Família

SOS! Como lidar com a falta da paciência e (tentar) não pirar no convívio em família

Admitir as falhas e momentos de falta de paciência são essenciais para a relação com os filhos - iStock
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Publicado em 03/03/2022, às 15h16 - Atualizado em 04/03/2022, às 05h44 por Luiza Fernandes, filha de Neila e Mauro


Nesta quinta-feira, 3 de março a Mynd, em parceria com a Pais&Filhos, teve uma live sobre um assunto muito importante nas famílias: o estresse, a raiva e como lidar com a culpa que se estabelece nos pais depois de explosões nos filhos?

Para isso, a conversa guiada pela nossa editora executiva Andressa Simonin, filha de Branca Helena e Igor. Além disso, contou com a presença de Thiago Queiroz, pai de Dante, Gael, Maya e Cora, é educador parental, autor do livro “Abrace Seu Filho”, criador do Paizinho, Vírgula e colunista e embaixador da Pais&Filhos; Mariana Felício, mãe de Anita, Antônio, e dos gêmeos José e João, participou do BBB em 2006 e é influenciadora digital e Kelly Souza, mãe de Cê e Cé, pedagoga que compartilha as experiências na maternidade além de receitas saudáveis e práticas para toda a família.

Como pontapé inicial, Thiago começou falando sobre os dias dentro de casa em comparação a volta às aulas presenciais. “Eu gosto de dizer que é aquela canseira carinhosa. É aquela olheira de que você sabe que está criando uma coisa gostosa e tendo uma boa relação com os filhos”.

Mesmo sendo uma relação bonita, Thiago ainda ressalta que existem momentos de estresse, “As pessoas acham que eu sou um ser etéro, que fala com gentileza, mas a gente faz uma vida muito real. As pessoas falam como a gente dá conta, e a gente diz que não dá conta. A gente grita, perde a paciência de falar a mesma coisa mil vezes. Isso acontece, porque a gente é humano”.

E ainda completa, “Nós não estamos bem. Acabamos de passar por uma pandemia de dois anos que teve um impacto na nossa saúde física e mental. Então não dá para a gente pensar que dá para fazer tudo direito. Estamos catando os cacos e aprendendo como é essa nova parentalidade. E terão gritos, e a gente vai perder o controle de várias formas possíveis porque temos essa carga, algo para tratar com a gente e com os nossos filhos”.

Mariana aproveitou o gancho e revelou como perde a paciência em casa. “Ás vezes me pego dando uns berros e pedindo ‘Gente, para um pouco!’. Óbvio que a gente perde. Mas eu tenho tentado exercitar que preciso achar a paciência, e não perder a paciência”.

E relembra, “Esse é um exercício diário. A gente tem que treinar paciência. E os meus filhos me ensinaram a ser mais paciente, ter mais paciência”.

Kelly, com filhos com 5 anos de diferença entre os filhos, também completa: “A hora do sono é a hora que eu mais perco a paciência, porque acho que mistura tudo de uma vez. O pijama, a escova de dente. Eles se reúnem todos ao mesmo tempo. Eu costumo falar que sou a mãe cabra, que dou um berro por qualquer coisa”.

Thiago ainda contou que, após a pandemia, o esgotamento aumentou. “Para mim não tem época do dia, é sempre alguma demanda. A gente está nessa loucura em todos os momentos do dia. O meu ponto e ponto de apoio da Anne somos um ao outro. Então a gente tenta se lembrar disso, e olhar um para o outro com empatia. Acho que é isso que tem facilitado bastante, encontrar estratégia para abastecer nosso reservatório emocional, porque não posso encontrar empatia com meus filhos se estou esgotado emocionalmente“.

E a rede de apoio? Nossos convidados também abriram o jogo sobre a necessidade de uma rede de apoio dentro e fora de casa. Thiago, por exemplo, admitiu que não tem rede de apoio e que isso pode dificultar ainda mais esse processo.

“Nossa única rede de apoio é a escola. E é importante que nós, pais, enxerguemos a escola como esse apoio – porque é uma questão de vínculo. Eu quero que eles criem esse vínculo com professores, colegas e educadores”, comentou ele.

