois filhos em Boulder, Colorado, a sensação foi um pouco diferente. Mãe de uma criança do jardim de infância, apesar de tudo parecer bem a cada reunião de pais e professores, ela simplesmente sentia que algo estava errado. O instinto materno disse à ela que devia tentar conversar em particular com o professor. No fim das contas, após o papo, ela descobriu que o filho édisléxico e precisava de terapia da fala, bem como terapia ocupacional para habilidades motoras finas. “Estou tão feliz por ter ouvido meus instintos”, comenta.

Histórias como essas são comuns entre as mães. Todos nós já ouvimos aquela vozinha em nossa cabeça ou sentimos aquela sensação no estômago enquanto tomamos decisões. Mas saber quando confiar em seu instinto é um dilema que nem todas as mães conhecem muito bem.

O que é a intuição da mãe?

Sentimentos fortes ou intuição, é a ideia de tomar decisões sem raciocínio analítico. Especialistas dizem que as sensações intestinais são sinais do cérebro para o sistema digestivo e vice-versa. Antonio Damasio, doutorado em neurocientista e professor da Universidade da Califórnia, acredita que as emoções desempenham um papel fundamental na tomada de decisões, referindo-se ao instinto intestinal como marcadores somáticos – ou seja, sensações físicas vindas de emoções.

Nem todos os especialistas estão convencidos de que as mães têm um sexto sentido, mas concordam que as mães podem ser mais sensíveis ou suscetíveis a pistas específicas. “As mães tendem a ter prioridades ou tendência diferenciada que as levam a perceber ou se concentrar em coisas distintas”, diz Sarah Blaffer Hrdy, Doutora antropóloga.

Mas então, como isso é explicado? Tudo começa no útero. “A ascensão e queda dos hormônios gestacionais durante o o período da gravidez, junto com o aumento da ocitocina durante o trabalho de parto, são para as mães uma grande capacidade de resposta”, diz o Dr. Hrdy. “A principal prioridade de uma nova mãe é frequentemente garantir a segurança do bebê e ela nunca baixa aguarda quando sente alguma coisa errada”.

Mas às vezes, o que pensamos ser intuição da mãe, na verdade não é. Em vez disso, é ansiedade disfarçada de nossos sentimentos fortes. Shimi Kang, psiquiatra, pesquisadora em neurociência e mãe de três filhos, estudou a diferença. “O problema com nossos instintos é que, quando estamos desequilibrados, eles tendem a nos levar na direção errada”, explica. “A intuição é o conhecimento natural que nos foi dado pela natureza e só pode ser acessado em um lugar de consciência e calma. Os instintos podem estar errados, mas a intuição está sempre certa”, ressalta.

Judith Orloff, psiquiatra, concorda. “A intuição vem como neutra, sem carga emocional e quase impessoal – apenas informação”, esclarece. “O medo, por outro lado, tem uma alta carga emocional e pode estar relacionado a problemas de ansiedade que a mãe desenvolveu”, completa.

E como aliviar a ansiedade na maternidade?

A primeira coisa que precisamos fazer como pais é realmente reconhecer se o que estamos sentindo é real ou induzido pela ansiedade. Uma boa maneira de fazer isso é aprender a aliviar sua ansiedade. Dra. Orloff recomenda um foco no bem-estar. “Desenvolva uma prática de autocuidado, pois a intuição não pode ser avaliada quando estamos estressadas”, explica. Ela ainda sugere a prática de exercíciospara respiração e da atenção plena, além de meditaçãoe gratidão como formas de estar melhor e em sintonia consigo mesmo, e reduzir os sintomas de ansiedade.

Outra técnica útil? A Dra. Orloff diz que pode ser bom para as mães registrar suas principais causas de ansiedade e estar cientes de quando cada uma delas surge em suas vidas. “A ansiedade tem uma forte carga emocional em comparação a intuição, que normalmente é uma informação neutra”.

E às vezes, para entender a diferença entre intuição e ansiedade você pode precisar de ajuda. “Se a mãe tende a ficar excessivamente ansiosa com os filhos, a ajuda de um profissional pode ser importante para guiar a decifrar os próprios sentimentos que causam a ansiedades, o que faz você acreditar que as intuições são verdadeiras”, diz o Dr. Orloff.

A terapeuta familiar, Susan Caso, acrescenta que a terapia pode ajudar a identificar o que é realmente a verdadeira intuição. “Quando os pacientes começam a se consultar comigo, muitas vezes pensam que vou dar-lhes respostas, conselhos e orientação. Meu trabalho, na verdade, é guiá-los para encontrar suas próprias respostas. Poderíamos dizer que estou ajudando-os a despertar sua voz interior, ganhar confiança em sua própria voz e ajudá-los a identificar isso, saber se ouvir”, ressalta.

Quando a mãe deve confiar na intuição?

Ainda pode ser um desafio determinar quando devemos ouvir essa tal voz interior, mesmo quando você sabe que não é induzida pela ansiedade – principalmente se houver outras pessoas tentando silenciá-la ou contradizê-la. Às vezes, deixamos o que outras pessoas pensam começar a abafar nossa própria intuição.

“Nossa vozinha interior pode ser silenciada pelo medo – o que os outros estão fazendo, o que os outros diriam, o que os outros acham que eu deveria fazer. Acabamos aceitando muitas outras opiniões e nos tornando mais confusos. Um bom processo é ouvir seu instinto, se concentrando nos seus pensamentos. Não há nada de errado em consultar alguém em quem você confia, mas isso não pode ofuscar a sua própria voz interior”, ressalta Dr. Caso.

Glennon Doyle, mãe de três filhos e autora de um livro best-seller do New York Times, acredita que todas as respostas – seja uma situação difícil dos pais ou qualquer outra questão de vida – estão dentro de você. “No livro, eu chamo isso de nosso ‘Saber’. Às vezes, confiar em nosso ‘Saber’ como mãe pode significar estar em desacordo com as ideias, medos e preocupações daqueles que nos amam – até mesmo nossas próprias mães”, conta.

Ela ainda acrescenta que isso é importante, pois também se torna um bom exemplo para nossos filhos. “À medida que nos comprometemos a viver como modelos para nossos filhos, acabaremos criando filhos que confiam em si mesmos e que vivem de seu próprio ‘Saber’, que, para mim, é o valor mais importante que podemos transmitir às nossas crianças”, acredita. No final do dia, você acaba conhecendo ainda melhor seus filhos. Se você é capaz de separar a ansiedade ou o medo como a base de um sentimento ou intuição em particular, está liberado confiar nessa sua ‘intuição’.


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