Publicado em 15/06/2020, às 12h22 - Atualizado em 04/03/2022, às 12h21 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
Seja por um costume ou até praticidade, muitos pais preferem tomar banho com os filhos. Mas esse momento mais íntimo também pode ser perigoso para o desenvolvimento das crianças no futuro. De acordo com Betty Monteiro, psicóloga e pedagoga, mãe de Gabriela, Samuel, Tarsila e Francisco, é preciso estabelecer limites: “Não existe nenhuma norma contra ou que desaconselha a tomar banho com os filhos até 4 anos. É legal o contato corporal e ajuda a criança a perceber que ela é uma pessoa, a mãe é outra e o pai é outro. As contraindicações começam após essa idade, porque pode acontecer da criança começar a despertar uma certa sexualidade”.
Betty vê a prática como válida até os 4 anos, já que entre essa idade e os 6 anos, naturalmente, a criança entra em uma fase de “pudor infantil” e começam a sentir prazer: “Ela mesma começa a ficar com vergonha e incômodo de se trocar na frente dos pais, tomar banho”. Por isso, reforça a necessidade de sempre pedir licença: “Se os meus netos estão comigo e de repente preciso fazer uma supervisão do banho, tendo que tocá-los, eu peço licença. É uma questão de respeito”.
Por isso, ela enfatiza a necessidade de ir ensinando o seu filho a tomar banho sozinho e cuidar do próprio corpo para desenvolver autonomia e independência. “Mesmo com 4 anos, é importante os pais começarem a ensinar os filhos que ninguém toca nas partes íntimas deles. Não é uma questão de censura ao corpo, mas cuidados que precisamos ter, já que é em casa que as crianças aprendem”, defende. Assim, vale pedir para a criança sair quando for se trocar ou até mesmo para ela se trocar no banheiro com a porta fechada.
Betty garante que bom senso é a melhor forma de educar, e que essa educação é fundamental para “soltar a criança no mundo”: “Assim como você educa quanto à etiqueta social e aos valores, você também precisa educar a criança para adquirir esse sentido de ter cuidado com o seu corpo e o corpo do outro”. A psicóloga e psicanalista Vera Iaconelli, mãe de Gabriela e Mariana, vai além e enfatiza que a palavra-chave é coerência. Há a necessidade de estabelecer fronteiras, de ambos os lados. Ela entende que o “meu corpo, minhas regras” começa no berço.
“Os pais não podem tocar do jeito que quiserem e fazer como quiserem, assim como os filhos também não podem fazer tudo do jeito e como quiserem”, explica. Segundo Vera, a própria criança vai denunciando essa relação se for excessiva. Além disso, se você decidir tomar banho com os filhos, esteja preparado para aquelas perguntas difíceis de responder aos filhos. “Se você apresenta o seu corpo nu para a criança, na nossa cultura, ela vai fazer perguntas sobre a diferença e você precisa responder: ‘Existem homens, existem mulheres e existem diferenças no corpo’”, exemplifica. O assunto não pode ser visto como tabu dentro de casa, porque esse silêncio pode gerar confusão.
“Essa é a questão, se houver pudor em relação a falar do próprio corpo, então porque expô-lo?”, questiona e completa: “Quando a gente oferece esse tipo de experiência, precisamos ser coerentes de sustentar tudo o que decorre daí”. Segundo ela, essa base define qual experiência queremos oferecer a criança estar no mundo, mas principalmente, na nossa sociedade.
Assim como Vera, o Dr. Claudio Len, pediatra e nosso colunista, pai de Silvia, Beatriz e Fernando, pede atenção a alguns cuidados caso você tenha essa prática em casa. “Desde que tenha uma higiene, água corrente limpa, no chuveiro, não vejo problema. Se for na banheira, é mais complicado, porque é compartilhado”, afirma.
O pediatra também faz algumas observações em relação à idade: “Criança pequena até uns 5/6 anos tudo bem, depois vai crescendo e fica mais complicado. Não é tão comum para pré-adolescentes ou adolescentes”. Ele justifica que a percepção das diferenças corporais começam a acontecer por volta dos 7/8 anos de idade. Por isso, o mais importante é prezar pelo bom senso e respeitar a fase da criança, apoiando, mas dando espaço para que também possa se desenvolver sozinha.
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