Kelly relembra, “Às vezes as pessoas imaginam ‘Poxa, como assim a rede de apoio é a escola?’, mas é. Porque eles adoram ir para a escola, ver os amigos, e eu amo quando eles vão para lá”. Quando questionada sobre pedir ajuda, ela ainda conta:

“Tive meus filhos muito cedo, e sempre ouvi ‘Quem pariu, que cuide’. Então às vezes eu imagino que quando eu vou pedir ajuda, a pessoa vai me cobrar um favor. Acho que isso é um novo ser humano, antecipar a resposta dos outros e esperar o pior, confessa Kelly. “Acho que é aí que a paciência entra no meio. Eu tento ter paciência com toda a minha bagagem para não descontar nos meus filhos e ter uma vida melhor. Eu tenho tudo para abrir mão e falar ‘Ai, eu não quero ouvir você’, mas não é essa pessoa que eu quero ser. A gente faz uma história mais bonita porque a gente não conta todas as partes, porque as pessoas podem ter reações negativas”.

A fragilidade de pais e filhos existe em todos os lugares – e mostrar e explicar a falta de paciência pode ser um grande incentivo para a educação. “Acho que não dá para ficar tampando o sol com a peneira, porque uma hora as crianças percebem. Então tem que ser natural, o mais possível. A paciência é um sentimento que a gente põe para dentro. Antigamente eu perdia muito a paciência, mas meus filhos me ensinaram muito“, diz Mariana.

Admitir as falhas e momentos de falta de paciência são essenciais para a relação com os filhos
Admitir as falhas e momentos de falta de paciência são essenciais para a relação com os filhos (Foto: iStock)

Sobre isso, Thiago ainda comenta, “Não é atoa que as mãe tem mais dificuldade de pedir ajuda. Porque a sociedade inteira vai apontar para essa mãe e falar que ela tem que dar conta, ela foi ensinada para isso. Eu, como pai, não tenho a menor dificuldade. Eu cheguei para um amigo meu e falei ‘Cara, eu vou fazer mudança e se você quiser se oferecer para ficar com os meus filhos eu aceito!'”.

“No ponto de vista da fragilidade e da gente se mostrar humano, eu sempre penso no conceito de você ser suficientemente bom. Não existe uma pessoa que é perfeita nos cuidados com uma criança, e se você vive essa farsa ela é facilmente quebrada pelos seus filhos. É sobre entender que a nossa falha também é importante para os nossos filhos. A nossa ausência vai fazer com que eles construam outras ferramentas para lidar com as frustrações. É legal ver que esse processo de demonstrar que sou falho vai exercitar nos meus filhos que eles mostrem empatia”, completa Thiago.

Kelly ainda completa, “A gente tem muito aquilo de achar que criança não entende. Óbvio que eles estão em fase de desenvolvimento, mas eles percebem”.

“Por mais que os filhos testem muito a nossa paciência, são nesses momentos que das crianças juntas que eu consigo resgatar a paciência. Eles são crianças e estão construindo suas relações”, comentou ainda Thiago, sobre as explosões do dia a dia.

Mulheres são taxadas de loucas em momentos de tensão, porque todo o peso da parentalidade fica em cima delas. E aí? “Eu lembro uma vez que fiquei o dia todo com as crianças, aí o meu marido chegou do trabalho pegou o bonde andando, nem sabia o que estava acontecendo e me pediu para ter paciência. Queria voar no pescoço dele!”, brincou Mariana. “É aí que entra o companheirismo e a divisão de tarefas para ninguém ficar sobrecarregado. Se o cara não for parceiro e perceber que você tá estressada, aí o bicho pega!”.

“Ver vocês falando sobre isso faz eu refletir sobre a minha mãe e pensar sobre mim e não culpá-la”, desabafa Kelly, sobre a perda de paciência nas mulheres. “Na época dos nossos pais, eles não tinham o conhecimento que a gente tinha. Porque eu não sou surtada – eu sou só mais mãe. Dentro de uma realidade com outros pais, outras pessoas com crianças, trabalho dentro de casa – que é estressante e dobrado. E tá tudo bem você gritar igual uma cabra, não querer falar com ninguém, você querer parar e não querer conversar. A gente não é obrigado a se forçar e fingir que somos pais e mães perfeitos porque queremos ser”. Você pode conferir o bate-papo a primeira parte do bate-papo clicando AQUIe a segunda clicando AQUI


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