Publicado em 16/06/2021, às 12h55 - Atualizado em 27/04/2022, às 12h05 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
A empatia é uma qualidade ótima e necessária presente no ser humano que o auxilia a viver melhor e se relacionar de maneira mais saudável com as pessoas ao ser redor. No entanto, como tudo na vida, colocar-se no lugar do outro exige um limite: a linha que separa a preocupação positiva de absorver para si e sofrer com os problemas de terceiros é muito tênue.
Daniela Masi Bianconi, psicóloga com especialização em psicologia clinica, hospitalar, psicooncologia e cuidados paliativos e filha de Maria Christina, explica que existem dois tipos de empatia: a empatia afetiva, “que é a nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e sentir o que aquela pessoa sente de maneira saudável e acolhedora, e a empatia excessiva, que ocorre quando refletimos como um espelho exatamente o outro” e absorvemos todas as dores de terceiros como uma esponja absorve a água.
A chamada Síndrome do Desgaste por Empatia prejudica nosso relacionamento com terceiros e, principalmente, com nós mesmos – um grande problema. “Você deixa de sentir o seu para sentir o outro e perder o controle disso. É como se fosse uma empatia tóxica: você vive em função do que o outro vive”, explica Daniela.
Baixa autoestima, falta de autoconhecimento e necessidade de agradar o outro podem ser o gatilho para que uma pessoa desenvolva a síndrome. Seja para se sentir importante ou fazer com que terceiros sintam isso de você, “eu crio tanta empatia para estar próximo, para ser aceito e resolver problemas que já não sei distinguir o que é meu e o que é do outro. Não olho mais para mim”, conta a psicóloga. Esse mergulho de cabeça vira um ciclo vicioso e difícil de sair: “A pessoa que é uma esponja emocional começa a resolver questões dos outros para aquela pessoa querer sempre tê-la por perto – e, dessa forma, ela pode continuar absorvendo os sentimentos alheios”.
Como consequência, é comum que a empatia excessiva traga à tona dores no peito causadas por angústia, exaustão emocional, alterações de humor e até mesmo depressão. A rotina se altera completamente para viver em função de quem se quer ajudar e, assim, a pessoa passa a não se identificar mais com o próprio “eu”, mas sim o do outro.
O desgaste por empatia também atinge, principalmente, pessoas que atuam na área de saúde, como médicos, enfermeiros e psicólogos. “Eles estão lidando com a dor e toda a carga emocional do outro. Quando o profissional é muito comprometido e só se envolve com o trabalho, ele começa a se apegar às questões do paciente, vive a vida e sofrimento daquela pessoa e não consegue separar um indivíduo do outro”, explica Daniela. Ela explica que a síndrome é comum nessa área por dois motivos:
A Síndrome do Desgaste por Empatia atinge adultos. Crianças não possuem capacidade empática completamente desenvolvida para se colocarem no lugar do outro e sofrerem por absorver demais os sentimentos alheios. “Elas entendem algumas coisas, sentem a dor naquele momento, mas não em sua totalidade”, disserta a psicóloga.
No entanto, é durante a infância que a personalidade daquele adulto irá se formar e determinará a falta, excesso ou equilíbrio de empatia. “Se a criança não tem limites, ela terá dificuldade em ter empatia. Se tiver baixa autoestima, ela crescerá precisando agradar o outro e tendo a necessidade de resolver as questões do outro para ser aceita. É a partir desse momento que a criança passa a viver a dor do outro’, explica a psicóloga.
Nem sempre é fácil perceber o desgaste por empatia. Mas, se o sofrimento por absorver os problemas de outras pessoas atrapalha totalmente a rotina ou relacionamentos, significa que não existe mais controle sobre a situação e é necessário buscar ajuda profissional.
O tratamento para o desgaste por empatia é feito por meio da terapia, que vai ajudar a identificar quais problemas são seus e quais você está absorvendo de terceiros. O processo de autoconhecimento é extremamente importante e necessário para poder mudar o comportamento de esponja emocional – não é um processo rápido, mas é constante e fará com que você leve uma vida mais saudável e tenha entendimento do que acontece ao seu redor. “Você vai desenvolver autocontrole. Às vezes é natural da pessoa querer cuidar e ajudar do outro, mas é preciso saber até onde você pode ir”.
Daniela é precisa: “Empatia precisa ter limite”. É muito fácil ultrapassar a linha entre preocupação saudável e começar a absorver problemas que não são nossos, por isso o caminho do meio é o ideal a ser seguido. “Não dá para ser empático demais e de uma hora para a outra não querer sentir mais nada porque isso também não é uma maneira saudável de viver. Tudo na vida é equilíbrio”.
As duas síndromes estão entrelaçadas, mas uma não depende da outra, necessariamente, para acontecer: “Não é todo mundo que tem Síndrome de Burnout que vai desenvolver o desgaste por empatia porque essa pessoa pode ser muito focada no trabalho e não ter empatia nenhuma. Mas a esponja emocional pode, sim, fazer surgir um Burnout”, conta Daniela, relacionando os dois problemas na vida de um profissional da área da saúde.
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